terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Folclore Oculto: 5º Episódio; P/4

Olá leitores. 
A ultima parte está NESSE LINK, e a próxima (com ação enfim) a seguir. 

Um grito ecoou pela floresta, como de uma índia furiosa.
_ Corre! _ disse Cissa de repente.
Os dois correram pela mata; não  houve sequer tempo de perguntar o que era, Núbia somente seguiu Cissa em disparada, fugindo de algo. 
Os sentidos de Núbia aguçaram, ela ouviu quatro patas duras correrem em alta velocidade atrás dela; duas respirações: a ofegante do animal, e a raivosa de alguém que montava o bicho, era o que concluía Núbia. Suas pernas pareceram mais fortes, e ela conseguiu acompanhar Cissa que era obviamente mais habilidoso. Porém, naquele momento Núbia notou que Cissa corria com mais dificuldade, a coluna ainda dói, pensou ela lamentável.
_ Temos que nos esconder _ gritou ela ofegante.
Cissa assentiu concordando.
_ Mas onde?
Núbia ouviu os galopes do animal mais próximos e cometeu o erro de olhar para trás. Viu um javali marrom avermelhado, com presas de quase quarenta centímetros, e o próprio animal em si era enorme para a espécie. Os olhos e a calda do animal ardiam em chamas e agora Núbia entendia o odor de leitão queimado. Mas como se o javali monstro não fosse o suficiente, a criatura que o montava era pior. Uma índia gorducha com penas de várias cores e tamanhos enroscada no cabelo emaranhado e duro; a maior parte do corpo coberto por trepadeiras, e os dentes amarelos. Ela vestia na parte de baixo uma pele de onça parda mal amarrada, e na mão direita segurava uma lança artesanal, pronta para espetar a cabeça de Núbia.
_ Ah caramba, o que é aquilo? _ exclamou Núbia voltando a olhar para frente correndo mais depressa.
Cissa não se virou, continuava com o olhar reto, porém:
_ É uma índia feiosa montada num javali mais feioso ainda? _ perguntou Cissa.
_ Sim! _ respondeu Núbia. _ Mas creio que a índia que seja a mais feiosa.
Cissa conseguiu rir, mesmo na situação atual.
_ Te apresento a Caipora. Parceira de Curupira, só que mil vezes mais desmiolada e cruel _ disse ele ofegante.
O javali pegou mais aceleração, a índia Caipora gritou agudo, e jogou a lança na direção de Núbia, porém inexplicavelmente, esta conseguiu se esquivar, todavia, isso a desacelerou e logo a Caipora a alcançou e pegou-a pelo cabelo, em seguida jogou a menina no chão. A Caipora desmontou o javali, e foi em direção de Núbia. Cissa não pode ajudar pois o javali pelo jeito teimou com ele, e mesmo sem a dona na costa o comandando, continuou correndo atrás do rapaz.
Núbia se levantou rapidamente, mas Caipora foi mais rápida e pegou um pedaço de madeira que logo tentou golpear a cabeça de Núbia, mas a menina se esquivou novamente. Como ela queria seu facão de prata naquele momento! Desde que matara o lobisomem com aquela arma, sentia-se forte ao segurar o objeto. Mas agora o jeito era esquivar e tentar ganhar tempo.
Enquanto isso:
O javali perseguiu Cissa, mas não notou quando o garoto pegou a lança que Caipora jogara em vão. Ele apanhou a lança com agilidade, e aquilo lhe deu uma dor horrível na coluna, mas ele tentou ignorar isso, correu mais um pouco e ao avistar um galho baixo de uma arvore, suportou a dor novamente, agarrou e subiu no galho, como um ginasta na Barra Fixa, fazendo o javali passar reto, mas não muito longe; logo o animal parou se dando conta que não havia mais vítima a sua frente, e antes que voltasse, Cissa pulou nas costas do javali e fincou a lança na criatura. O javali berrou, Cissa tirou a lança e assobiou chamando reforços (tradução: Curupira). Logo ele deixou o javali caído no chão, porém ainda não sucumbido e foi atrás de Núbia.
Quando chegou e visualizou a cena, ficou estupefato. Lá estava Núbia e Caipora travando uma batalha de madeira, é isso mesmo que você leu, Caipora com um pedaço de madeira seco mas resistente, e Núbia com um gralho que até continha algumas folhas verdes ainda, o que significava que a menina tinha acabado de arrancar o galho de uma arvore! O que o desespero não faz.
Cissa correu até a briga, mas um tanto tarde de mais, Caipora era bem mais forte e experiente que Núbia, conseguiu tirar o tronco das mãos da garota e em seguida chocou seu pedaço de madeira contra a cabeça de Núbia com tamanha força que a garota caiu desacordada no mesmo instante.

_ Núbia! _ bradou Cissa, depois notou que pela primeira vez dissera este nome, o que lhe pareceu estranho. A Caipora o fitou e levantou o pedaço de madeira pronta para mais uma batalha. _ Sua índia maldita! _ Cissa a fuzilou com os olhos. _ Vai se arrepender do que fez com minha menina!



Esse foi o post de hoje, espero que tenham gostado. Agora uma pergunta: Vocês gostariam de Artigos de Opinião (textos que criticam algo)? Respondam nos comentários por favor, se sim, começarei a fazer alguns semana que vem (porque praticamente estou vivendo de Folclore Oculto nesse blog, kk, necessito de mais diversidade!), creio que o primeiro tema será algo relacionado a preconceito (muito específica você, heim Jú). 
Beijos e até  a próxima.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Folclore Oculto: 5º Episódio; P/3

Olá Leitores.
CLIQUE AQUI, se não leu a ultima parte. Já a terceira, está a seguir.


