terça-feira, 31 de março de 2015

A Florista dos Cabelos de Outono #1

Olá meus Pardais e Tordos!
Hoje irei estrear uma série de contos, sobre uma Florista dos Cabelos de Outono, como o próprio nome diz, se trata de uma florista ruiva que ama a Primavera e vive em uma cidade metropolitana dos EUA, e nessa cidade ela vive andando com sua bicicleta e fazendo entregas florais, mas quando as outras estações do ano começam a chegar, coisas misteriosas começam a acontecer e ela também começa a mudar! Parece meio complexo e desinteressante, mas é algo que encontrei para fazer até eu desbloquear coisas boas para New Yorkers {Que terá seu 2 Episódio logo}, e eu Recomendaria apenas para Maiores de 12 e 14 anos, Mas vamos á Anne:
A Florista dos Cabelos de Outono - Capítulo I;
A Primavera é a estação do florescer, onde é igual em todos os cantos do mundo, são três meses do ano de puro despertar da natureza, mas logo após vem os desérticos calores de Verão, As ventanias quebradiças do Outono e As tempestades devastadoras do Inverno, Três anos e três mudanças anuais de estação passaram-se, tudo se passou para os alunos do Ensino Fundamental II de um Colégio Particular de Classe Média, que por acaso já estão perto de se formarem, Porém ambos seguiram caminhos diferentes, de pessoas que não se olhavam na cara até melhores amigos.
Os Alunos da Formatura da Turma do 9o ano F que sobreviveram já estão prestes á se formar no Ensino Médio de diferentes Colégios, Sim, os que sobreviveram, Pois no ano em que a turma de 2012 se formaria no Ensino Fundamental II, No Halloween daquele Outono a escola pegou fogo e muitos alunos saíram feridos, e haviam suspeitas de que o pivô do incêndio teria vindo daquele 9o ano F, mas o que importava para o Prefeito daquela pequena cidadezinha Metropolitana era a mídia que aquilo trazia, e felizmente (Ou infelizmente para alguns) nenhum aluno saiu com graves ferimentos, mas uma menina chegou até a ter seus cabelos carbonizados e um garoto a precisar usar cadeira de rodas, mas isso afetava mais que qualquer ferimento, Ambos alunos deixaram de ir aquela escola e não se teve mais notícias. Mas logo após com uma reforma muito generosa dada por doações de muitos sensibilizados, O Baile de Formatura teve continuidade e haveria a parte da Festa em uma Casa de Festas conhecida e de um pai de aluna, Uma aluna loira de olhos claros chamada Brianna Viorelli, que seria a organizadora da grande festa e que namorava um pequeno futuro astro do Futebol-Americano, com seus cabelos ondulados morenos e olhos cansados, um garoto repleto de sardas pelo corpo, chamado Kevin Warren, Mas a questão não era eles terem ganhado a coroa de Rei e Rainha, mas sim um infeliz acontecimento de Briana estar grávida na adolescência, e boatos diziam que o bebe não era de Kevin, é claro que a Família Viorelli manteve tudo ás escuras e como a Família era rica ''controlariam a situação'', mas algo muito suspeito ocorreu naquele Baile de Formatura do Ensino Fundamental, Um incêndio começou a derreter todo aquele gelo e neve do Baile, repleto de materiais inflamáveis, muitos morreram no Baile, muitos deles carbonizados, e houveram muitos feridos, física e psicologicamente, e entre muito, Brianna morreu carbonizada no salão, e Warren e uns 7 alunos saíram de primeira com alguns ferimentos leves, Um desses alunos foram; Carly Mason, garota gótica de franjas pretas e olhos escuros além de sua pele albina e um estilo punk,
Depois de muito tempo eu finalmente me formava na Escola, Chad Viorelli, ruivo e atleta do time que tinha uma amizade com Kevin, antes de saber que ele tinha engravidado sua prima, Will Underwood, garoto magricela moreno de óculos e com aspecto de ''Nerdice'' e sofria Bullying constante dos colegas, Carter Clarkson, filho de um Bombeiro da região e que tinha notas boas e era exemplar e amigo de Comissão de Formatura de Brianna com seus olhos azuis e cabelos caramelo chorava, Giovanni Garcia, um garoto do time de Futebol-Americano que tinha algumas rixas com Kevin e sempre quis Brianna por mero desejo de enciumar o rival, e por último uma garota ruiva como o Outono, Anne Brooks filha adotiva de uma Seguradora famosa da Região e trabalhava como estagiária numa floricultura, suas sardas brilhavam com calor do fogo e seus olhos castanhos se apagavam até desmaiar. De ambos alunos que se formaram, apenas esses 8 saíram com vida, e o resto dos alunos morreram no incêndio, incluindo o Sol de ambos alunos, Brianna Viorelli. A mãe de Anne foi a Seguradora e o espaço de Festas foi reformado com o Dinheiro do Seguro e o Funeral de Brianna foi a última notícia sobre o caso, que foi arquivado pela Prefeitura da pequena cidade Metropolitana que viveu aqueles trágicos acontecimentos continuous.
