quinta-feira, 30 de julho de 2015

Abrindo um novo blog. Novas Assinaturas, Novo Layout, Novas Histórias.

Olá Leitores!
Gostaram da nova cara do blog? Isso é para abrir uma nova fase do C.L, com mais conteúdo (resenha, séries, essas coisas) e espero eu, com todos os autores postando.
Sobre o design: O Mateus criou o fundo (de baixo) e o desenho das assinaturas, e eu fiz... todo o resto, kk. Editei o layout e as assinaturas.
Bem, os próximos posts serão com os autores narrando o que farão daqui para frente etc, até eu, por que esse post foi só para estrear o blog, não eu mesma como escritora (eh... ham?)

Vamos às assinaturas dos rapazes:




Comentem o que acharam! Do layout e tudo.
Beijos.


sexta-feira, 24 de julho de 2015

Folclore Oculto: Adeus? Não. Até logo.

Olá meus queridíssimos leitores.
Trago-lhes a ultima parte de Folclore Oculto, espero que gostem e que, se forem de menor, não façam o que Cissa e Núbia faram . kk 

Adeus? Não. Até logo.


Semanas depois estava tudo decidido. Núbia voltaria para São Paulo terminar o ensino médio e ficar um tempo com Rita. Nas férias ela regressaria ao sítio, e depois... Núbia era bruxa, não vidente, ela realmente não fazia ideia de seu futuro, só sabia com quem compartilharia.
A garota arrumava as malas, pois no dia seguinte voltaria a São Paulo. Era estranho pensar que quando estava lá imaginava que o sitio seria sem graça, e agora notava o quanto a internet e baladas eram chatas comparado a fugir de monstros e aprender magias brancas. Mas de tudo que ela deixaria para trás, havia algo, ou melhor, alguém, que realmente Núbia não sabia como ficaria sem, Cissa. No entanto Núbia estava furiosa com este mesmo, já entardecia e Cissa não veria lhe visitar? No dia seguinte ela iria embora e só voltaria dali meses! E ele sequer se despediria? Porém naquele mesmo instante ela ouviu as batidas, alguém jogava pedras na janela. Núbia foi até tal e visualizou Cissa lá embaixo com seu sorriso maroto fazendo sinal para ela descer.
Núbia sorriu e quando estava descendo as escadas viu Edgar sentado no sofá com olhar distante enquanto bebia alguns goles de vinho.
— Pode ir — disse ele, mesmo Núbia não perguntando nada. — Só espero que seja responsável.
Núbia assentiu contente.
— Prometo que serei, Vô.
Edgar a olhou um tanto surpreso e só então Núbia notou do que o chamara.
— Ah, perdão, Edgar — disse ela.
Edgar sorriu levemente;
— Tudo bem, vá.

Núbia saiu e viu Cissa a esperando na baia.
— Menina! — ele pegou a mão dela. — Preparei algo incrível para hoje. Você vai adorar.
Núbia olhou envolta.
— Já está anoitecendo Cissa. Por que não veio antes?
— Por que não teria graça e eu estava preparando tudo, oras. Vai ser divertido, mas você tem que confiar em mim.
Núbia ficou com um certo medo, ela amava aquele garoto, mas tinha que admitir que ele era um louco.
Cissa, sem pedir obviamente, pegou um dos cavalos de Edgar, um garanhão negro, e junto a Núbia galopou bosque adentro. Ele a levou até a caverna biblioteca que Saci destruiu, mas que Núbia e Cissa já haviam arrumado. Porém, naquele dia além de livros, havia uma fogueira no centro (distante dos livros, claro) garrafas com líquidos estranhos e panos no chão provavelmente para sentarem-se.
— Já ouviu falar da música da terra? — perguntou Cissa sentando-se junto a Núbia, envolta da fogueira.
— Acho que não.
— É uma música que somente bruxos ou coisas do tipo ouvem, você precisa se concentrar e acreditar. — Cissa pegou uma das garrafas. — Beba isso.
— O que você quer, Cissa? — disse Núbia com um sorrisinho inseguro.
— Quero que essa noite seja inesquecível para você, gracinha. Já que vai realmente me deixar — disse cinicamente dramático.
Núbia riu.
— Eu vou voltar.
— É claro que vai! Nem que eu tenha que lhe buscar a força!
Núbia riu e Cissa acariciou o rosto dela.
— Sabe, como fazia parte do trato eu usarei o capuz às vezes, então nunca sei como ou onde vou acordar depois das peripécias de Saci. Mas juro que tentarei me comportar.
Núbia riu.
— Eu sei.
Cissa então franziu os olhos.
— Mas é bom que você também se comporte, hein, menina. Faça uma lista de qualquer moleque que blefar contigo.
— Por quê?
— Uai, quando eu for te visitar eu mato todos, oras.
Núbia riu.
— Pare de falar besteira, Cissa. _ Ela então lembrou-se de algo: _ Ah, você sabe o que significa Xá Po-porã?
Cissa levantou uma sobrancelha.
_ Sim, é uma frase tupi, significa "minha bela ingênua", ou algo do tipo. Por quê?
_ Ah, nada. _ Núbia riu _ esse é o apelido que Curupira deu a Ângela.
Cissa riu.
_ É, eu sei. Acho que ela nem sabe o que significa.
Núbia assentiu.
_ Mas bem. — Ele bebeu o que havia na garrafa. — Isso vai nos ajudar a chegar ao outro plano mais fácil.
— Resumo: nos deixará bêbados — supôs Núbia.
— Exatamente, mas prefiro não pensar assim.
Ele voltou a oferecer a Núbia e ela bebeu apenas um gole, tinha sabor de maracujá com álcool.
Cissa levantou e ajudou Núbia a se levantar também, ele se aproximou dela com as mãos dadas e logo ambos começaram a dançar. Cissa rodopiou Núbia, ela sorriu e fechou os olhos e após alguns segundos ouviu um zumbido, algo longe e profundo; folhas batiam, vários sons noturnos que juntos formavam uma melodia estranha mais envolvente, ela achou loucura no início, mas minutos depois estavam Cissa e Núbia rodopiando pela caverna, gritando, gargalhando e pulando; juntos ou separados. Núbia sequer se lembraria quando ou como, mas bebeu duas daquelas garrafas com líquidos estranhos e Cissa bebeu as outras.


