Olá queriodos (eu que inventei, calma). Vamos a mais uma parte, agora relembrando coisas passadas, hahahah, Edgar e Lia <3
4
No dia seguinte, no café da
manhã, Edgar e Núbia conversavam, já Cissa sequer descera.
_ Ele notou o Saci em si mesmo _
concluiu Edgar.
_ Prefiro não pensar nisso por
enquanto, vô, quem eram aqueles monstros, eu vi você falar com um deles, o
senhor os conhece, certo?
Edgar desviou o olhar.
_ Vagamente _ admitiu ele. _ São
todos Jacires, aquele lobo de pelagem mais clara, com quem tentei me comunicar
é André Jacires, o sétimo filho dessa família sempre é lobisomem. Os conheci há
anos, dei emprego a um integrante da família, na época achei vantajoso, e foi
por um tempo. O adestrei como um cãozinho, o ensinei a ser fiel a mim, e a
respeitar Lia, a parte mais difícil.
Núbia deixou esboçar um sorriso
ao pensar em Lia, mas logo algo lhe veio à mente e sua expressão se tornou de
terror.
_ Esses Jacires... Eles são
parentes do Messias? Seu capataz?
Edgar assentiu.
_ Messias Jacires...
_ Então eles não estão procurando
o senhor _ concluiu ela. _ Sou eu, eu matei Messias!
_ Mas eles não sabem disso, não
sei como a informação chegou até eles, mas o que sabem é que Messias morreu por
desobedecer a uma ordem minha, sabem que tem relação à Liara, mas não sabem
como foi. Em resumo, eles sabem a verdade, mas com a omissão de sua participação.
Núbia fez expressão confusa.
_ Não, Messias morreu exatamente por obedecer
a suas ordens, pelo que me lembro,
Edgar revirou os olhos.
_ É difícil ver a história pelo olhar do vilão não é?
Eu fui, e quem sabe ainda seja meio mau, está bem, mas você acha realmente que
eu mandaria Messias capturar Lia daquela forma? Eu o mandei trazer Liara até
mim, sem feri-la, óbvio, e o que ele fez? A agrediu, e teria feito coisa pior
se ela não fosse tão poderosa, e claro, se você, Cissa e Ângela não houvessem
aparecido. Sendo assim, se você não o matasse, eu mataria. Por causa dele, tive
que aturar o mau humor de Liara por semanas.
_ Você a prendeu _ lembrou Núbia.
_ Também, mas foi necessário.
Núbia revirou os olhos.
_ Ok, vou fingir que entendo seu amor por Lia. O que
interessa é: Aqueles lobisomens estão aqui para vingar Messias, certo?
_ Sim. André é pai de Messias e acho que não vai
descansar enquanto não me ver morto.
_ Estamos ferrados.
_ Como sempre. Mas quem sabe essa seja minha chance
de morrer _ disse Edgar com um leve sorriso, torto como costumeiro.
Núbia revirou os olhos.
_ Ainda não desistiu da ideia de se morrer?
Edgar deixou bem claro com o olhar, que não, ele não
havia desistido.
Há meses atrás Edgar tentara cessar sua vida,
concluiu que Núbia poderia sozinha procurar os Cabrall, assim ele poderia enfim
concluir seu plano suicida, ele queria morrer pelas mãos daquela que deveria
ter o matado há anos, mas não o fez, pois como ele, se apaixonou. Iara, ou,
Liara. Porém, Lia não o matou, somente o iludiu, fazendo-o “tentar suicídio”
por noites e noites seguidas, Núbia sabia que eles não haviam só proposto
formas de morrer e assassinar nas noites que passaram juntos, mas preferia não
pensar naquilo, o que interessa é que Lia se divertiu com o ex-marido, mas não
teve coragem de mata-lo; no começo Edgar ia atrás dela, depois ela ia atrás dele, indo visita-lo no quarto de hotel, tanto que Cissa a apelidou de Menina Veneno (referencia a música de sucesso dos anos 80). E ali estava Edgar ainda tentado arranjar uma forma
legal de morrer.
Logo Cissa apareceu, estava com os cabelos cacheados
mais bagunçados que o comum, olhos levemente avermelhados e a pele negra meio ressecada.
_ Você não parece nada bem _ comentou Núbia.
Cissa a fitou e tentou esboçar um sorrisinho.
_ Não é nada, menina, só estou meio cansado, mesmo
tendo dormido muito bem _ ele deu uma piscadinha para Núbia, que sorriu. _
Estou tão horrível?
_ Como conseguiria? Você é lindo _ brincou Núbia.
_ Ah. Isso é verdade _ concordou ele.
Edgar revirou os olhos.
_ Alimentem-se logo, precisam partir para mais uma
viagem, outro Cabrall.