*
Depois de três anos, já estudando e formados no Ensino Médio e com grandes notas em cursos técnicos, Ambos estudantes já estavam prestes a se formar, e seria naquela virada da Primavera pro Verão, Já que o Governo atrasou constantemente as universidades da Região, por motivos curiosos, porém salvou muitas Universidades de serem Laranjas de golpes. Mas o caso chamou a atenção de um Policial Investigativo de Nova Iorque que se sentiu interessado em desvendar um caso sem explicação e arquivado á 3 anos, e ele provaria a seu chefe muitos de seus atributos, ele pensou que seria uma moleza dois incêndios continuos de Ensino Fundamental sem explicação numa cidadezinha Metropolitana com seus únicos recursos vindo das Floriculturas e de Mistérios Turísticos. Mas não seria tão fácil.
Chegando a pequena cidade Metropolitana de Trem, ele pegou carona com um Xerife da Região com um bigode peludo e óculos escuros bem intimidadores, que o levaria para a Delegacia da Cidade, onde seria uma especie de porto-seguro para informações e alojamento, o Xerife Wilson teve seu único filho ferido no primeiro incêndio á Escola e dali o homem viúvo fez de tudo para tentar ajudar, principalmente o filho Mackie Wilson, que ainda estava na Cadeira de Rodas, mas já recuperava alguns movimentos, mas se isolava do mundo, e o Investigador Tom Albanéz anotava tudo em um bloco que guardava na sua jaqueta de couro marrom cedro, e descobria mais na chegado á Prefeitura, em que surpreendentemente o Prefeito permitiu o desarquivamento do caso, que tinha apenas 25 páginas, e aquilo animava o Investigador, mesmo pela tragédia ocorrida, ele entrevistaria á todos os feridos e testemunhas, Mas antes deveria ter que lidar com sua Guarda-costas, Maria Hamisson que era uma delegada intimidadora e com sua pele bronzeada e lábios enormes era totalmente intimidadora e calava qualquer homem que chegasse perto de si, e ele tinha muito mais haver com o caso do que o Investigador Albanéz imaginava.
*
Naquele fim de dia Anne Brooks fechava sua Loja de Flores, Sua floricultura estava prestes á receber o calor do Verão e ela deveria se preparar, e se formando mais mais cedo devido á ter ido estudar em outro estado por pedido de sua mãe, e no dia seguinte haviam pichado sua janela com tinta spray vermelha, dizia;- ''ASSASINA!'' e a data do acontecimento em que o Baile pegou fogo;-''12 de Dezembro de 2012 você se livrou dos problemas causados por . . .'' e todos da rua viam e presenciavam a cara de espanto e medo os olhos lacrimejantes da jovem ruiva que acabara de chegar de bicicleta á sua Floricultura. Na mansão dos Viorelli havia um belo brunch em que os convidados eram os próprios policiais que cuidavam do desarquivamento do ''Caso Briana'', e a Família mandava suas caras e bocas para mostrar que eram uma família unida e feliz, como qualquer dessas famílias de Filantropia que simpatizavam de ser perfeitas á tudo, o pai de Brianna, Sr. Viorelli estava debilitado desde da morte da filha, sua esposa Sra. Viorelli estava tentando manter á casa além do negócio, recebia sua irmã Lavínia Clark e seu sobrinho Chad Viorelli que não dizia uma palavra enquanto os policiais perguntavam coisas cotidianas, como;-''Com quem ela andava? Quais eram suas companhias? Alguém já ameaçou-a? Ela já fez algum mal á alguém? Vocês já fizeram algum mal á alguém? Quem era o namorado. . . ''- No meio das perguntas ouve-se um estrondo no jardim, e pela janela ambos viam, com sangue vermelho e brilhante estava escrito num campo no jardim de rosas amarelas e brancas;-''ASSASSINOS E HIPÓCRITAS! 24.12.12.Vocês já matavam-na por pressão já que . . .''. Parece que o caso só começava para nossos detetives e o passado voltava para as ''crianças'' já adultas . . .
Continua . . .
Bem, Isso é uma série de contos de mistério de no máximo 7 capítulos, mas tenho certeza que vão gostar e que a Anne pode ser bem interessante pro blog e tudo oque ela tem haver na história, até a semana que vem, e o blog precisava de uma nova história enquanto nossos escritores estão com um pequeno bloqueio criativo.