Ela realmente não saberia dizer o que ocorreu, quando começou a dançar daquela forma louca, nem quanto tempo tal devaneio durou, podem ter sido minutos, ou dias! As imagens eram embaraçadas, estava tudo escuro, com alguns  borrões da fogueira ou da camisa branca de Cissa. Núbia nunca sentira-se tão feliz em toda sua vida. Mas tudo acaba: Logo então as pernas da garota enfraqueceram e ela sentiu o cansaço. Caiu no chão, encima de um dos panos ali jogados. Cissa caiu um pouco mais distante, mas ao ver Núbia deitada e rindo que nem louca, meio que se arrastou até ela. Ele ficou do lado dela apoiado pelo braço.
— Está feliz menina? — disse ele acariciando-a.
Ela assentiu.
— Muito! O que aconteceu? — Núbia riu. — Você me embriagou!
Cissa gargalhou.
— Você se embriagou! — Ele a beijou no rosto e nos lábios, depois debruçou-se sobre ela e prosseguiu a beijando. — Eu te amo muito Núbia Cabrall — murmurou no ouvido dela — Você é tudo pra mim, menina. É a única coisa boa que já me aconteceu.
— Eu também te amo, menino, amo muito!
Núbia voltou a rir mais um pouco e bocejou. Cissa deu-lhe mais um beijo no rosto.
— Está cansada? — perguntou ele.
— Sim. Preciso voltar pra casa.
Cissa sorriu maroto.
— Nem pensar. Você vai ficar comigo essa noite. — Ele pegou um pano dobrado ao lado e o estendeu sobre Núbia, como um cobertor. — Vou cuidar de você. Essa noite e sempre, minha menina.
Núbia sorriu e deu de ombros. Cissa a puxou pela cintura, depois deu-lhe um beijo na testa, já a garota simplesmente se aconchegou no rapaz esquecendo-se totalmente que havia uma casa a se voltar. Assim dormiram abraçados.
...
Núbia não sabia o que dizer a Edgar quando chegasse em casa, dormiu fora, estava encharcada já que Cissa havia a levado ao lago praticamente a força, a pegando no colo sem lhe dar muita opção de fuga. Foi divertido, maravilhoso, óbvio, mas agora que voltava ao mundo real ela começava a notar o quão estava encrencada.
Os dois pararam na baia e observaram o casarão.
— Tentarei voltar aqui para me despedir — disse Cissa beijando a mão de Núbia.
Núbia sorriu e acariciou a trança que Cissa fez em seus cabelos.
— Bom mesmo.
— Só espero que Edgar não esteja lá na hora, sabe, se ele me odiava antes, depois dessa noite vai querer voltar a me matar.
Núbia riu.
— Também acho. Mas bem, o que interessa é que pelo menos o capuz ele já esqueceu.
Cissa sorriu torto.
— É, agora essa responsabilidade é minha. Ás vezes minha vontade é queimar aquele pedaço de pano desgraçado.
— Cissa! — Núbia por um momento conjecturou — Eh... isso seria possível?
— Não, já tentei, acredite.
Núbia entortou os lábios.
_ Então só cumpra o trato, mas não deixe de ser o Cissa.
_ Jamais.
Cissa acariciou o rosto de Núbia e a beijou.
...
É obvio que quando Edgar viu Núbia quis matar Cissa, mas por algum motivo a única coisa que disse foi: Vá banhar-se, vista-se de forma apropriada, depois conversamos.
Edgar fez um pequeno interrogatório e com seus dons soube que tudo que Núbia dissera era verdade, então, ok.

15:00

O Taxi que Edgar chamara já estava a espera de Núbia, ela prendeu os dois colares no pescoço, os presentes de Cissa e Lia, se olhou no espelho do quarto pela ultima vez, estava ainda com a trança feita por Cissa e com uma tristeza horrível. Desceu as escadas e expressou um sorriso a Edgar que estava sentado no sofá da sala e somente acenou. Ela poderia achar tal despedida um tanto fria, mas sabia que aquilo já era de mais vindo de Edgar Cabrall, sem contar, que mesmo mais aprazível, ele só estava mais reservado desde que Lia se fora.
Núbia visualizou o motorista encostado no carro, estava tudo pronto, era só ela ir, mas sentia que ainda não podia, olhou em volta, fitou a baia e concluiu que Cissa não viria.
Quando estava entrando no carro ouviu o chamado.
Cissa saiu da mata correndo, acenou para o taxista que já parecia entediado depois de tanta espera e fitou Núbia com uma expressão totalmente perdida.
— Eh... veio se despedir? — disse Núbia.
— Bem. Ir contigo eu não posso — debochou ele.
Núbia deu uma bofetada no ombro de Cissa, que sorriu, mas depois voltou a sua expressão perdida.
— Eu não faço ideia do que digo, menina. Sou esperto para dizer as coisas certas na hora de conseguir algo, mas agora, em uma simples despedida... não faço a mínima ideia do que dizer.
Núbia sorriu.
— Tchau?
Cissa negou com a cabeça.
— Acho que não, prefiro até logo. O que acha?
Núbia sorriu e assentiu. Ela olhou para o casarão e para o bosque com tristeza.
— Até logo — disse ela em um murmúrio distante.
Cissa a beijou de leve nos lábios.
— Até logo, menina.

Núbia entrou no taxi e quando o carro deu a partida tentou não olhar para trás, mas em certa parte do caminho de terra não resistiu e se virou, ficando de joelho no banco traseiro, e para sua grande surpresa, Cissa ainda estava lá, a fitando partir com um pequeno sorriso que expressava uma simples e inconfundível mensagem: “isso é somente o começo, menina, de uma outra longa história”.
(imaginem uma musiquinha triste)




Bem, devo agradecer a todos que acompanharam a série, foi realmente uma experiência ótima, Folclore Oculto era para ser uma série qualquer só para ter o que postar aqui, mas com o tempo acabei melhorando e interessando-me mais pela história até que tal ficou como uma das melhores que já fiz e amei também kk ( e tem o Cissa, cara, CISSA! S2). Para vocês terem uma ideia, no total da série foram 82 páginas (não é o bastante para um livro, mas também não é pouco).

Por mim eu faria sim uma “segunda temporada”, aliás, tal já foi criada na minha cabecinha meio que sem querer, mas só irei escreve-la se eu tiver certeza que haverá leitores, então, comentem se querem mesmo uma nova fase de F.O, se não, há muitas outras histórias para contar (se depender de mim esse blog não morre, kk).
Espero que tenham gostado, que comentem, e que eu os veja também em outros posts.
Super-beijos e até logo ;) (adeus jamais, hein).

quarta-feira, 22 de julho de 2015

A Existência de Vida Extraterrestre.