 Sentados no chão frio da caverna, Núbia começou a contar sobre Edgar lhe ter feito a proposta de tornar-se uma aprendiz de feitiçaria. O velho chegou a dizer que deixaria de ficar esperando o veredito da justiça, e lutaria também pela guarda definitiva de Núbia.
_ Depois de me ignorar esse tempo todo, e deixar que eu pagasse pelos erros dele, Edgar resolveu ser meu avô! _ disse Núbia inconformada.
_ Isso é ótimo _ disse Cissa.
_ O que! _ exclamou Núbia pasma.
_ É, isso é ótimo. Você devia aceitar a proposta dele.
_ Cissa! O Edgar é um monstro horrendo, pensei que você o odiasse! E agora quer que eu me aproxime dele?
Cissa deu de ombros.
_ Eu o detesto, decerto, e concordo com tudo isso aí que você falou. Mas menina, eu odeio Edgar por ele ter aprendido feitiçaria, e não saber usar; quero dizer, Edgar fez muitas “pessoas” acreditarem nele, ele tinha a amizade de todas as criaturas do país! Então com ajuda destes aprendeu a usar magia, que inicialmente era somente para cessar a própria maldição, mas depois, Edgar mostrou ganância e começou a usar feitiçaria para seus desejos superficiais passando por cima e traindo todos aqueles que um dia o ajudou. _ Cissa ficou por alguns segundos em expressão carrancuda e raivosa enquanto pensava em algo. Porém logo Núbia o chamou de volta.
_ Oi? Cissa?
Cissa voltou-se a ela.
_ Ah, desculpa. Bem, o que eu quero dizer é: Ele pode te ensinar magia, mas não pode escolher como você vai usa-la. Eu confio em você, menina, não tenho dúvidas que será melhor que Edgar, como feiticeira, e como pessoa. Já pensou que os monstros só te atacam por que não podem atacar Edgar? Ele é forte de mais. Então se você conseguir a mesma força que ele, não teria mais problemas com criaturas vingativas, quem sabe até, pudesse consertar as coisas.
Núbia entortou os lábios.
_ Eu pensei nisso, mas... Não sei se conseguiria suportar Edgar mais tempo que o necessário, já é difícil pensar em ter que viver no casarão sem Lia e Ângela, somente eu ele, e, ah! O novo mordomo zumbi.
Cissa fez expressão interrogativa.
_ Mordomo o que?
_ Nada, esquece _ disse Núbia abanando as mãos. _ O que interessa é, que nunca me senti tão pouco à-vontade naquela casa como agora. Mas quem sabe eu aceite a proposta de Edgar.
Cissa acariciou o rosto de Núbia.
_ Se eu pudesse eu tirava você daquela casa, para sempre _ disse ele em tom baixo.
Núbia engoliu seco e desviou o olhar sem saber como reagir aquela rara demostração de carinho de Cissa. Ao perceber o nervosismo da garota, ele se afastou, tirando a mão do rosto da menina e sentando-se mais para trás. Depois de alguns segundos, Núbia não resistiu mais ao silêncio.
_ Posso te fazer uma pergunta? _ disse ela com um sorrisinho doce.
Cissa deu de ombros.
_ Claro.
_ Como você sabe tanto sobre Edgar, e minha família em si? E não venha me dizer que leu sobre, por que eu duvido muito que haja um livro sobre os Cabrall.
Cissa bufou.
_ Pensando bem, eu não devia ter deixado você fazer a pergunta _ lamentou ele.
_ Cissa! Logo fará um mês que nos conhecemos, e eu não sei nada sobre você! Porém você parece saber até de mais sobre mim.
_ Sobre você nem tanto, mas sobre suas origens sim _ disse Cissa despreocupado. Núbia o fuzilou com os olhos, e Cissa riu. _ Desculpe decepciona-la, gracinha, mas você não me dá medo. _ Núbia o fitou com mais fúria e rosnou. _ Está bem, quem sabe só um pouquinho _ admitiu baixando o olhar.
_ Até quando vai mentir para mim, Cissa? _ disse Núbia tentando segurar a angustia.
_ Eu não minto! _ Cissa esboçou seu sorriso sapeca. _ Eu omito.
Núbia bufou, se levantou e marchou nervosa para fora da caverna. Cissa inicialmente somente revirou os olhos, mas depois a seguiu.
_ Eí, menina!
Ambos saíram da caverna, Cissa foi atrás de Núbia que o ignorava.
_ Eu sei que às vezes sou meio misterioso, mas menina, eu faço isso, por que é necessário! _ Núbia continuou a andar mesmo sem saber para onde. Cissa tentou achar outra desculpa _  Eh... Olha, eu só te trouxe até aqui exatamente para mostrar mais de mim a você! Mas é que há coisas que eu ainda não posso contar, mas é só ainda.
Núbia parou bruscamente e cruzou os braços.
_ Eu só volto á falar com você _ disse ela o fitando. _ Porque não sei o caminho de volta para casa.
_ Essa seria minha próxima especulação _ admitiu Cissa. Os dois conseguiram esboçar um leve sorriso. _ Eu juro que vou te contar tudo, está bem? Mas na hora certa.
Núbia assentiu tentando confiar nele.
Logo um barulho estranho os cercou na mata, algo os espreitava.
_ Ouviu isso? _ disse Núbia imediatamente.
Cissa assentiu, em seguida ele cheirou o ar e estreitou os olhos.
_ Senti esse odor? _ perguntou ele.
Núbia assentiu e fez cara feia.
_ Parece o mesmo cheiro de quando minha mãe queimou o leitão que ela faria pro jantar uma vez.
_ Que comparação _ disse Cissa em uma risadinha, porém logo sua expressão ficou sombria. _ Mas isso não é um leitão é... um javali.


Ele arregalou os olhos se dando conta do que viria a seguir, e agarrou o braço de Núbia, puxando-a para perto. Núbia iria questionar, mas logo notou que Cissa agira daquela forma para protege-la de algo, que em seguida, ela também descobriria o que era.


E aí, o que acharam? Essa parte teve pouca ação, e mais dialogo, eu sei, mas a seguinte parte será o inverso, e terá a criatura do episódio. Então, até a próxima. BJS

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Folclore Oculto: 5°Episódio; P/2

Olá leitores. 
Se não leu o primeiro episódio, clique aqui. Se leu, a continuação está a seguir.

 5º Episódio: Monstros e Segredos.