domingo, 15 de março de 2015

Folclore Oculto: 5° Episódio; Ultima Parte.

Olá Leitores.
Enfim a ultima parte deste episódio, porém se por algum motivo não leu o anterior a este, Clique Aqui. E agora? Estão preparados para sentir muita raiva de Edgar? Porque esse e os próximos episódios farão isso.

_ Ele está certo _ disse Curupira.
_ Eles vão tentar lutar contra Edgar, mas não vão conseguir, ele é forte de mais _ explicou Cissa com certo lamento. _ Enquanto você estiver ao lado dele, menina, ninguém vai te fazer mal. É triste, mas é verdade.
Núbia refletiu sobre isso.
_ Ninguém merece _ murmurou ela a si mesmo. Mas não discutiu.
Logo os três estavam no quintal do casarão, Curupira e Cissa ficaram na distancia imposta, e Núbia seguiu e bateu na porta. Ela esperou uns bons segundos, deu de ombros para Cissa e Curupira como se dissesse: Não me pergunte, pois também não sei.
Logo o mordomo zumbi abriu a porta, porém não deixou Núbia entrar.
_ Ei! Eu moro aí, sabia? _ disse Núbia.
_ Depende _ disse uma voz de dentro da casa.
Atrás do corpo-seco, Edgar apareceu com os braços cruzados, e como sempre, vestido todo de preto.
_ Como assim: depende? _ disse Núbia aflita; ela olhou para trás, Cissa e Curupira já não estavam mais lá, o que só a deixou mais nervosa.
_ A senhorita ainda não aceitou a proposta _ disse Edgar. _ Vai ou não ser minha... aprendiz?
Núbia rangeu os dentes, porém logo olhou para o horizonte e notou o quanto tinha ficado desacordada, pois já entardecia, e logo moradores revoltados apareceriam com foices, facões e tochas; assim não lhe parecia uma boa opção ficar do lado de fora.
_ Eu... aceito, aceito sim _ disse Núbia com raiva  de si mesma.
Edgar abriu um sorriso, mas logo fez cara feia, como se tal ação tivesse lhe doído, provavelmente seu rosto não estava acostumado a esboçar sorrisos.
_ Bem, entre então, criança. Soube de forma peculiar que os moradores de Fim do Mundo estão um tanto descontentes comigo.
O mordomo saiu do caminho e Núbia entrou no casarão.
_ Não consigo imaginar o porquê deste descontentamento _ ironizou Núbia.
_ Nem eu _ retrucou Edgar sério. Ele então semicerrou os olhos. _ Sua testa está ferida.
_ Ah! Isso, bem, nada de mais, só eu pagando novamente por algo que não fiz.
_ Hum _ murmurou Edgar despreocupado. _ Bem, pode ficar em seu quarto enquanto o jantar não é servido.
Núbia achou não ter ouvido direito.
_ Jantar? Pensei que iriamos... Sei lá, nos preparar, o casarão vai ser atacado, sabia? Por uma população inteira.
_ De uma pobre e simples vila _ disse Edgar. _ Seu primeiro insanamente criança: Se preocupe somente, com o que mereça preocupação. Essa noite será só mais uma como outra qualquer.
Ele foi até a cozinha e deixou Núbia sem outra saída a não ser ir ao seu quarto, como lhe foi mandado.
Meia hora depois Edgar e Núbia estavam sentados na mesa com o jantar já posto. Edgar Notou que Núbia sequer tocara na comida; observava pela janela da sala de jantar as tochas acesas, ouvia os gritos, as batidas em vão em um campo de força invisível em volta do casarão.
_ Não vai alimentar-se? _ perguntou Edgar.