Olá humanos (ou não?)


Bem, hoje trarei algo um tanto diferente para vocês, um artigo de opinião com o tema: vida extraterrestre. Esse artigo fiz há meses atrás, mas resolvi postar agora pois vi a notícia de que Stephen Hawking junto a um milionário russo está atrás de vida extraterrestre! Entendam, não é qualquer louco, é Hawking, o maior gênio da atualidade (não sabe quem é? Poxa, meu filho, você deve estudar mais, todavia; É um cara que não se meche, vive numa cadeira de rodas, fala por uma máquina, mas é o maior físico da atualidade e a pouco tempo teve um filme contando a história dele e sua ex esposa, com o título A Teoria de Tudo, que também é um livro. Ajudou? rss).


A existência de vida extraterrestre.

Já é fato científico a imensidão do universo e, que a Terra é somente um pequeno planeta que orbita uma estrela média que pertence a uma galáxia insignificante comparada a tantas outras maiores e mais incríveis, assim concluo que se nosso planeta fosse realmente o único a ter vida, o universo seria uma infinita perca de tempo.
A existência de vida inteligente extraterrestre é um pensamento um tanto lógico, já a presença destes mesmos em nosso planeta é uma conjectura controversa. Porém, aqueles que acreditam que alienígenas estão entre nós, ou ao menos já estiveram não tem tal pensamento por pouco. Há vários registros de aparecimentos e pessoas convencidas que até tiveram contato com seres de outro planeta. Vamos concordar que acreditar em tudo que se ouve e vê chega a ser estulto, ainda mais nos tempos atuais onde as pessoas fazem qualquer coisa por meros segundos de fama e registros fotográficos ou vídeos podem ser simples farsas criadas por meio de edição. Porém, se regressarmos na história veremos que em tempos antigos já se falavam sobre isso, idealizavam criaturas vindas do céu etc. Os chamados óvnis (ou OVNI objeto voador não identificado) são notados em pinturas clássicas, fotos antigas do tempo em que edições seriam impossíveis e até mesmo escrituras milenares.

(musiquinha de suspense, tan-tan-tan-tantan-tan-tan-tan, tan-tan-tan-taaaaan, ohhhh)

Agora sem provas materiais, no entanto orais, creio que se a existência de tais criaturas fosse algo citado algumas vezes seria compressiva a descrença sobre, mas são vários relatos de divergentes anos em diversos locais, pessoa abduzidas, que viram supostos óvnis no céu, é impossível tudo ser uma ilusão mutua.
É claro que há casos em que óvnis são balões meteorológicos e as abduções efeitos de drogas ou a chamada Paralisia do Sono, porém há também relatos em que é indiscutível a presença extraterrestre nos fatos.
Obviamente, que a mídia sensacionalista de hoje inventa muito e faz da vida extraterrestre uma verdadeira tempestade num copo da água, idealizando estas criaturas como seres poderosos e maléficos que querem a extinção humana (como se nossa espécie fosse realmente tão importante). Ao meu ver, os extraterrestres são como qualquer outra criatura, porém com uma tecnologia mais avançada por serem mais antigos (pode parecer estranho, mas a Terra é um astro novíssimo comparado  a grande parte do universo). Devemos parar de pensar em vida alienígena como algo surreal, pois a vida fora da Terra é algo totalmente natural e levada muito a sério pela ciência atual, com até um ramo específico chamado Astrobiologia.
(como alguém pode ter medo deles, são tão fofinhos)

Todavia devemos compreender que essas espécies extraterrestres não são exatamente iguais a nós, além do mais, pertencem a um planeta diferente assim evoluíram em um ecossistema divergente ao nosso e isso é outro argumento que fortifica a existência de vida fora da Terra.
 A ciência atual cita várias formas de como a vida iniciou-se em nosso planeta, mas uma coisa é certa, a vida demora, mas surgi em peculiares lugares, pois evolui o necessário para adaptação do local em questão. Notamos isso na própria Terra, animais que vivem nos polos terrestres se adaptam e tem todo o organismo adequado para o frio intenso, diferente de uma espécie originada dos desertos ou de uma outra de locais tropicais, enfim, um planeta não precisa necessariamente ser igual a Terra para ter vida, pois com o tempo e misturas químicas a vida pode surgir sim nos locais mais precários, e evoluir nestes mesmos, pensando dessa maneira concluímos que não só há muitos planetas com vida, como que existe uma diversidade espécies impensáveis a nosso limitado conhecimento. 
 
(algumas descrições de Extraterrestres, como é notório, não é uma épecie só que visita nosso planeta)

Então surgi a pergunta mais comum entre os céticos: Se extraterrestres existem, por que não se comunicam? E eu respondo tal pergunta com outra: Por que se comunicariam?
Creio que há dois motivos principais de o porquê desse ocultismo por parte dos extraterrestres. Primeiro: Eles não querem interferir em nossa cultura e sociedade. Para melhor compreensão pode-se citar as várias tribos indígenas do Brasil que nunca tiveram muito contato com o "homem branco", isso por que a sociedade não quer interferir em sua cultura, seria a mesma coisa com os extraterrestres, se eles estão aqui a tanto tempo como se supõe, já devem ter notado como são os seres humanos e sabem que se tivermos a confirmação que não estamos sozinhos, grande parte da humanidade entrará em pânico e a outra sem prova alguma concluirá que estas criaturas são uma ameaça e assim iniciarão uma guerra, pois é triste, mas verídico que nossa espécie adora resolver as coisas com guerra; e é isso que cria a segunda hipótese do motivo para a não comunicação: Suponham-se que por um acaso encontrássemos uma civilização que mata e violenta um igual a ele, muitas vezes por prazer; que é egoísta, e que banaliza o próprio planeta sem consciência alguma, assim obviamente não  iria-se jamais querer se comunicar com tal espécie, quem sabe entende-la por observação distante e a estudando, mas jamais tentar se relacionar com tais e francamente, somos exatamente assim, o que torna indiscutível e óbvio que nós terráqueos não estamos preparados, sequer capacitados para tal comunicação, por isso ela não é feita.