2

Enquanto caminhavam pela mata, Cissa contou que Curupira lhe contara que Ângela fora demitida.
_ Depois de me dar umas plantas estranhas para melhorar minha dor _ explicou Cissa _ o Curupira achou Ângela na mata sozinha no meio da noite, e a levou até a vila Fim do Mundo.
_ Tadinha _ disse Núbia. _ Eu falei para ela esperar até amanhecer, mas Ângela queria ir logo, antes que Edgar mudasse de ideia, e concluísse que demiti-la era pouco, então depois de arrumar as malas ela se foi, mesmo naquela escuridão. Que bom que ela encontrou alguém.
Cissa riu sádico, o que inicialmente Núbia não entendeu, porém logo lembrou-se do como Ângela ficara nervosa na noite anterior ao ouvir o nome do Curupira.
_ Os dois já se conheciam? _ perguntou Núbia
_ E como. Lembra quando eu te disse que Curupira era prisioneiro de Edgar, então, quem o ajudou a escapar foi Ângela que naquele tempo já trabalhava para Edgar, e ela fez isso por que muitos anos antes, numa manhã depois de passar a noite como mula-sem-cabeça, Ângela voltou a forma normal, mas perdida no meio da mata, o Curupira acho que passava por lá, sentiu benevolência, e a ajudou a encontrar o caminho de casa, ao menos é essa história que ele me contou.
_ Então os dois somente são gratos um ao outro.
_ Tipo isso, o Curupira nega, mas eu sei que ele tem uma quedinha pela Ângela.
Núbia riu.
_ Sério?
_ Tem gosto para tudo _ debochou Cissa _ ele é gamado nos grandes olhos de Ângela, e em todo o resto também.                        
Os dois riram com a ideia.
_ Mas sério, isso me dá mais pena da Ângela, ninguém merece ter o Curupira como admirador _ brincou Cissa.
Núbia lhe deu um tapinha no ombro.
_ Não fala assim, tadinho.
Ambos riram novamente e seguiram caminhada; logo desceram um relevo escorregadio com folhas úmidas, Núbia odiava esse tipo de coisa, mas Cissa lhe deu mão e a ajudou a descer o pequeno morro. Ao chegarem lá embaixo Cissa colocou mão na coluna.
_ Ainda está doendo? _ perguntou Núbia preocupada.
_ Um pouco, mas já sofri coisas piores. Enfim, o que interessa é que chegamos!
Núbia olhou para frente, havia alguns arbustos e mais árvores, nada que ela já não havia visto na caminhada inteira até lá. Cissa notou a expressão confusa da menina, revirou os olhos e deu alguns passos pra frente, e logo tirou alguns galhos e folhas do caminho, revelando a entrada de uma caverna.
_ Ah sim, agora entendi _ disse Núbia. _ Mas... você não espera que eu entre aí né?
Cissa levantou uma sobrancelha,
_ É claro que eu espero. Confia em mim, menina.
Cissa lhe estendeu a mão e mesmo com certo receio Núbia a aceitou-a e foi junto ao rapaz para a escuridão da caverna. Cissa ia pegar um isqueiro para clarear o caminho, mas Núbia foi mais rápida e ligou a lanterna de seu celular. Cissa a fitou.
_ Ui, nossa, você tem um celular com luzinha _ debochou ele.
Núbia sorriu, o mesmo sorriso sapeca que Cissa esboçava quando ia aprontar, fazer uma piada,  ou algo do tipo.
_ Eu sei que sou incrível _ disse ela convencida.
Cissa riu.
_Está andando muito comigo, menina _ concluiu ele.
Depois de um corredor com paredes e teto de pedras, os dois chegaram a um salão circular e plano, também com paredes e teto de pedras, além do mais, ainda fazia parte da caverna, mas neste, havia algo que Núbia jamais imaginaria ver em uma caverna. Nas paredes estavam estantes de madeira que cobriam a parede inteira do local com livros.
_ Uma biblioteca numa caverna? _ disse Núbia deslumbrando o local. Cissa soltou a mão da garota e fez sinal mostrando o local como se disse: Pode ver, fique à vontade.
_ Essa é a minha biblioteca _ disse Cissa com orgulho. _ Eu fiz umas mudanças no local para deixa-lo menos úmido, assim não tem perigo de danificar os livros, o que achou?
_ Incrível, Cissa! _ disse ela enquanto caminhava e analisava os livros expostos na parede. _ Eu percebi que você gosta de ler, mas não imaginava que seria tanto!
_ Bem, quando eu não estou irritando Edgar, ou trabalhando em bicos, não tenho muito o que fazer então eu leio. Amo livros, mostram-me realidades atuais e antigas, verdadeiras ou fictícias...  Simplesmente incríveis.
Núbia o fitou por alguns segundos, não entendia como Cissa conseguia ser culto, engraçado, e rústico ao mesmo tempo, mas adorava essa mistura, isso só o deixava mais incrível e único.
 _ Mas então _ disse Cissa fazendo-a acordar de seu devaneio, e notar que estava o olhando que nem uma idiota. _ Você disse no caminho para cá que Edgar te fez uma proposta.


_ Ah. _ Núbia desviou o olhar, tinha medo da reação de Cissa sobre a proposta de Edgar, era mais do que visível o ódio entre ambos.


O que acharam do episódio? Comentem! (se o Cissa fosse real eu sem dúvida roubava ele da Núbia, kk, comentário meu).

Beijos e até a próxima.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Folclore Oculto: 5° Episódio; P/1

Olá Leitores!
E Folclore Oculto ataca outra vez. Mas agora não com somente um monstro como problema central, são vários conflitos em um só episódio! Preparados?


5º Episódio: Monstros e Segredos.


1

Já bastava a noite anterior, que foi um horror absoluto, com uma psicopata aquática, assassinato do lobisomem com utensílios de cozinha e a descoberta do avô monstro; e então, no dia seguinte Núbia acorda e ao descer as escadas dá de cara com um zumbi vestido de mordomo.
_ Mas que droga é essa? _ exclamou a garota.
Edgar estava no fim das escadas com uma calça social e camisa preta. Observou aquela criatura careca, arcado, com grande parte dos ossos amostra, e a pouca pele que tinha em decomposição. Deste não escorria sangue, como se o corpo já estivesse seco, o que era visivelmente verdade, e irônico no caso.
_ É o nosso novo empregado _ disse Edgar, como se aquilo fosse óbvio. _ Demiti Ângela, e Messias está morto. Alguém tem que trabalhar nessa casa.
_ Isso é um zumbi! _ voltou exclamar a garota.
_ Sim, sim, mas não é qualquer zumbi, mais precisamente este é o Corpo-Seco.
O zumbi gemia em tom grave, e fitava o nada, sem expressão ou ação.
_ Eh... Acho que já ouvi falar dele, é uma lenda do centro-oeste, e não muito antiga.
_ Exato _ disse Edgar com um levíssimo sorriso satisfeito. _ Ele foi meu prisioneiro por algum tempo, mas agora que prometeu gratidão e servidão, o libertei.
Núbia ainda não sabia como reagir, ou se compor perto de Edgar, sabia que ele era perigoso, mas não sabia se sua ira referia-se a ela também. Tentou ignorar o zumbi e tocar em um assunto que lhe dera pesadelos a noite inteira.
_ Hum... Entre essas criaturas novas, que sequer parte do folclore são consideradas, porém muitas pessoas creem existir, está o Chupa-Cabra, não é Edgar?
Edgar fez cara feia, depois balançou a mão em um sinal e o mordomo zumbi se foi arrastando-se pela sala. Edgar fitou Núbia com seus olhos verdes águas, envoltos por rugas.
_ Este realmente é um nome aviltante, mas sim, esta também é uma criatura nova, criatura essa que eu teria grande prazer de explicar-lhe a origem.
Núbia semicerrou os olhos.
_Não, obrigada. Tenho outras coisas a fazer _ ela desceu enfim as escadas e passou por Edgar com rispidez.
Ao sair do casarão, Edgar curvou levemente a cabeça pensativo.
_ Ao menos personalidade a pirralha tem _ concluiu ele.
...
Núbia caminhou pelo bosque até encontrar a cabana de Cissa. A ultima vez que o viu, estava encostado a uma arvore, ferido e imóvel. Ela realmente confiou muito no que o rapaz lhe dissera sobre chamar alguém para lhe ajudar, agora ela veria se ele realmente cumpriu a promessa. E por incrível que pareça, sim, ele cumpriu.  Núbia encontrou-o sentado no sofá da pequena e humilde sala. Ele estava deitado, mas aparentemente não muito confortável, o que significava que ainda sentia dor. Ele lia algum livro e, quando notou Núbia na porta sorriu.
_ Menina! _ ele se levantou e deixou o livro no sofá. _ Veio saber se eu estou bem, óbvio _ disse Cissa convencido.
_ Não! _ mentiu Núbia. _ Eu só... Ok; vim saber se você está bem.
Cissa riu depois fez sinal para que a garota entrasse.
_ Eu estou ótimo. Mas e você? Como vai a relação com Edgar? _ perguntou ele, enquanto ambos sentavam-se no sofá.
_ Não sei ao certo. Pensei que depois de matar o capataz faz tudo dele, Edgar estaria furioso, em vez disso ele disse que sentiu orgulho! E pior, ele também é um monstro! O mesmo que raptou Lia e... _ Núbia notou Cissa desviar o olhar ao ouvir aquilo. _ Você já sabia, né.
Cissa assentiu.
_ Eu conheço Edgar a um bom tempo, né menina. Sei tudo sobre ele e a família Cabrall. Esse negócio de se transformar no chamado “chupa-cabra” _ disse ele fazendo aspas _ é algo de família.
Núbia arregalou os olhos.
_ O que? _ exclamou.
Cissa riu.
_ Não se preocupe, bonitinha, isso não vai te incluir. Foi uma maldição jogada na família há décadas, mas só vale para os homens.
Núbia suspirou aliviada.
_ Então eu sou normal _ concluiu ela.
_ Não exatamente, você continua sendo Cabrall, e os Cabrall são, ou ao menos eram, pessoas normais, mas que se davam melhor no mundo sobrenatural. Vamos concordar, que se fosse outra garota no seu lugar, teria fugido do sítio já no primeiro dia. Você viu coisas que deixariam qualquer um louco! Mas simplesmente ignorou e aceitou, isso por que está no seu sangue o não medo do sobrenatural.
Núbia semicerrou os olhos, pensativa.
_ Eu nunca pensei nisso. Mas quem sabe isto também explique por que meus sentidos aguçam quando estou contra alguma criatura, né?
Cissa assentiu.
_ Por que você nunca me contou isso, Cissa? _ exclamou Núbia.
_ Você nunca me perguntou, uai.
Ele então pegou a mão de Núbia, o que a fez sentir um estranho arrepio. Depois aproximou o rosto dela, o que só a deixou mais nervosa.
_ Você me conta mais sobre Edgar no caminho, está bem? Preciso te levar para um lugar.
Ele se levantou e levou a garota com ele.
_ Que lugar? _ disse Núbia com olhar suspeito.
_ Vem comigo e descobre, uai _ disse Cissa com seu sorrisinho sapeca. _ Alguma vez te levei para algum lugar ruim?