Núbia olhou o mordomo que também preparara o jantar daquela noite, ele estava na entrada caindo aos pedaços, com a carne morta a mostra.
_ Eh... não, obrigada _ disse ela, mesmo com o estomago roncando.
As próximas quatro horas foram perturbadoras, Núbia somente ficou olhando pela a janela do quarto, os moradores de Fim do Mundo sendo empurrados por forças invisíveis enquanto tentavam invadir a casa. Núbia pensava apreensiva se aquela multidão revoltada chegaria a cabana humilde e sem proteção alguma em que Cissa morava. Esperava realmente que não.
Logo algo lhe tirou de seus devaneios, e colocou um fim na baderna lá fora. Um rosnado grave e horrendo foi emitido da sala. Núbia estremeceu, mas continuou na janela. Viu da porta do casarão sair uma criatura horrenda. Sem pelos alguns, com orelhas pontudas, presas com quase trinta centímetros, e olhos totalmente negros. O mais curioso era o fato de um lado do corpo da criatura era musculosa, e a outra magra e esguia. Ele vestia uma camiseta rasgada, e uma calça esticada ao máximo, tudo negro, o que confirmou as suspeitas de Núbia.
_ Edgar _ murmurou ela.
A criatura rosnou e andou lentamente até a multidão que amedrontou, e perdeu qualquer pingo de coragem que mostravam até então. Três homens tentaram atacar, mas ao avançarem, Edgar em sua forma Chupa-Cabra pegou dois pelo pescoço e os jogaram para longe. Já o terceiro, ele simplesmente pegou pelo cabelo, colocou sua presas no pescoço deste e sugou-lhe todo o sangue em dois segundos. Depois de jogar de lado o corpo morto e seco do homem, Edgar fitou os outros, como se escolhesse a próxima vitima. Em seguida, “pernas pare que te quero”, todos fugiram, atropelando uns aos outros.
Edgar voltou para dentro do casarão. Núbia sentiu seu coração acelerar. Como aquela criatura podia ter o mesmo sangue que ela?!
Engoliu o medo.
Saiu cautelosa do quarto, e foi até o corrimão do segundo andar, onde pode ver Edgar lá em baixo, na sala. Ele ainda estava com as roupas rasgadas, e o pior, com a boca ensanguentada.
_ Esse sangue podia ser seu _ comentou Núbia segurando a fúria e desgosto.
_ Mas não é _ retrucou Edgar frio. Logo o Mordomo corpo-seco trouxe um guardanapinho branco em uma bandeja, Edgar levantou uma sobrancelha ainda sim pegou o guardanapo e tentou limpar um pouco do sangue.
Núbia prosseguiu o fitando com nojo. Mas Edgar não se importou somente disse:
_ Durma um pouco, criança, amanhã teremos muito o que conversar.
Mesmo com má vontade, Núbia obedeceu, entrou e bateu a porta de seu quarto. Preferia tentar dormir e esquecer tudo, do que olhar mais um segundo para o monstro de seu tataravô.

Espero que tenham gostado, comentem suas opiniões ou sugestões!
BJS e até a próxima

terça-feira, 10 de março de 2015

Folclore Oculto: 5° Episódio; P/6

Olá leitores.
Folclore Oculto está de volta. Fiquem com a penúltima parte deste 5° episódio.
(era uma vez uma irresponsável que esqueceu de fazer o desenho de início de post, e colou uma montagem com desenhos antigos para não ficar tão feio, o nome dela era Julia, também conhecida como eu)