(se fosse outro já teria se jogado da montanha, foda-se o mundo)

( A cara do ET, tipo: Não acredito que me mandaram aqui para isso, ninguém merece)

  Enfim, os mistérios sobre alienígenas é algo que durará muitos anos, mas que eles existem é notório. Creio que o medo natural que o ser humano tem de tudo que não conhece pode fazer com que seja mais confortante negar os fatos e continuar com a ilusão de ser a mais e única criatura inteligente do universo, de estar no topo da pirâmide de espécies e que se ouve um criador, criou somente a Terra com vida e que o restante do universo seria somente para deslumbrarmos em nosso céu anoitecido, porém a verdade é que não estamos sozinhos, jamais estivemos.



Espero que tenham gostado, eu particularmente amo tal assunto, acho que isso é bem visivel nessa foto:
(Mateus sabe me fazer feliz, kk,Ninguém me desenharia melhor S2)

Bem, comentem o que acharam, se acreditam ou não, argumentem! Beijos, Qualquer dúvida, também podem perguntar.

sábado, 18 de julho de 2015

Folclore Oculto: As Decisões Finais



Olá leitores. Sem muitas delongas vamos a essa penúltima parte, onde teremos casais e como diz o próprio título, decisões. 

8 As decisões finais

Chegando ao seu quarto, Núbia visualizou a janela aberta, a fechou e só então notou o gorro vermelho no criado mudo ao lado de sua cama. Ela arregalou os olhos e logo ouviu aquela voz inconfundível.
— Oi menina.
Ela virou e se deparou com Cissa e seu sorriso maroto.
Núbia o abraçou e Cissa a levantou e a girou.
— Minha menina — disse ele beijando o pescoço e ombro de Núbia.
Ela se afastou dele e Cissa a soltou.
— O que aconteceu? — disse Núbia totalmente perdida.
— Não sei ao certo. Acordei na minha cabana com o capuz ao meu lado, creio que o próprio Saci o tirou, dai eu trouxe ele para você, acho que é mais seguro, por enquanto.
Núbia assentiu sorridente.
— Sem dúvida alguma é, portanto que Edgar também não saiba disso. Do que se lembra?
— Algumas coisas. Lutei bastante para que o Saci não lhe matasse, você é meio provocativa, sabia? Fico feliz pelo feitiço de proteção que fiz no colar tenha dado certo, e mais ainda por você ter sido tão esperta. Ah! Sinto muito pela perna de Edgar.
Núbia expressou orgulho, porém Cissa prosseguiu.
— Mentira, sinto nada, ele merecia.
Núbia ficou carrancuda e Cissa riu.
— Seja como for, o Saci realmente deixou de ser um demônio, eu devo ter sido um rapaz muito bom, pois acredite, em outras épocas ele jamais aceitaria seus tratos, mesmo sendo estes muito bons.
— Eu imaginei — disse Núbia —, mas o que interessa é que deu tudo certo. Eu consegui o que eu queria.
— A é? E o que a você queria?
— Eu queria que você e Edgar não se matassem. Não queria escolher entre vocês, queria que ambos mudassem, fossem pessoas melhores e...
— Eu sempre fui melhor que Edgar gracinha — disse Cissa convencido. — Mas devo admitir que ele parece mais confiável agora.
— Mas o que ele já fez... é meio difícil de perdoar, sabe. Eu sinto-me perdida, nunca sei se estou fazendo a coisa certa.
— Você transformou dois monstros em pessoas boazinhas, eu acho que sim, você está fazendo tudo certinho — disse Cissa —. Sem contar que sobre os crimes passados de Edgar, bem, os castigos em vida são piores do que você imagina, menina, não se preocupe, seu avô vai se ferrar muito ainda.
— Nossa, reconfortante — ironizou Núbia.
Cissa sorriu e acariciou os cabelos da garota.
— E eu? Você me perdoa? Consegue esquecer tudo que fiz?
Núbia realmente não queria responder aquela pergunta. Não, ela não conseguia esquecer tudo, mas ao menos acreditava que as coisas podiam mudar.
— Eu... Acho que a vida já o castigou o bastante, já pode ser feliz agora, Cissa.
Ele sorriu e aproximou os rostos.
— Eu serei, com você ao meu lado, minha namorada. É só você que me faz feliz
Cissa ia beija-la, mas Núbia o impediu.
— Ah, só para constar. O pedido em namoro demorou um pouco, não acha?
— Foi para deixar mais emocionante, oras — disse Cissa como se aquilo fosse óbvio.
Núbia revirou os olhos, mas sorriu. Cissa então a pegou pela cintura e enfim a beijou
...
Na manhã seguinte Núbia quase caiu da escada ao ver aquela cena surreal. Edgar e Lia sentados no sofá olhando a tela de um Notebook. O que deixou Núbia pasma não foi o fato deles possuírem um notebook e sim a forma como se comportavam. Os dois estavam com os ombros juntos, de forma amigável, conversando sem tantas brigas e em alguns momentos, enquanto olhava a tela do computador em seu colo, Lia deitou a cabeça no ombro de Edgar, e ele acariciou os cabelos dela e a envolveu com o braço. Núbia por curiosidade aproveitou o distraio de ambos e espiou rapidamente o quarto onde Lia havia dormido nas ultimas semanas. O quarto estava arrumado e fechado como no dia anterior, o que fez Núbia conjecturar que Lia sequer dormira lá, o que significava que... A garota preferiu não concluir o pensamento.
Desceu as escadas e ouviu parte da conversa, entendendo que Lia procurava um perna mecânica para Edgar:



_ E essa? _ disse Lia apontando para a tela.
Edgar fez cara feia e negou com a cabeça.
_ Edgar, você não gosta de nada, homem! _ disse ela, bufando.
Edgar suspirou.
_ Perdão querida, mas... _ ele olhou para a calça social sem volume pela perca da perna. _ Ainda não aceitei muito isso.
_ Ah, e passar o tempo todo sentado ou se transformando em fumaça ajudará muito na recuperação _ ironizou Lia. Ela colocou a mão na face dele, _ Não seja idiota, Edgar Cabrall, tão pouco um melancólico dramático. Você sempre foi forte para tudo, corajoso e inteligente, perder uma perna não é nada para você _ Lia virou a tela do notebook para Edgar _ e colocar outra também não _ prosseguiu ela com um sorriso de garota propaganda.
Edgar conseguiu expressar uma risada cansada, e Lia deu-lhe um rápido beijo na boca.
Só então ela notou Núbia nas escadas.
_ Oi Mocinha _ disse ela em um sorrisinho.
Edgar também voltou-se a Núbia e acenou com a cabeça.
Núbia também cumprimentou os dois e a pedido de ambos, sentou-se junto a eles.
...
Depois do café da manhã Ângela foi visitar o casarão, porém sequer ficou muito tempo conversando com Lia, isso por que de forma indireta Liara deu a entender que queria ficar a sós com Edgar.
Ângela e Núbia então caminharam pela mata, Ângela assustava-se a cada galho quebrado e pássaros fazendo barulhos nas arvores, mas tirando isso estava tudo indo muito bem.
_ O que acha que significa aquilo? _ disse Núbia.
Ângela demorou para compreender.
_ Lia e Edgar? _ supôs ela e Núbia assentiu. _ Normal, desde que trabalho aqui eles tem uma minoria de momentos onde parecem dois apaixonados, e uma maioria onde são inimigos ferozes. Sabe como é, Edgar pode fazer de tudo, mas ele sempre será a única pessoa que Lia amou mesmo em tantos séculos de vida, então ela não consegui simplesmente odiá-lo, ela só fingi conseguir, e Edgar... bem, ele amou outra pessoa antes de conhecer Lia, mas depois foi só ela, mais ninguém; quer dizer, brigar e depois se reconciliar é o maior prazer da vida deles; contudo... não sei, creio que dessa vez tenha algo a mais.
_ Tipo?
_ Você viu como está Edgar? Não gosto dele, mas também não o detesto, seja como for, sinto que ele está triste, muito triste e isso é triste.
Núbia balançou de leve a cabeça, conversar com Ângela ás vezes era meio confuso.
_ OK, bem, ele perdeu a perna, isso não deixa ninguém muito feliz. _ Ângela fitou Núbia com os olhos franzidos como se dissesse: Está brincando com minha cara? Núbia deu de ombros e prosseguiu: _ Mas sim, acho que ele esconde algo.
_ Pior, Lia esconde algo, ou melhor, acha que esconde, mas Edgar já sabe, já entendeu o porquê ela está tão carinhosa.
_ E por que ela está tão carinhosa?
Ângela deu de ombros.
_ Não sei, quem descobriu tudo foi Edgar, não eu.
Núbia revirou os olhos. Algo então passou-lhe pela mente e ela abriu um sorrisinho espontâneo.
_ Sabe Ângela, ontem creio que todos teriam se matado se não fosse uma pessoa em especial, o Curupira, ele salvou o dia!
Os braços de Ângela se arrepiaram ao ouvir o nome.
_ Ah... É, ele sempre resolve tudo, salva tudo.
_ Então.... _ Núbia conseguiu coragem para tocar no assunto que lhe perturbava _. O Cissa me disse uma vez que o Curupira... bem, ele gosta de você.
Ângela deu de ombros.
_ Óbvio, ele é meu amigo, oras, óbvio que gosta de mim.
_ É assim que o vê?
Ângela fitou Núbia.
_ Como mais seria? Não sei o que Cissa lhe contou, mas... Eu e Curupira somos só amigos, nada mais poderia haver além disso. _ Ângela olhou para os lados, nervosa. _ É complicado _ murmurou ela.
_ Olha, eu sei que o Curupira não é a criatura mais bonita do mundo, mas ele é legal _ disse Núbia dando de ombros.
Ângela estreitou os olhos.
_ Não é isso. Não, não. Não é esse o problema _ ela voltou a olhar para os lados e murmurar: _ Curupira é incrível, mas é complicado, ele não pode... _ Ângela chacoalhou a cabeça nervosa mas tentou prosseguir: _ ele é... _ Antes de terminar a frase Ângela sentiu o cheiro de algo e arregalou os olhos. _ Sente esse perfume de grama cortada?
Antes que Núbia respondesse, uma voz falou a frente delas:
_ Olá _ disse Curupira.
Ângela deixou escapar um grito de espanto.
_ Calma Ângela _ disse Curupira segurando na mão dela. Ele sorriu com seus dentes verdes e afiados _ Sou eu. Perdão, não queria assusta-la xá Po-porã
_ Tudo bem, tudo me assusta _ disse Ângela encolhendo os ombros.
_ Xá Po... o que? _ perguntou Núbia confusa.
_ Xá Po-porã _ corrigiu Curupira _, é um apelido.
Ângela assentiu com um sorrisinho.
_ Meu apelido _ ela repentinamente ficou com expressão confusa _ que eu nem sei o que significa. _ Ela voltou a sorrir _ Mas é indígena.
Curupira assentiu e os dois trocaram sorrisos.
Núbia observou os dois com um sorrisinho, eram fofos, mas algo os atrapalhava e Ângela sequer conseguira dizer o que.