      Núbia se lembrou das vezes em que Cissa lhe puxara para lugares sem sequer perguntar se ela queria ou não ir, e foram varias vezes, mas nada de mais, somente falar com o Curupira, se esconder da mula-sem-cabeça numa igreja, e apresentar uma linda cachoeira onde a maioria dos episódios horríveis de Núbia aconteceriam, assim a menina conclui que o melhor era não responder a pergunta de Cissa, e somente acompanha-lo já que não teria muita escolha.


Só  o primeiro parágrafo desse episódio resume a loucura que é essa série, né,kk (devo sofrer problemas mentais, gente, só pode kk); Mas e aí, gostaram? Comentem!.
Beijos e até a próxima.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Mel #7 A ligação

E aí, Melados kk
Saudades da Mel?
Eu também, e finalmente consegui terminar a sétima parte. Espero que gostem.

Mel #7 A ligação

   Todos estavam quietos nas arquibancadas, o time de futebol imóveis, os únicos que se mexiam eram os integrantes do clube de fotografia que registravam aquelas garotas que esperavam a música tocar para fazer seus movimentos. Candace estava bem na frente confiante e irritantemente linda, logo atrás dela estavam as suas duas seguidoras com poses iguais e no fundo, todas as outras com seus uniformes curtos e provocativos.
   Eu estava na arquibancada como todos os outros, de pé porque se eu me sentasse, não conseguiria ver, e não sei porque queria ver. Estava de braços cruzados e rodeada por desconhecidos elétricos e curiosos pela performance.
Elas começaram:
- Me dê um C
Me dê um L
Me dê um H
Me dê um S -
A cada letra que elas gritavam, seus corpos supermagros e esguios formavam a sigla do nome da escola.
- Me dá um tempo - Pensei revirando os olhos.
Ela continuaram os movimentos por alguns segundos, uma risadinha irônica saiu de mim quando pensei que toda a performance seria assim. Até que do nada uma música de batida forte, sensual e dançante começou a soar ensurdecedoramente alta, meu queixo foi no chão.
As garotas foram dançando lentamente, rebolando e se agaixando enquanto tiravam seus casacos e em uma parte forte da música, Candace e as outras duas colocaram a mão no chão, levantaram seus quadris deixando suas pernas retas e subiram a cabeça com tudo, deixando apenas borrões de seus cabelos sedosos e jogaram os casacos para o alto. Pararam em uma pose de "divas", a arquibancada e todo o resto foram à loucura.
 Uma música mais alegre tomou o lugar da sexy, elas pulavam e batiam palmas, típico das animadoras de torcida enquanto as três principais pediam que todos gritassem mais e o pedido delas (pra variar) foi atendido.
- Ninguém merece - Revirei os olhos outra vez.
- O que? - Ouvi isso perto do meu ouvido esquerdo que quase já não ouvia nada por conta da música e dos gritos. Olhei para o lado e vi uma garota que sorria para mim.
- Disse alguma coisa? - Ela sorriu mais ainda, seus olhos castanhos quase se fecharam de tão largo foi o seu sorriso. 
- Não, eu só...pensei alto - Ri também. 
- Ah, tudo bem - Ela levantou um ombro e virou as costas ainda sorrindo. Eu estava sozinha lá com centenas de adolescentes que eu sequer tinha visto na minha vida, aquela garota foi a única que foi simpática comigo, mesmo com pouquíssimas palavras. Lancei um tsc, mexi no cabelo sem graça e disse:
- Espera ! - Ela já estava entre dois garotos indo em meio àquela multidão - Eu disse oi.
- Ah - Disse ela enquanto voltava à minha direção, suspirei aliviada - Oi - Sorriu virando um pouco a cabeça. 
- Oi - Estendi minha mão para ela. Nos cumprimentamos. Era uma garota de cabelos castanhos e curtos separados por uma fita, usava uma jaqueta da escola, mas um pouco mais justa e com um bloquinho de notas na mão. 
- Tudo bem? Sou May.
- Sim, eu sou Melanie - Respondi - Mas pode me chamar de Mel - Completei. 
De repente May ficou séria e seus olhos começaram a brilhar e ela continuou segurando a minha mão.
- Você é a Mel? Melanie Bennet? - Sua boca se abriu aos poucos.
- S-sim - Afastei um pouco a cabeça estranhando. 
- Você é a garota nova - Ela disse apontando pra mim - O pessoal só fala de você esses dias.
- Como assim?? - Olhei para os lados - A última coisa que eu quero é motivos pra falar de mim.
- Fica calma, são coisas boas...quer dizer a maioria - riu - Dizem que você é desastrada, estilosa e de quebra pegou o cara mais gato da escola.
Olhei para Peter no momento em que ela havia me dito aquilo. Ele estava fazendo seu trabalho, tirando fotos das torcedoras. Mas eu só enxergava ele tirando fotos da Candace, mesmo sendo coisa da minha cabeça aquilo me embrulhava o estômago. 
- Eu não "peguei"...o Peter - Finalmente disse, olhando em seus olhos arregalados. Será que encontrei alguém mais estranha que eu? Ri na minha cabeça. 
- Não é o que minhas fontes dizem - May levantou um pouco a cabeça, sorriu, e fechou os olhos com o dedo pra cima - E falando nisso, quero uma matéria sua.
- Matéria minha???
- Sim. Sou a editora chefe do jornal da escola - Ela ficou séria e depois deu aquele sorriso enorme.
- Porque?? - Perguntei meio assustada e imaginei que realmente todos eram membros de um clube.
- Você é novata e falada. É quase uma popular, isso é difícil de acontecer aqui - riu. Antes de eu falar alguma coisa, ela concluiu - E sem falar que você teve sorte. O Peter te ajudou. 
Sorri meio envergonhada. Eu não ligava muito pra popularidade, mas uma matéria sobre mim (e minha vida nada interessante) até que seria legal.