Núbia acordou deitada em uma cama simples de madeira, com colchão fino, mas não desconfortável. A sua volta as paredes eram de madeira. Olhou para cima, e notou que sua cabeça estava deitada no colo de Cissa, e que ele passava um pano molhado em sua testa.
_ E aí menina? _ disse ele.
Ela se levantou, estava tonta e com uma dor de cabeça horrível.
_ O que aconteceu?
Cissa contou tudo que ocorrera com Caipora. Depois pegou de um criado mudo ao lado uma folha grossa, parecida com balsama, mas com uma cor avermelhada.
_ Mastiga isso _ disse ele entregando a exótica planta a Núbia. _ Vai ajudar na dor de cabeça.
Núbia confiou em Cissa, e mesmo não conhecendo tal planta, colocou na boca e mastigou; a folha tinha um gosto azedo, mas era suportável.
_ Me sinto estranha _ comentou Núbia apoiando o braço na cama, e segurando-se para não deitar de volta ao colo de Cissa.
_ Como se tivesse levado uma pancada na cabeça? _ perguntou Cissa sínico. _ Porque se for isso, é muito estranho.
Núbia conseguiu esboçar um sorriso.
Cissa ofereceu-lhe uma maçã, o que era ótimo, pois sequer café da manhã Núbia tomara naquele dia.
_ Você me trouxe até aqui? _ perguntou Núbia dando-se conta da situação. E Cissa simplesmente deu de ombros.
_ Espero que você não tenha ficado encabulada por eu ter te trazido ao meu quarto _ disse com seu sorriso sapeca.
Núbia o fuzilou com os olhos.
_ Não é isso! Sua coluna que me preocupa! Você me carregou até aqui, não é?
_ Eu nem pensei nisso na hora, menina. Sim eu te carreguei até aqui, mas minha preocupação foi tanta que eu nem me lembrei da dor.
Núbia abriu um leve sorriso e balançou a cabeça. Cissa então colocou a mão na coluna.
_ Mas sabe, só agora que eu estou sentindo o efeito.
_ Dói muito? _ perguntou Núbia preocupada.
_ Como perder um membro.
_ E você sabe bem o que é isso, não é? _ disse Curupira na porta.
Núbia levou um mine susto, já Cissa o fitou um tanto bravo.
_ Não sei do está falando _ mentiu Cissa. _ Mas e aí, a Caipora já se foi?
_ Ela sim, mas isso não significa que os problemas acabaram.
_ Como assim? _ perguntou Núbia já com medo da resposta.
_ Os moradores de Fim Do Mundo viram Caipora, e da ultima vez que isso ocorreu não foi nada legal. Ela acabou com a vila depois de ter escapado da prisão de Edgar. Desta vez ela não veio para destruir a cidade, só a Núbia mesmo, mas ainda sim a vila já tirou conclusões precipitadas.
Cissa fez cara feia, já compreendendo a situação, já a inocente menina da cidade:
_ Do que vocês estão falando? Que conclusões? _ perguntou Núbia perdida na conversa.
Cissa e Curupira revirarão os olhos.
_ Sabe, Edgar não é o vizinho mais querido da vila _ explicou Cissa. _ Quando a Caipora rodou a baiana na vila Fim do Mundo, os moradores culparam Edgar e foram protestar no casarão, tentando expulsa-lo, o que obviamente não deu certo. Porém, pelo que entendi, eles vão tentar de novo.
_ Ah-hã – concordou Curupira. _ Já prepararam as tochas, e o arsenal; querem derrubar o casarão hoje a noite.
_ Mas eles nem sabem o porquê que a Caipora esteve aqui _ questionou Núbia, _  ela nem fez nada contra eles! Fez?
_ Não _ disse Curupira. _ Mas isso foi só um empurrão, eles também estão considerando o assassinato dos pescadores, Miguel e Pedro, até mesmo, o desaparecimento de Messias, que era uma pessoa conhecida na vila.
_ Não sabiam que ele era lobisomem? _ perguntou Núbia começando a sentir rancor de si mesma por ter assassinado alguém, mesmo com todas as circunstâncias.
Curupira deu de ombros
 _ Saber, sabiam _ disse Cissa _, e mesmo se não fosse, ninguém gostava de Messias, não se preocupe, menina, isso são só desculpas para o verdadeiro motivo, cansaço. O povo da vila deve estar cansado de tolerar e ignorar um vizinho tão... maluco quanto Edgar!
_ Não há como culpa-los _ ponderou Núbia, abaixando o olhar.
Cissa levantou e acariciou o rosto de Núbia.
_ É, mas eles são tão tolos quanto as criaturas que enfrentamos até aqui. Também vão culpar você por erros de Edgar.
_ E foi por isso que vim até aqui avisar _ explicou Curupira.
_ Mas... Curupira _ disse Cissa confuso, _ Você não pode ir até a vila, como sabe de tudo isso?
Curupira pareceu ofendido, mas respondeu mesmo assim.
_ Eu estava observando a vila de longe, e vi quando um homem anunciou na praça sobre o plano de derrubar Edgar.
Cissa sorriu malicioso.
_ Estava observando a vila, ou procurando Ângela?
Curupira o fuzilou com os olhos.
_ Não é da sua conta! _ exclamou ele. _ Agora temos que resolver o que fazer com a descendente do mal.
Cissa assentiu concordando.
_ Ninguém precisa saber do meu parentesco com Edgar _ concluiu Núbia.
_ É _ disse Cissa _, mas seus cabelos ruivos te entregam um pouco, menina, os Cabrall da linhagem de Edgar costumam ser ruivos. _ Curupira coincidentemente observou o próprio braço com a pelagem ruiva acastanhada _ mas nem todo os ruivos costumam ser da linhagem de Edgar _ prosseguiu Cissa fitando Curupira com um sorrisinho.
_ Ahm? _ disse Curupira perdido, ele então se tocou e ficou emburrado. _ Ah! Eu sei disso!
Cissa e Núbia riram.