 Núbia teve que agradecer Curupira pelo que fizera no dia anterior, com a ônix, ele dissera que não foi nada e que só completou a magia que Cissa já criara, ele até fez a proposta dela ser sua aprendiz, o que era muito bom, além do mais, Curupira era filho direto da mão terra, ele sabia sobre mágia branca como ninguém.
— Eu adoraria — disse Núbia. — Sério, seria ótimo. Mas nem sei se seria capaz. Você já teve aprendizes mulheres?
Curupira assentiu.
— A Caipora.
Núbia arregalou os olhos e fez cara feia, já Ângela se abraçou com medo.
— Ah, mas não se preocupe, quando a conheci ela já era daquele jeito, não fui eu que a deixei assim. Quem sabe só a tenha deixado um pouco mais louca, mas sei lá... _ disse Curupira, depois fitou Ângela _ E não se preocupe, Xá Po-porã, ela está longe .
_ O que aconteceu? _ perguntou Núbia.
_ Caipora não se dá muito bem com Ângela _ explicou Curupira.
_ Índia ruim _ disse Ângela. _ Ela fica me assustando, rosnando para mim e me ameaçando com pedaços de pau.
_ Isso também _ disse Curupira arqueando as sobrancelhas. _ Mas ela faz isso com todos, Xá Po-porã, não se preocupe. _ Ele beijou a mão de Ângela e lançou-lhe um sorriso carinhoso. Depois voltou-se a Núbia. _ Mas voltando ao assunto de você ser minha aprendiz. Eu também ensinei algumas coisas para Inaiê. — Núbia ficou com expressão confusa e Curupira pareceu surpreso. — Edgar nunca te contou sobre Inaiê? — Núbia negou com a cabeça —. Ele realmente não presta. Inaiê é sua tataravó, a primeira esposa do Edgar.
— Ah!
— Ela era uma índia incrível, nunca consegui entender como alguém que amou Inaiê pode ter se apaixonado pela Iara, ou Liara, tanto faz, não gosto dela de qualquer forma.
— É, eu já notei isso.
— Mas bem, você lembra um pouco Inaiê, principalmente pela coragem, ás vezes meio idiota, mas corajosa.
Núbia revirou os olhos
— Ok, mas eu realmente não sei o que farei daqui em diante, então... Não posso confirmar nada.
— Você tem muito tempo para pensar sobre minha proposta, Cabrall.
_ Mas é uma ótima proposta _ animou Ângela. _ Eu até aprenderia magia se já não tivesse sido tão afetada por ela.
Curupira a olhou com benevolência.
Logo Ângela disse que queria voltar para casa e Curupira a acompanhou pelo bosque, enquanto Núbia resolveu procurar Cissa em sua cabana.
...
Naquele mesmo dia, ao entardecer, Edgar chamou Núbia até o escritório. Ele estava sentado na cadeira central da mesa negra. Ainda não tinha resolvido nada sobre a perna decepada, por isso passava a maior parte do tempo sentado.
Núbia sentou a frente de Edgar e notou a papelada na mesa.
— O que é isso?
— Documentos — respondeu Edgar. — Queria que assinasse alguns.
— Eu? Por quê?
— Faz parte da democracia que assine-se papéis para ter direitos a bens.
Núbia achou não ter ouvido direito e Edgar sorriu de leve.
— Você não entendeu errado, Núbia Cabrall. Não sei o quanto ouviu de minha conversa com Saci. Mas, vamos dizer que cansei da imortalidade. Estou resolvendo meu testamento e acho que é mais do que óbvio que tudo ficará para ti.
Núbia estava pasma.
— Eu... agradeço, mas acho que você tem mais parentes, não é?
— Provavelmente, mas eu só considero você.
Núbia tentou sorrir, mas estava difícil. Ótimo, ela ficaria rica e provavelmente louca com tudo aquilo. Sem contar que só de pensar no que Edgar fez na vida para conseguir todos os bens que tinha já a deixava mal por aceitar algo assim.
— Edgar... você disse que já planejou sua morte, certo?
Edgar deu de ombros.
— Algo um tanto lógico. — Edgar olhou por cima dos ombros de Núbia e só seguindo o olhar dele que a garota notou dois quadros a mais na parede. Ambos mostravam mulheres da cintura para cima.
Um era Lia, com seus cabelos cor de ouro soltos, uma maquiagem elegante, e um vestido azul  justo e brilhante, com as mangas e o busto cobertos por um pano transparente, e a outra uma Índia muito bela, com cabelos longos, vários colares de pedra e uma roupa simples e negra. Com a conversa que tivera com Curupira mais cedo Núbia sabia quem era.
— São suas duas esposas?
Edgar assentiu.
— As duas tinham personalidade forte, eram complicadas, poderosas, lindíssimas, me deram trabalho igualmente e... eu as amei também da mesma forma e em épocas diferentes, é claro.
Núbia entortou os lábios, Edgar realmente parecia um daqueles homens sofredores com desilusões amorosas, algo que nem combinava muito com ele. A garota então notou algo.
— Cadê Lia?
— Exatamente isso. Ela não está mais aqui, a perdi como Inaiê. A diferença é que o que ocorreu com Inaiê foi uma fatalidade, já Lia... foi uma escolha, quase imutável.
— Ela foi embora? — disse Núbia pasma.
Edgar assentiu. Núbia sabia que Lia era meio fria, mas nem para se despedir, sacanagem.
— Ela é imprevisível mesmo — disse Edgar como se lesse os pensamentos de Núbia. — Além que isso era meio óbvio, ela, como qualquer outra criatura, deve seguir o que a mãe terra lhe desígna, ela é a Iara, nada mais que isso. — ele colou um colar com o pingente de cristal azul na mesa — isso foi o presente dela para você, uma despedida indireta.
Núbia pegou o colar com um sorrisinho. Ela então fitou Edgar, que parecia mais infeliz que o normal. E novamente ele respondeu os pensamentos de Núbia.
— Não, eu não ganhei presente algum de despedida — disse Edgar, ele então abriu um rápido sorrisinho. — Ao menos não algo material.
Núbia fez cara feia e Edgar riu.
— Sim, é melhor você não perguntar — disse ele.
— Pare de ler minha mente! — exclamou Núbia.
— Não estou lendo sua mente, estou somente supondo seus pensamentos e pelo visto, não errei nada até agora.
Núbia riu. Era estranho pensar em Edgar como uma pessoa agradável, mas também era impossível não gostar dessa metamorfose.
— Sinto muito, por Lia, sei que você gostava realmente dela — disse Núbia.
— Não posso fazer nada — disse Edgar dando de ombros —, mereço tudo que está me acontecendo. Mas ainda sinto-me mal, só irei me perdoar quando as coisas acontecerem da forma que devem acontecer.
— Está falando de sua morte?
Edgar assentiu.
— Sim, darei um tempo para resolver certos assuntos, depois procurarei Lia, ou melhor, Iara. Quero que ela faça o que deveria ter feito há anos atrás.
— Quer morrer pelas mãos da sua ex-esposa? — disse Núbia pasma.
— Nada mais justo. Eu irei adorar.
Núbia balançou a cabeça negativamente.
— Edgar, isso é loucura, você...
— Não Criança, nada mudará meus planos. Quero que saiba que você é de crucial importância para mim. Não faz ideia do quanto.
Núbia sorriu.
— Você também é importante para mim.
Edgar aproximou os papéis de Núbia.
— Então assine isso, por favor. Ficarei mais tranquilo.
(era para ser o desenho da inaiê mas... não deu, então vai esse mesmo)


Núbia ponderou, mas assinou.
E aí, o que acharam? Comentem! (provavelmente as indiretas sobre Lia e Edgar foram tão traumatizantes quanto a parte em que Ângela devora cadáveres de criança no segundo episódio, kk).
Bem, o próximo post também será o ultimo da série :( Contudo, quem sabe eu post alguns especiais a parte, que contará a história dos personagens importantes, mas não protagonistas (a história de Edgar e Lia por exemplo). Bem, isso é com vocês.
Até...

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Folclore Oculto: Mais um Trato entre Cabrall e Saci

Olá seus lindos, hoje trago-lhes a sétima parte do final de Folclore Oculto, prontos? 