Olhei as garotas dançando outra vez e suspirei. 
- O que você sabe sobre a Candace e as seguidoras dela?
- Eu não sei muito - A olhei com uma cara de "eu sei que você sabe" e ri.
- Mentira, eu sei tudo - May disse e riu alto - Bom, aquela da esquerda...a ruiva...é a Biara, sempre morou aqui em Beverly Hills. É de família classe média e entrou pra torcida no ano passado, mas sempre foi amiga da Candace, os pais delas são amigos. Faz dança desde criança. Costumo dizer que é a menos má das três, ela não é muito inteligente, é meiga e tem movimentos leves e delicados quando dança. Ela é assim por convivência com as outras.
- Ela não parece ser tão ruim, então - Olho a garota ruiva sorridente que parecia se divertir ali dançando.
- É...mas agora piora um pouco - May me olha.
- Continue.
- A da direita é a Megan, ela vem de uma parte meio barra pesada da cidade, mas melhorou muito de vida quando começou a andar com as duas. Há boatos que ela ajudou a Candace a ter essa autoridade que tem hoje com as torcedoras, por ser firme e rígida com as pessoas, nem os professores ousam se dirigir a ela. É uma ótima dançarina também, dançava Street dance e dizem que ela tem o melhor Twerk de todos, seus movimentos são tão bruscos e pesados quanto suas atitudes.
Observo a morena que dançava com os cabelos em seu olhar malvado e com a língua no canto da boca. Engoli seco.
- Ok...e a Candace? 
- Candace, a líder como você já sabe, é a pior de todas. Ela manda nessa escola, todos abrem alas pra ela nos corredores, é incrível como consegue tudo que quer sem precisar de muito esforço. Faz balé desde os 5 anos de idade, seus movimentos são precisos e próximo ao perfeito e foi onde se tornou oficialmente amiga da Biara.
Devio meu olhar outra vez para as garotas dançando, as três com o máximo possível de atenção na frente e as de trás fazendo a mesma coreografia enquanto outras são arremessadas para o alto. Começo a prestar mais atenção na coreografia quando a música fica mais forte e de repente acaba e todos gritam mais ainda. Noto Candace que sorria sem nenhuma gota de suor com uma pose digna de uma diva.
- Me desconcentrei, me desculpe - Olho para May.
- Tudo bem - Ela ri.
Quando menos espero, Candace vai até o microfone enquanto suas amigas torcedoras pulam e comemoram o feito.
- E aí gente? - Ela disse com uma voz meiga e provocativa. E todos gritavam e pulavam totalmente extasiados.
- O que acharam da nossa performance? - Gritos são ouvidos outra vez e ela ria - Eu quero agradecer a vocês pelos gritos, mesmo sabendo que eles são inevitáveis.
Revirei os olhos e ela ficou mais arrogante. 
- Em nome das garotas, quero acolher os novatos, os com talento, claro. E dizer bem vindos a todos - Ri cinicamente - Em especial...Melanie Bennett.
Meu coração gelou, algumas pessoas perguntavam quem era a tal garota e outras me olharam. Candace me procurava em meio a multidão mesmo já sabendo onde estava e quando eu menos esperava um luz que vinha de um holofote me iluminou. Apertei os olhos e coloquei a mão na frente. 
- Olha, te achei - Candace dizia rindo e com a mão na cintura - Vem pra cá, garota. 
Naquele momento, não tive nenhuma reação. 
- É melhor você ir - May cochichou no meu ouvido e colocou a mão na boca em seguida. 
Encarei Candace por alguns segundos de longe, respirei fundo e comecei a descer a arquibancada enquanto algumas pessoas gritavam.
Cheguei no final e uma mão se estendeu para me ajudar a descer o degrau maior. Segurei, abaixei meu vestido e desci pisando na grama macia. Minha respiração foi ficando ofegante cada vez que me aproximava mais do meu pesadelo loiro e por conta do frio também (sem falar da vergonha).
- Oi Melzinha - Candace disse ajeitando seu cabelo pro lado e o jogou sem olhar pra mim.
- Oi - Disse friamente e notei que já tinha um microfone na minha boca.
- Querida Corne Lansbury High School - Ela começa a caminhar rebolando pelo campo e interagir com toda aquela arquibancada lotada - Todos os anos, fazemos essa celebração para comemorar o fim do velho e o começo do novo. Eu me lembro quando eu era novata assim como vocês aí (mas eu aqui no campo, óbvio) com todos os meus sonhos, pensando em como seria meus anos nessa escola e como eu dominaria ela. Mas sabia que alguns não podem, e qual é o dever de alguns de nós? Alertar. Nós devemos mostrar às pessoas qual é o lugar delas e mostrar qual é o SEU lugar - Ela colocou a mão na cintura e me olhou por cima do ombro - Alguns de nós, como veteranos, devemos receber bem os novatos, mas o que fazer quando alguém é novato e veterano ao mesmo tempo? 
Algumas pessoas gritavam algumas respostas, mas era tanta gente que eu mal conseguia entender. Comecei a olhar todos, vi Candace me olhando, as outras duas rindo, Peter me olhando de um jeito neutro e May de um jeito inseguro.
- Mostrar o seu lugar é essencial - Candace continuou - Querida Melanie, ou "Mel" - Revirou os olhos rindo. 
- Soube do seu encontro com o Peter em um lugar...
na MOPAA...
e você fez uma coisa muito feia...
além de dar em cima do MEU namorado...
fez uma coisa horrível...
além de invadir aquele lugar...
o MEU lugar. - Ela se aproximou de mim...
... - Silêncio. 
- Como assim o "seu" lugar? - Perguntei. 
- Acho que você não sabe que o meu pai é o dono da MOPAA - Respondeu - Melanie, tenho uma ligação pra você - Candace que meu seu celular.