_ Acredite, por mim você ficaria aqui, comigo _ prosseguiu Cissa _ mas por mais estranho que paressa o lugar mais seguro para você, menina, é no casarão.
_ O que! _ exclamou Núbia incrédula.

Espero que tenham gostado. Beijos e até a próxima.


segunda-feira, 9 de março de 2015

Paródia do Poema "Meus Oito Anos".

Olá leitores.
 Hoje postarei algo diferente. Já leram o poema Meus oito anos, de Casimiro de Abreu? Se não, AQUI está o poema completo, mas as partes necessárias estão logo abaixo. Bem, eu como vários outros escritores (como Ruth Rocha ou Oswald de Andrade), resolvi fazer uma paródia de tal poema, falando da minha infância nada aprazível como da citada por Abreu, porém, o poema até que ficou engraçado.
Recomendo que leiam os versos do poema original, e depois leiam o meus, que fica mais engraçado e compreensível. (Casimiro de Abreu é o primeiro com a fonte de cor vermelha, o meu é o poema de fonte roxa)


Meus Oito Anos.

Casimiro de Abreu.

Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!

Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
[...]
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus —
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

Minha Infância.

Jú Ribeiro.

Oh! Não saudades que tenho
Da pior fase de minha vida,
Da minha infância perdida
Que os anos felizmente não trazem mais!
Que rancor, que sedentarismo, que monotonia,
Naquelas tardes solitárias
Sem nem uma brincadeira,
Pelas pernas fracas de mais!

Como são horríveis os dias
De questionar o porquê da existência!
— Respira a alma inocência
Como observar uma flor;
Já que não podia correr no terreiro,
O céu — uma distração de esplendor,
O mundo — um lugar amedrontador
A vida — Um hino d’horror

Que aurora? Que sol? Que vida?
Que noites sem melodias
Nem sabia o que era alegria,
As não ingênuas crianças!
Faziam-me ver estrelas
Deixavam-me de terra, cheia,
Fazendo-me beijar a areia,
Zombeteando de mim até cansar!
[...]
Livre filha nunca foi,
Mas ia bem acostumada,
Vestida como uma boneca treinada,
— Pela minha mãe que não me deixava escolher nada —
Correndo pelas campinas
Das outras garotas pequeninas,
Que batiam em mim com as cadeiras
Pois não podia fugir delas ligeiras
Por varias vezes, quase vi a luz!

Naqueles tempos odiosos
Ia colher as frutas no pomar,
Mas nas árvores não podia escalar,
Porque sabia que iria cair e me quebrar;
Rezava às Ave-Marias
Pedindo a morte das minhas coleguinhas
Adormecia a chorar
Pensando que na futura manhã.

Teria que o preconceito, de novo, enfrentar!