_ E os lobisomens? _ questionou Cissa.
_ Eu resolvo isso.
...
Edgar caminhava sozinho pelo bosque, apoiando-se
pelo cajado que agora também servia como bengala para disfarçar o mancar ao
andar com aquela maldita perna mecânica. Núbia e Cissa já haviam pegado um
helicóptero há horas, e agora já deviam estar na cidade do próximo Cabrall a
ser analisado.
Obviamente ele não gostava da ideia de deixar sua
tataraneta e herdeira favorita sozinha com aquele rapazinho que parecia mais
doido que o comum, mas algo o fazia confiar em Cissa quando a questão era Núbia,
mas em nada mais.
Sem contar que junto a Edgar e três lobisomens
furiosos Núbia também não estaria muito segura.
Logo Edgar ouviu o barulho de galhos quebrados.
Alguém se aproximava.
_ Algum Jacires? _ supôs Edgar.
André, um homem barbudo, branco, e alto, surgiu
dentre a mata.
_ Um Cabrall, o pior aliás, e pelo que vi não está
sozinho, aquela ruivinha é alguma descendente sua?
_ Por quê? Irá vingar Messias matando-a, se for essa
sua ideia, devo dizer que não é nada original, você não é o primeiro a pensar
assim, o problema é que Núbia é bem protegida.
_ Por você?
_ Sequer. Acredito que o principal guardião dela é o
Rapaz, Cissa, ele desde início não deixou criatura alguma toca-la, ao menos
para algo serviu, então nem tente.
_ Está falando do negro? Ontem, aqueles redemoinhos,
foi magia dele, não é? Aquele rapaz, é o...
_ Saci _ completou Edgar com um sorriso sádico. _ Quem
sabe não por completo, mas o poder de Saci está sendo controlado por ele, está
dentro dele. Então como pode perceber, meu time tem força, você não tem a
mínima capacidade de vingar seu filho, sinto muito.
André por um momento pareceu assustado, mas logo seu
olhar ficou desolado.
_ Messias não merecia morrer daquele jeito, ele era
fiel a ti, Edgar, você praticamente o escravizou, e por causa de um deslize
você o matou, o esfaqueou, _ os olhos de André encheram-se de fúria _ você o
matou só por causa daquela vadia, como se esta fosse uma santa indefesa.
Edgar transformou-se em fumaça negra, e quando
voltou ao normal já estava com as mãos no pescoço de André o colocando contra
uma arvore e o fitando com fúria.
_ Não ouse chamar Liara de vadia, mesmo que ela
seja, não ouse _ berrou Edgar com sua voz grave e roca. _ E o que está falando
não faz sentido, o que te contaram sobre a morte de Messias? Quem te contou?
Edgar o largou, mas prosseguiu o encarando. André
passou a mão pela garganta.
_ A bruxa _ murmurou _ ela disse que o conhecia bem,
me contou o que fez com meu filho, me persuadiu a vinga-lo. Admito que no início
não acreditei, mas com o tempo ela me convenceu.
Edgar franziu os olhos e logo algo lhe veio à mente
e seu coração apertou.
_ A bruxa? Qual era o nome de tal bruxa?
André riu.
_ Por que acha que eu contaria? Mas ela está atrás
de você Edgar, ela é muito mais forte _ ele encarou Edgar com frieza _, ela é
mais forte até que o demônio Saci, você está perdido.
Edgar tentou ao máximo não expressar o quão sentia
medo de tudo aquilo.
_ Ela mentiu para você, te enfeitiçou _ disse Edgar
tentando consertar ao menos aquela situação. _ Não matei Messias, por que o
mataria? Foi um acidente.
André socou a cara de Edgar.
_ Acha mesmo que eu acreditaria nisso? _ bradou.
Edgar rugiu e com o cajado bateu fortemente na
cintura de André.
_ Você não pode se transformar de dia, André, eu
sim. Não tente me desafiar.
André por um segundo pareceu considerar, mas logo
seu olhar voltou a ficar furioso, porém só então Edgar notou o brilho
esverdeado nos olhos de André, e ele já vira aquilo antes, André estava
realmente enfeitiçado, não estava controlando a si mesmo, e iria fazer qualquer
coisa para matar Edgar, morreria tentando, assim Edgar não tinha escolha.
Ah, essas referências de Edgar e Lia, amo. Falar nisso, ainda preciso postar o restante do especial sobre ambos, mas estou incerta sobre, porque... as referencias seriam mais fortes, por assim dizer. hehe. E sobre a música Menina Veneno,
clique aqui, se quiserem ver (eu tentando mostrar a verdadeira cultura desse Brasil, kk, adoro.)
Comentem! Beijos.