REVELAÇÕES tam tam taamm. O que acharam? Comentem
;) até

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Feliz Carnaval

Oi


Meu humor nessa época fica igual ao da Mel aí a cima
(Post de dias comemorativos pra não perder o costume haha)
Até ;) 

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Hey #4 Evolução de vocês

E aí desenhistas?
Ses tão bem?

EU VOLTEI \o/
Estava morrendo de saudades de postar. E o Hey é um dos meus favoritos.
E como sempre tem um desenho meu...:


(Draculaura)
Bom, hoje eu não vim ensinar nada (até porque tenho que ver as dúvidas de vocês antes), eu vim falar da melhoria de vocês :)
Eu não sei dos outros, mas eu tenho um ótimo exemplo.

Esse desenho abaixo foi feito pela Juliana (que eu tomei a liberdade de postar, espero que não tenha problema) Kk


Fofa né?
Segundo ela, foi um dos melhores que ela já fez. E com minha ajuda :) ajuda do Hey :D
Isso me deixou muito feliz porque percebi que vocês realmente estão seguindo as minhas dicas. E não tenho exemplo melhor, porque a Juliana é realmente dedicada, ela QUER melhorar e eu admiro muito isso nela. E sem falar de todos os comentários, dando força e tal.
Valeu mesmo ;)

E eu quero ver mais dos desenhos de vocês, estou realmente interessado rs
Mandem os desenhos, seja como for, esteja como estiver, mesmo se você achar que não está legal, mande. Qualquer melhoria é uma melhoria e eu quero saber, ver, acompanhar.

Mande kk
Lembrando, dúvidas é só comentar, que eu faço o Hey #5 ;)

Até

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Folclore Oculto: 4º Episódio; Última Parte.

Olá seus leitores lindos.
Enfim a ultima parte deste episódio! Que tem um fim surpreendente (em minha opinião), mas se você sequer leu a sexta e penúltima parte, CLIQUE AQUI, já se está curioso pela ultima, leia a seguir.

O lobisomem cambaleou já coberto pelo próprio sangue, Núbia tinha alguns arranhões, havia torcido o calcanhar, mas prosseguia firme, porém ofegante, com olhar sanguinário enquanto observava sua vítima prestes a morrer. Logo a criatura caiu no chão, sucumbida. Núbia olhou em volta. Ângela a fitava com os olhos arregalados, mas com um sorrisinho. Lia já tinha voltado á forma humana, parecia esforça-se para manter seus lindos olhos verdes abertos; o corpo estava ferido, e coberto por água até os ombros.
_ Obrigada _ ela conseguiu dizer.
Ao lado, Cissa fitava a garota com um sorriso de orgulho e encanto.
Parecia tudo encerrado quando de repente uma criatura tão horrenda quanto o lobisomem surgiu do nada com rapidez sobrenatural; não foi possível vê-lo direito, mas parecia ser algo sem pelo, com orelhas pontudas, alto e com braços longos; seja como for, essa criatura simplesmente surgiu, agarrou Lia e foi embora. Não houve tempo sequer de gritar. Os três, Cissa, Núbia, e Ângela simplesmente ficaram ali, parados, perplexos, pasmos, imóveis.
_ Eu não acredito! _ disse Núbia inconformada. _ Foi tudo em vão! O que era aquilo? _ exclamava ela.
_ O chupa ca-ca-bra _ disse Cissa quase sem voz. Núbia nunca viu Cissa assustado ou amedrontado de verdade antes, mas naquela hora ele realmente parecia espantado.
Ângela caiu de joelhos e desabou em lágrimas.
_ Não! Não! Não! Ele pegou Lia, ele pegou Lia!
Núbia estava destruída por dentro.
_ Ei menina, não fica assim _ disse Cissa com olhar piedoso, parecia tentar esquecer o susto passado. _ Vai para casa,  e leve Ângela com você.
_ Não _ exclamou Ângela
_ Edgar não irá fazer nada nem com você nem com Núbia _ prometeu Cissa. _ Não sei explicar porque, mas sinto isso.
_ E você?  _ exclamou Núbia.
_ Eu chamo o Curupira, e ele vai me ajudar, eu acho. Prometo que você me verá bem amanhã; e você ao menos promete que vai me ver, né?
Núbia conseguiu esboçar um sorriso e assentiu, todavia, a palavra Curupira pareceu deixar Ângela nervosa, ela pegou o braço de Núbia e pediu para que voltassem logo para casa. Núbia não queria, mas confiava em Curupira, sabia que se Cissa o chamasse ele apareceria e cuidaria bem do amigo. E assim voltou para casa, mesmo sem saber como conseguiria viver ou dormir na mesma casa que Edgar depois de tudo.
Ao chegar no casarão, Ângela se recusou a entrar, e ficou na entrada, logo Núbia entendeu o porquê. Na escada Edgar apoiava-se ao corrimão enquanto fitava a entrada com um sorriso mordaz. Ele usava uma calça e uma camiseta preta, só. Estava um tanto soado e com arranhões nos braços enrugados, e alguns também no rosto. Núbia sentiu uma fúria imensa lhe invadir e marchou até Edgar.
_ Seu monstro! _ exclamou ela. _ O que fez com ela? Onde está Lia ?
Edgar riu secamente.
_ Criança ingênua. Só por que matou um lobisomem e está coberta de sangue e com um facão na mão, acha que pode me assustar?
Núbia não disse nada, somente prosseguiu o fitando com ódio.
_ Não vou negar que estou orgulhoso _ disse Edgar. _ Inicialmente pensei que você fosse somente uma pirralha que eu teria que abrigar por alguns meses, nada de importante. Agora vejo que você é uma Cabrall tão digna quanto meus descendentes mais próximos. É tão forte e corajosa quanto meu filho, seu bisavô. Nascida para o mundo sobrenatural, é indiscutível seu parentesco comigo.
_ Pois saiba que eu não sinto o mínimo orgulho de ser sua tataraneta! _ exclamou Núbia, e Edgar somente levantou uma sobrancelha.
_ Não me surpreendo. De qualquer forma. Você não tem para onde ir, Núbia Cabrall. Sou seu tutor temporário e essa é sua casa. Ficará aqui, me odiando ou não. Contudo... Se você estiver disposta, poderia ser uma feiticeira como eu!
Núbia fez uma expressão interrogativa como se não acreditasse no que ouvia. Edgar então fitou Ângela, que encolheu os ombros, amedrontada.
_ Ângela, eu devia lhe castigar por sua traição, mas... para mostrar que não sou tão mau assim, vou somente demiti-la. Pode arrumar suas coisas e sumir daqui. E Núbia, vá para seu quarto, tome um banho e descanse, parece exausta – disse ele em um tom de sarcasmo.
Ele então começou a subir as escadas, mas Núbia o parou.
_ Ei! E Lia? E aquela criatura que a pegou? O Chupa-Cabra trabalha para você também, não é?
Edgar negou com a cabeça e bufou como se dissesse: Ninguém merece; Em seguida voltou-se para Núbia e a pegou pelo braço.
_ A criatura não trabalha para mim criança. _ Os olhos dele ficaram totalmente negros. _ A criatura sou eu! _ bradou por fim.