7 Mais um Trato entre Cabrall e Saci

Núbia não saberia dizer o que aconteceu, ou qual magia usou, simplesmente seguiu seus extintos, a paisagem a sua volta tornava-se um borrão e logo ela se viu de frente com a entrada da caverna\biblioteca de Cissa. Achou estranho logo esse local ter sido escolhido por Saci, quem sabe Cissa ainda lutasse pelo controle próprio, por isso estava afetando nas decisões de Saci.
Núbia entrou na caverna com cautela e segurou o grito ao ver a cena lá presente. Edgar estava amarrado em uma cadeira negra e coberto de cortes e sangue, ainda sim permanecia com expressão séria e inabalável, Saci pulava com sua única perna envolta de Edgar. Uma característica também desconhecida sobre Saci era que além de ter uma das pernas decepada, esta mesma jorrava sangue constantemente.

— Quanto mais se fizer de forte Edgar, mais lhe torturarei — dizia o Saci. — Olhe para você. Está velho, acabado, já passou da sua hora Cabrall.
— Concordo plenamente — disse Edgar. — Mas não será você o finalizador de minha vida, já planejei isso.
— Planejou sua morte? — questionou saci surpreso, mas com sorriso irônico.
Edgar assentiu naturalmente e Saci gargalhou.
Núbia achou que aquela era a hora certa, avançou com as mãos estendidas. Os livros nas paredes começaram a voar pelo o espaço circular. Saci voltou-se a Núbia com um sorriso sádico.


— A menina Cabrall também é bruxa! — disse ele.
— O que aconteceu com seus olhos? — perguntou Edgar com estranhamento.
Núbia ignorou ambos.
— Saci, solte Edgar, você pode se arrepender de tudo que está fazendo.
— Posso é? — ele se aproximou de Núbia, tinha odor de enxofre misturado com fumaça. — Por que menina? O que você pode fazer contra mim?
— Eu?  Nada. Você se fará arrepender-se. — Núbia sorriu. — Sabe algo que me veio a cabeça agora: Por que está me chamando de menina? Ou melhor. Por que não me mata? Sou uma Cabrall, estou te ameaçando!
O Saci franziu seus olhos vermelhos.
— Você é menina, oras, e eu vou te matar, mas não agora.
 Saci abanou as mãos provavelmente tentando afastar Núbia, mas seu poder não a afetou, o que o próprio estranhou; um campo de força protegia Núbia, a ônix.
— Você não pode fazer nada comigo — Núbia mostrou a ônix em seu pescoço e Saci levantou uma sobrancelha.
Três mines furacões surgiram repentinamente todos foram em direção a Núbia, mas ao se aproximarem sumiram. O saci começava a ficar com raiva e Núbia permanecia de braços cruzado despreocupada.
— Por que você não desiste? — disse Núbia.
Edgar soltou uma risadinha como se dissesse: essa é minha garota.
Saci deu uma bofetada na cara de Edgar que tirou mais sangue do homem, Núbia por impulso deu um soco no rosto de Saci que ao tentar agarra-la novamente não a conseguiu tocar.
— Ninguém seria capaz de fazer uma proteção assim contra mim — argumentou Saci.
— A não ser você mesmo — disse Núbia. — Você tem que lembrar-se de algo, tem que entender. Não precisa mais ser um demônio, Saci, pode ser livre com seu poder! Pode ser humano quando quiser e Saci quando necessário!
— Isso seria uma ótima proposta menina, mas meus desejos agora são outros, e você está me atrapalhando.
Saci mesmo não podendo tocar em Núbia, formou uma louca ilusão em volta da garota deixando-a confusa. Núbia visualizava Edgar depois ele sumia, Saci aparecia e desaparecia como vento. A sala parecia girar.
Os sons também se misturavam, a voz um tanto roca de Edgar dizendo para Núbia se acalmar e se concentrar “criança ele quer te enlouquecer, não deixe, seja forte”.  A risada de Saci cercando-a. “ não preciso toca-la para destruí-la menina”
— Para! — dizia Núbia.
Logo uma memória desagradável lhe veio a mente. De tudo que descobriu sobre o passado de Cissa havia algo que ela tentava ao máximo não pensar de tão atormentador, mas naquele momento parecia a única solução.
— Você não quer fazer nada comigo Saci — disse Núbia em voz confiante —. Não quer repetir o mesmo erro. Diga-me, você realmente não lembra de nada da época em que era  humano, de sua primeira vida? Sabe, quando ainda era escravo e se apaixonou por uma moça branca. Você lembra o que fez com ela Saci?
A sala respectivamente parou, e Núbia se deparou com Saci a encarando com fúria. Núbia aproximou seu rosto do daquela horrenda criatura.

— Você não se lembra dela, Saci? De ter a matado?
— Eu arranquei a cabeça dela com um machado — disse ele de forma aérea — eu... estava louco.
— Não se arrependeu depois?
— Não. Ela merecia.
— Por que ela não retribuía seus sentimentos, certo?
O Saci parecia confuso e desconfiado, mas ainda sim respondia as perguntas de Núbia.
— Creio que tenha sido isso.
— A menina, Saci, ela merece morrer?
— A menina... — Saci arregalou os olhos. — Você é a menina!
Núbia sorriu.
— Você se lembra.
Os olhos de Saci mudavam do cinza ao vermelho, piscando de forma frenética.