Ao meso tempo que é uma paródia irônica, meu poema faz critica ao bullying, algo nada engraçado, é claro, e que logo farei um artigo sobre, aqui no blog.

Bem espero que tenham gostado, beijos e até a próxima.

domingo, 1 de março de 2015

Folclore Oculto. 5º Episódio; P/5

Olá leitores.
 Demorei mas voltei. A ultima parte está aqui; A continuação, a seguir:

Cissa, sendo Cissa, derrotou Caipora "numa boa". Conseguiu esquivar-se de todos os golpes violentos, mas irracionais da índia monstra, logo desarmou-a e com um chute no ar derrubou Caipora, em seguida apontou-lhe a própria lança. Visualizando a inimiga caída no chão, refletiu o quanto vantajoso fora aprender capoeira nos tempos... bem, nos velhos tempos. Entretanto antes que matasse Caipora, Curupira chegou agindo de forma menos impulsiva. Ele arrastava o Javali gigante pelas cauda não mais em chamas.
_ Olá Caipora _ disse Curupira com sua voz pecularmente irritante. _ O que acha de negociar?
A índia medonha, estava deitada no chão com expressão de pânico, enquanto Cissa apontava-lhe a lança. Ele estava fervendo em raiva, mas lembrou-se que mata-la seria mais do que desnecessário, seria a quebra de uma promessa feita a si mesmo anos atrás. Ele então fincou a lança no chão, e acenou com a cabeça para o Curupira, um oi e um agradecimento pelo amigo ter chegado e impedindo-o de fazer uma besteira.
_ Não vou te matar _ disse Cissa, ele então fitou Núbia caída inconsciente no chão, e respirou fundo. _ Mesmo merecendo muito.
Ele foi até Núbia, enquanto Curupira falava em uma antiga língua indígena com Caipora, negociando a cura do javali em troca dela ir embora para nunca mais voltar.
Cissa verificou o batimento cardíaco de Núbia, é, pareciam normais, mas a testa da garota sangrava muito, a batida fora muito forte. Vê-la desacordada e ferida daquela maneira fez Cissa sentir um aperto no peito, uma preocupação que nunca sentira antes por ninguém.
_ E aí? _ perguntou Cissa voltando-se para Caipora.
_ Aceita ou não aceita? _ disse Curupira que logo pegou uma adaga e apontou para a garganta do javali. _ Ele não é uma criatura natural, é das trevas, não tenho que protege-lo, posso muito bem....
_ Não! _ Disse Caipora fazendo gestos desesperados. _ Não machuca ele _ ela falava as palavras com dificuldade, como uma criança que aprendeu a falar a pouco tempo, porém em tom mais grave.
_ Vá embora então, índia maldita _ disse Cissa enquanto segurava Núbia no colo. _ Sua vingança não é válida com essa menina, ela não tem culpa dos erros de Edgar.
_ E-d-gar... _ disse Caipora rangendo os dentes.
_ É, é _ disse Curupira, _ entendemos plenamente sua raiva, eu entendo também esse raciocínio de vingar-se pela descendente do mal, mas confie em mim, isso não vai resolver nada.

Cissa estreitou os olhos vendo Caipora considerar tanto o que Curupira dizia, ele sempre pensou que houvesse uma rixa entre os dois já que ambos tinham o mesmo papel de proteger a natureza, porém faziam isso de formas diferentes. Curupira era mais pacifico (mas não tanto) e Caipora era sempre violenta, não é atoa que seu nome é um praguejo entre os sertanejos, e na maioria do país. Porém, as semelhanças pareciam causar certo respeito entre os dois, fazendo com que Caipora confiasse na palavra de Curupira, sem contar que fora o próprio Curupira quem imortalizou e fez de Caipora "um espirito da natureza", era como uma aprendiz dele, ou algo do tipo; seja como for, Curupira conseguira persuadir Caipora, e assim, Cissa pode levar Núbia a um lugar seguro e cuidar dos ferimentos de sua menina.
Bem, espero que tenham gostado.Se eu demorar para postar a continuação, saibam que é por que os estudos estão pesados para meu lado, não por motivos costumeiros, tipo.... preguiça. ok? Mas bem. Até a próxima (que eu não sei quando será). e beijos.