Comentem o que acharam! Agora Edgar começará a aparecer mais, vou até postar um desenho dele aqui (sabe, eu particularmente o acho charmoso, mas deve ser efeito da demência), mas bem, por hoje é só. Beijos, e até a próxima.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Folclore Oculto: 4° Episódio; P/6,

Olá Leitores
Vamos a continuação do episódio mais longo de Folclore Oculto (calma que essa é a penúltima parte, kk):


Dentre galhos baixos e arbustos se via dois olhos vermelhos e amarelos em fúria. O rosno da criatura era grave e baixo. Os quatro permaneceram parados e observando o monstro que os espreitava. Os olhos vermelhos voltaram-se para o lago, onde Lia respirava pesadamente, e prosseguia em sua forma monstruosa. Um passo foi dado e agora se podia ver de forma mais nítida daquela horrenda criatura, de pelos negros, com quase três metros, corpo curvo, e garras gigantescas como a presa. Era um lobo, mas que andava somente com as duas patas traseiras, como um homem.
_ O cachorrinho de Edgar até que é bem grandinho, né _ comentou Cissa.
O lobo uivou e os encarou, depois avançou para o lago, onde respectivamente Lia mergulhou e sumiu.
O lobo bateu na água como se isso fosse trazer a Iara para superfície. Depois que notou que aquilo seria em vão resolveu dar atenção a outros inimigos. Avançou contra o trio. Cissa ficou a frente de Ângela e Núbia e, fez um corte profundo, porém inútil nas patas traseiras do animal. O lobisomem uivou; de sua ferida saia fumaça, ainda sim, este suportou a dor e tentou cortar o rosto de Cissa com suas garras dianteiras, mas este foi mais rápido e fincou a adaga na barriga do lobisomem que recuou. Agora mais furioso, a criatura voltou a acatar, mas Núbia pulou e usou o facão para cortar o peito do lobisomem. Mais fumaça e sangue surgia dos ferimentos do monstro. Em uma nova tentativa ele jogou Cissa que bateu com força em uma arvore. Aquilo enfureceu Núbia que atacou várias vezes o lobisomem, sem pensar ou fazer estratégia. Ângela enfim saiu do estado de choque e tentou ajudar, porém logo ambas, também foram jogadas de lado. Ninguém ali tinha força para o lobisomem.
_ Ei! _ disse Lia voltando a superfície. _ Sou eu que você quer. Então venha me buscar.
O Lobo não pensou duas vezes, e com rapidez agarrou Lia pelo pescoço com suas garras afiadas. Lia rosnou e mostrou suas presas, depois garras-retráteis e amareladas formaram-se em suas mãos enrugadas e com estas ela arranhou os “braços” do lobisomem, que a soltou no mesmo instante.
_ Minhas garras não são de prata, mas tem veneno _ avisou Lia em um sorriso maldoso.
Núbia aproveitou que o lobisomem estava distraído e foi até Cissa que prosseguia inconsciente encostado a uma arvore.
_ Cissa _ sussurrou ela _ Fala comigo, por favor.
Ela acariciou os cabelos encaracolados de Cissa e levantou sua cabeça. O chamou mais algumas vezes, mas ele não respondeu. Ângela observava tudo de longe, e negou com a cabeça junto a uma expressão de quem diz: desista.
Uma lagrima de desespero rolou pelo rosto de Núbia, porém logo Cissa emitiu um pequeno gemido.
_ Cissa! _ exclamou Núbia sorridente.
Ele abriu os olhos e a fitou com seu sorrisinho sapeca.
_ Oi menina. Não consegue mesmo viver sem mim, não é? _ Núbia riu com isso, e ele tentou se mexer o que não deu muito certo. _ Ai, acho que quebrei uma costela.
_ Calma _ disse Núbia. _ Eu vou te ajudar. Mas preciso acabar com isso de uma vez.
Ela olhou o lobisomem que mesmo muito ferido estava forte enquanto Lia já parecia debilitada. Ela não conseguia controlar mais a água como fazia há alguns segundos antes. O cutelo de Ângela estava fincado nas costas do lobisomem, o que significava que a pobrezinha havia tentado lutar, o que não demostrou resultado. Já desarmada Ângela somente gritava desesperada para que Messias-lobisomem deixasse Lia em paz, mas ele a ignorava. Núbia segurou seu facão com mais firmeza e Cissa a pegou pelo braço.
_ Não faça besteira menina _ pediu ele.
_ Alguém tem que acabar com isso Cissa, e sou a única que sobrou _ disse ela com os olhos semicerrados.
_ Você é mais corajosa do que parece _ disse Cissa com um leve sorriso. _ Eu amo isso.
Repentinamente ele a puxou pelo braço e com certo esforço se esticou e beijou-a na boca. Núbia o correspondeu, é claro, depois simplesmente correu com seu facão de prata, o qual fincou nas costas do lobisomem. O lobo se contorceu e uivou; contudo antes que se virasse, Núbia voltou a espetalo com o facão. Sequer ela sabia o que estava fazendo, nunca nem brigou na escola, e agora estava lutando contra o lobisomem? Ela não entedia o que era aquilo, mas toda vez que estava frente a frente com alguma criatura como aquela, ela sentia-se mais forte, invencível. Foi a mesma coisa com a mula-sem-cabeça, ou com o Boto (depois de ter voltado a razão, é claro).

 Ela pulava, usava uma força que sequer sabia possuir, e lutava como nunca imaginou lutar.