— Eu... nunca mais faria o que fiz. Mas... não quero voltar ao esquecimento.
Núbia compreendeu que o Saci humano era aquele de séculos atrás, o Cissa era alguém diferente, que surgiu para uma iniciativa divergente, que tinha ideias dessemelhantes, por isso Saci lembraria dos acontecimentos mais antigos, não o que viveu com Núbia, porém, Cissa lembrava-se de absolutamente tudo, por isso citando aquele acontecimento ela conseguiu despertar os dois lados. Cissa e Saci estavam juntos.
— Eu sei que não faria mais isso Cissa. E você não cairá no esquecimento Saci. O mundo natural depende do sobrenatural. Eu só acho que há como separarem as coisas de forma passiva.
O Saci franziu os olhos.
— E como posso saber que se eu deixar o tal Cissa voltar vocês deixaram que eu também volte algum dia.
— Tem minha palavra.
— A palavra de uma Cabrall? — disse ele com deboche.
— Saci, você poderá deixar de ser um demônio, mas continuará com os poderes, pode ser uma criatura poderosa, mas livre! O Cissa limpará sua imagem, como já estava fazendo e você usará seus poderes por conta própria! Mas... de preferencia sem muita crueldade.
O Saci sorriu sádico.
— Isso não posso garantir.
— É uma ótima proposta — comentou Edgar do nada.
O Saci fitou Edgar.
— Quem sabe, mas e minha vingança com Edgar Cabrall, menina, qual sua proposta para salvar seu parente?
Núbia tentou pensar em algo, mas sabia que era impossível convencer Saci a não matar Edgar.
— Eu já disse que irei morrer de qualquer forma — disse Edgar notando que Núbia estava sem ideias. — Já não está bom para você? Eu morrerei de forma bem dolorosa, aliás. Não é ótimo?
Núbia não fazia ideia do que Edgar falava, não sabia se estava blefando, mas pelo tom, ele parecia falar sério.
— Saci — disse Núbia enfim tendo uma ideia —, se matar Edgar estará fortalecendo seus laços com as forças negras, o que o impedirá de ser livre.
O Saci a fitou.
— Menina esperta, entendo por que meu outro... eu, se apaixonou por você. — O Saci conjecturou as propostas de Núbia — Está bem, aceito tudo. Mas se não deixar-me voltar, quero que lembre que sempre estarei dentro da cabeça do outro, do Cissa, então posso enlouquece-lo ou fazer coisas piores — disse ameaçador _. Então cumpra seu trato, Senhorita Cabrall, e sobre Edgar _ Saci sorriu maldoso _. Serei bonzinho e não o matarei.
Núbia assentiu, mas a forma como Saci dissera “matarei” realmente lhe preocupou.
Logo o Demônio gargalhou; a caverna voltou a girar; Núbia fitou tudo ficar cinza; escutou o grito de Edgar; e logo caiu no chão com uma forte tontura. Quando sua visão deixou de ficar embaraçada ela começou a entender o que havia ocorrido. Os livros de Cissa estavam jogados pelo chão, o Saci havia desaparecido e atrás de Núbia Edgar agoniava mudo. Núbia se virou e ficou imóvel. O Saci havia decepado a perna direita de Edgar, que agora sangrava sem parar. Núbia depois do choque correu até Edgar e soltou suas mão. As cordas queimavam, provavelmente era aquilo que impediu Edgar de usar qualquer poder. Edgar colocou as mãos na perna tentando ao máximo não demostrar o quanto sentia dor, uma coisa Núbia tinha que admitir, o cara era forte.
— Você foi genial Criança — disse Edgar tentando ignorar a perna na carne viva. — Genial.
— Sua perna, temos que fazer algo!
Edgar tentou expressar um sorriso.
— Não se preocupe, eu consigo... conter o sangue.
Edgar tocou a própria perna e o sangue começou a parar de jorrar, mas o corte ainda era horrendo.
...
Aquela noite era tensa. Ninguém sabia o que estava fazendo sentado ali naquele local.
Lia, Núbia e Edgar trocavam olhares na sala do casarão com a parede toda destruída.
— Você destruiu os encanamentos da casa toda — disse Edgar a Lia —,  e me salvou na primeira vez. — Ele colocou as mãos no pescoço.
— Eu sou louca mesmo, perdão — disse Lia dando de ombros —, devia ter deixado você morrer.
Edgar abriu um sorriso seco.
— Claro. Bem, eu sei que você tinha todo direito do mundo para se voltar contra mim. Eu... também fui louco. Impulsivo.
— Você nasceu assim, Edgar — disse Lia com um sorrisinho.
Ele franziu os olhos.
_ Só não consigo entender por que uma pessoa que tentou me matar tantas vezes, ficou preocupada quando quase morri _ disse Edgar com as sobrancelhas levantadas olhando desafiador a Lia.
Liara cruzou os braços com indiferença.
_ Não tente ouvir algo agradável de mim, Edgar. Você sabe muito bem a resposta para isso, não preciso falar.
 Edgar deu uma risada que parecia mais um resmungo convencido, sem dúvida ele sabia a resposta e gostava de tal. Voltou-se então para Núbia.
— E a senhorita roubou meu capuz, e o deu para meu maior inimigo.
— Você iria mata-lo! — argumentou Núbia.
Edgar assentiu.
— Exato, eu merecia isso também e no fim você me salvou.
Núbia deu de ombros.
— Somos todos loucos — concluiu ela.
Os três riram.
— Mas e agora? — perguntou Lia.
— Cada um decide o que quer fazer daqui em diante. Não tenho direito de interferir em suas escolhas — disse Edgar.
— Hum, precisou perder a perna para entender isso — resmungou Liara.
Núbia revirou os olhos, mas Edgar pareceu não ligar.
— Isso foi de menos, Liara. O que me fez mudar foram outras coisas, outras perdas.
Edgar fitou Lia como se pedisse perdão e deixou bem claro que a perna não era nada comparada as pessoas que ele perdeu com seu jeito dominador.
Lia não se comoveu, somente levantou-se e subiu para seu quarto.
— Ela é incrível — disse Edgar.
Núbia fez cara confusa.
— Eu realmente não entendo vocês.
— Nós também não.
Núbia negou com a cabeça e sorriu.
 Precisa de alguma ajuda? _ disse ela.
— Não, fico grato, criança, mas posso me virar sozinho.
Ele abriu seu sorriso seco, estalou os dedos e transformou-se em uma fumaça negra que voou até o quarto dele fechando a porta em um estrondo. Mesmo sem o capuz Edgar era realmente muito poderoso.
Núbia ficou um tanto surpresa, e quando olhou para cima, ao lado do quarto de Edgar, Lia estava na porta de seu quarto, olhando com o mesmo espanto.
  Eu tinha me esquecido de jogar uma coisa na cara de Edgar _ disse ela fitando a porta do quarto dele.   Aquela fumaça negra, era ele?
_ Sim _ confirmou Núbia.
Lia sorriu de canto.
_ Ele é incrível _ disse ela mordendo os lábios.
Núbia revirou os olhos.


_ Vocês dois são incríveis, incrivelmente complicados.



E aí, gostaram? Ou preferiam que o Edgar tivesse morrido? (kk, perdão gente, mas eu sou igual a Lia, sei que o Edgar é horrivel, mas não consigo deixar de ter uma queda por ele). Bem, os próximos posts serão para resolver os conflitos finais e o destino dos personagens (conseguem supor o que ocorrerá com os membros do F.O?), então não percam os próximos episódios e comentem o que acharam desse!  


Beijos e até a próxima.