E aí, o que acham que vai acontecer com essa suicida da Núbia? kk. Comentem!
BJS e até a próxima.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Folclore Oculto: 4º Episódio; P/5

Olá leitores. Voltei! (ehhh grande coisa!)
A quarta parte está AQUI, a quinta a seguir:

(o lobo parece mais estar dançando thriller, do que caçando, mas tudo bem)

Cissa ficou do lado de fora, pois como já tinha dito, havia um limite para ele no quintal do casarão. Já Núbia entrou em disparada e encontrou Ângela chorando no sofá da sala.
_ Ângela? O que aconteceu? _ questionou ela.
_ Edgar descobriu, descobriu tudo, tudinho...
Núbia sentou-se junto a Ângela.
_ Ângela, diga, o que ele descobriu?
_ De Lia voltar a fazer maldades, descobriu tudo sobre Lia, e não gostou, não gostou nem um pouco. _ Ângela estava tão nervosa que falava sem muito nexo.  _ Ele mandou Messias, Messias é mau, e o mandou pegar ela, mandou capturar, capturar Lia, a Iara, ele é mau, vai fazer mal, mal para ela. Edgar é mau, são todos maus, até Lia é mau, mas Lia é mal do bem.
Núbia levantou uma sobrancelha, aquilo estava fazendo nós em sua cabeça.
_ Eh... OK. Acho melhor você beber algo, e se acalmar; está bem?
_ Ah-ham _ disse Ângela, ela então agarrou Núbia pelo braço e a encarou. _ Mas você tem que salvar Lia, tem que salvar Lia!!!!
Núbia assentiu um tanto assustada.
_ Mas como eu faço isso?
Ângela olhou para os lados de forma suspeita, depois pegou o braço de Núbia e a levou até a cozinha.
_ Prata _ disse ela. _ Temos que ter prata, muita prata.
Núbia assentiu; Ângela abriu uma gaveta e do fundo desta tirou um facão de prata reluzente, e entregou a Núbia. Depois tirou mais dois objetos do mesmo material, uma adaga, e um Cutelo.
_ Tudo prata _ dizia Ângela com um sorriso maníaco. _ Eu não gosto de Messias, então guardo muita prata para espanta-lo.
_ Eh... Legal _ disse Núbia um tanto assustada. _ Mas e Edgar, Ângela, onde ele está?
_ Foi pro quarto, fazer bruxaria _ sussurrou Ângela. _ Nem vai nos ver, mas temos que ir logo. E chamar seu amigo de olho cinza.
_ Cissa? _ supôs Núbia.
_ Sim, Sim. Cissa sabe muito, ele sabe como lutar contra tudo. Vai ser bom. _ Ela então segurou o Cutelo com mais firmeza. _ E eu também vou. Não quero ficar aqui com Edgar, ele é mau e depois vai mandar Messias me pegar também.
 Núbia assentiu concordando, em seguida ambas correram para o bosque, e Cissa mesmo sem intender nada, as seguiu.
Já era tarde, logo anoiteceria, e Ângela avisara que isso não seria nada bom.
_ Mas Messias é o que exatamente? _ perguntou Núbia enquanto clareava o caminho pelo bosque com a tela do seu celular.
_ A besta! _ exclamou Ângela abraçada ao cutelo.
Cissa que segurava a adaga com firmeza, levantou uma sobrancelha ao fitar Ângela.
_ Você me dá medo Ângela _ comentou ele. _ Mas bem, o que ela quer dizer é que Messias é o lobisomem.
_ Ham... _ disse Núbia. _ Isso explica a prata, mas, vocês acham que conseguiríamos vencer o lobisomem com utensílios de cozinha?
_ Quem sabe né _ disse Cissa.
_ Não _ disse Ângela simplesmente.
_ Então por que entrou nessa, se acha que não vai dar certo? _ perguntou Cissa.
_ Porque prefiro morrer por lobisomem do que por Edgar _ disse Ângela com um sorrisinho (o porquê disso não se sabe).
  Logo um grito feminino percorreu a floresta.
_ Lia!!!! _ berrou Ângela.
_ Quieta _ ordenou Cissa. _ Não podemos chamar a atenção dele, o estrainha.
_ aham, aham _ disse Ângela contraindo os ombros.
Os sentidos de Núbia aguçaram, e assim conseguiu ouvir o som tranquilizador da cachoeira, que estava próxima.
_ Se Lia corresse para algum lugar, seria para água, certo? _ sussurrou Núbia.
Cissa a olhou com um leve sorriso.
_ Exato, é onde ela estaria mais forte. Menina, às vezes me encanta mais do que devia.
Núbia desviou o olhar com um leve sorriso de acanhamento.
_ Melhor irmos à cachoeira então.
Em seguida os três avançarão ao lago, e ao chegar lá inicialmente não viram nada.
_ Lia _ chamou Ângela em tom baixo, e logo algo surgiu à superfície. Uma criatura com cabelos loiros e brilhantes; pele escamosa e esverdeada; dentes afiados, e olhos vermelhos com íris amarelas.
_ Eeca _ disse Cissa fazendo cara feia. _ Realmente eu lhe prefiro na forma humana, sem ofensas.
A criatura o fitou. Núbia curvou a cabeça, em expressão confusa.
_ Lia? _ perguntou um tanto pasma.
_ É, eu sei, estou horrível _ disse ela com expressão tediosa, _ mas ao menos assim fico mais poderosa _ ela olhou as armas brancas nas mãos dos ali presentes._ Hum... Prata, isso pertence a você não é Ângela?
Ângela assentiu sorridente.
_ Aham, aham, vim ajudar você.
_ Isso é ótimo, pois vou precisar _ falou Lia. _ Ele me perseguiu, mas eu cheguei ao lago primeiro, e o espantei.
_ Com essa cara feia não deve ter sido difícil _ debochou Cissa. Lia\Iara o fitou e revelou suas presas. _ Desculpa, não resisti _ disse segurando o riso.
_ Como eu ia dizendo _ prosseguiu Lia rangendo os dentes. _ Agora a lua já está bem aparente, então ele vai se transforma e ficar mais poderoso. _ logo fitou Núbia com um leve sorriso. _ Oh, garotinha, pensei que não compreendesse meu hobby, mas parece que você entendeu bem até e...
_ Não _ interrompeu Núbia com rispidez. _ Ainda te acho uma doente, estou fazendo isso mais por Ângela do que por você.
_ E eu só acompanho _ disse Cissa levantando as mãos.
Lia revirou os olhos
_ Tanto faz _ disse ela. _ O que interessa, é que estão aqui.
Logo se ouviu um uivo grave mais próximo do que o esperado.


_ Ele está aqui_ disse Ângela erguendo o cutelo.

Gostaram? Comentem! (observei que muitas pessoas leem os episódios, mas poucas comentam, de qualquer forma, obrigado).
Beijos e até a próxima.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Oi, quero voltar T-T

Que saudade kk
E aí, vocês estão bem?
Eu sim e de férias. Há algum tempo atrás eu fiz um post dizendo que ia sumir, pra fazer umas coisas, uns planos que eu tinha mas do nada desabaram, tudo começou a dar errado (como exemplo essa postagem, que eu tinha feito ela inteira e meu tablet travou e apagou ela toda, legal). Eu estou triste, frustrado, chateado mas vida segue, fazer o que?

Mas a questão é, turma.
Ainda estou viajando e morto de vontade de postar.
É aí que vocês entram. Quero que me digam o que vocês querem que eu poste.
Tem que ser coisa rápida (porque sou carregado pra todos os lados)
Não pode ser de desenho, tipo Hey (porque não trouxe nenhum material) (to chorando aqui)
E não pode ser uma série (por tomar muito tempo, não aguento mais ouvir "Mateus, sai desse celular")
Resumindo: não vou postar nada kkk mas sério, me ajudem.
Aceito todas e qualquer sugestão :)

Me tirem do tédio, por favor.

Até ;)