Núbia estava sentada na sala tentando ao máximo sentir
sua alma. Logo um vento frio envolveu seu corpo, ela abriu os olhos e
visualizou livros e papeis solitários voando a sua volta, como um redemoinho.
Estava muitíssimo contente, mas não podia desconcentrar-se. Levantou com
cautela e estendeu os braços, forçou mais sua mente e começou a controlar a
nuvem de papeis pela sala. Como um balé no ar, Núbia mexia os braços com leveza
e logo comandava todos os objetos leves do local. Os pequenos vasos, as
mofadas, os livros etc.
Então ouviu-se batidas na porta que assustaram Núbia
de tal forma que tirou totalmente sua concentração, logo todos os objetos caíram
no chão como uma chuva excêntrica de decoração. Os vasos de Lia agora eram
pedaços de cerâmicas espalhados pela sala, e alguns livros tinham as folhas amaçadas
e arrancadas.
— Droga, como eu vou explicar isso — pensou Núbia em
voz alta.
Novamente ouviu-se as batidas na porta. Núbia concluiu
que seria impossível arrumar aquela bagunça, mesmo com os poderes que começava adquirir,
resolveu então abrir a porta e rezar para que não fossem Edgar e Lia.
Para seu alívio ao abrir a porta deparou-se com Ângela
e seus olhos medonhamente grandes.
— Ângela! — Núbia por impulso simplesmente correu e a
abraçou, não muito forte, pois Ângela era tão franzina que dava medo de
quebrar.
Ângela deixou-se expressar uma risadinha.
— O-oi — disse ela em seus sussurros amedrontados.
— Oi Ângela, eu estava com tanta saudade de você!
Entre!
Nubia levou Ângela até o sofá da sala.
— O que aconteceu aqui? — perguntou Ângela vendo os
objetos no chão.
— Eh... nada — disse Núbia forçando um sorriso. — Sente-se.
As duas se sentaram no sofá e começaram um dialogo.
Ângela contou que depois do protesto contra Edgar, ela
não pode permanecer na vila Fim do Mundo, pois todos sabiam que já havia trabalhado
para Edgar, ela então foi para outra vila, não exatamente próxima, mas ainda na
região.
— Edgar realmente só dá problemas — ponderou Núbia.
Ângela assentiu.
— Sim... Mas ao menos tenho um amigo que... — Ângela
pareceu se arrepender de ter iniciado a frase. Já Núbia compreendia muito bem o
que ela iria falar a seguir.
— Curupira, certo? — supôs Núbia com um sorrisinho.
Ângela assentiu.
— Da ultima vez que ele foi me visitar não foi sozinho,
sabe, estava acompanhado do seu
amigo, Cissa.
— Ele não é meu amigo — disse Núbia ríspida. — Acho
que nunca foi.
Ângela entortou os lábios. Logo um pensamento surgiu
em Núbia.
— Ângela, você sabia quem realmente era Cissa? Não é?
— Eu... tinha ideia. Entenda, eu não saia muito do
casaram, e o garoto que você chama de Cissa não costuma meter alheios nos
assuntos que pertencem a ele e Edgar, então nunca tive muito contato com tal. E
Edgar também não costumava falar sobre suas histórias e fontes de magias comigo.
Eu era só uma cozinheira amaldiçoada!
— Mas Lia sabia — disse Núbia.
Ângela encolheu os ombros e assentiu.
— Ela sem dúvida alguma sabia. Mas... Núbia, não fica
brava com o garoto Cissa. Eu não acho que ele seja assim tão mau. Se realmente
ele foi o Saci, posso garantir que o rapaz que vi ontem não era mais.
Núbia se levantou bruscamente.
— Ele que te mandou aqui, não é?
— Eu viria que qualquer forma, ele só aproveitou a oportunidade.
Cissa precisa falar com você Núbia, mas Edgar está te prendendo aqui então...
— Edgar não me prende aqui! — interrompeu Núbia. — Estou
aqui por que quero. Cissa acha o que? Que Edgar fez algum feitiço em volta da
casa para me impedir de vê-lo? Pois informe a ele, que meu avô não faria isso
comigo, eu que não quero falar com ele.
Ângela pareceu estupefata.
— Você está ficando do lado de Edgar?
Aquilo pegou Núbia de surpresa. Ela estava ficando do
lado de Edgar? A própria não sabia responder.
— Eu... estou ficando do meu próprio lado! Oras. Não é
por que estou brava com Cissa que comecei a gostar de Edgar. Eu por acaso preciso
ficar do lado de um deles? Não posso ter meu próprio lado?
Núbia falava de forma rápida, mas nada segura.
Ângela balançou a cabeça
decepcionada.
— Está bem então. Mas ao menos
tente conversar com o garoto, e... você disse que Edgar não te prenderia aqui,
mas você já tentou sair?
Novamente Núbia foi pega de
surpresa. Desde a ultima conversa com Cissa, não tinha mais saído do casarão, e
aquilo fazia uns dois dias.
— Eh... não — admitiu Núbia. —
Mas é por que eu não quis, não porque fui obrigada.
Ângela assentiu não muito
convencida. Núbia tentou mudar de assunto, então falou sobre Lia ter sido
libertada por Edgar.
Inicialmente Ângela sorriu
radiante, depois sua expressão ficou incrédula.
— Fico feliz por Lia, mas isso
é estranho. Edgar a perdoou e ainda a libertou? Estranho...
Núbia deu de ombros.
— Sei lá, quem sabe ele esteja
tentando mudar. Agora mesmo, os dois saíram juntos para uma cidade qualquer
fazer compras, eu acho. — Núbia riu. — Eles estão parecendo aqueles divorciados
que vivem brigando, mas não se separam de verdade nunca.
Ângela parecia
perdida, como se não acreditasse no que seus ouvidos lhe diziam, porém
assentiu.
Logo ela voltou-se a
Núbia com seu olhar medonho
— Preciso ir, não
quero encontrar Edgar, ele mudado ou não. — Ângela levantou-se do sofá e pegou
de leve no pulso de Núbia. — Sobre Edgar e Cissa. Acho que realmente o melhor
que você faz é ficar do seu próprio lado, mas... não espere ficar sozinha.
— Como assim? — disse
Núbia.
Ângela deu de ombros
com um sorrisinho.
— Também não sei. Não sou boa
conselheira. Só... siga o que achar certo seguir, não o que lhe dizem que é
certo. E... o único recado que Cissa pediu que eu te mandasse é que se você não
for até ele, ele vem até você.
Núbia levantou uma sobrancelha e cruzou
os braços.
— Ele não pode entrar aqui.
Ângela deu de ombros depois voltou a se
encolher. Se despediu em um aceno de cabeça e se foi.
Quinze
minutos após a conversa Núbia sentiu um impulso (nada surpreendente, essa
menina vive de impulsos), e encheu-se de dúvidas (nada novo também). Resolveu
então sair do casarão. Passou pela varanda de madeira e caminhou mais um pouco
pelo gramado, decidiu então ir até a baia, lembrou-se que foi lá onde conheceu Cissa,
aquela lembrança lhe tirou um sorriso espontâneo. Porém logo o sorriso deu
lugar a expressão de pânico. Ao chegar perto da baia sentiu como se um vidro
lhe impedisse a passagem. Uma força invisível que não lhe deixava sair. Núbia
bateu no ar e sentiu aquele inexplicável atrito. Deu a volta por todo o
casaram, mas não conseguia ultrapassar tal limite.
— Ele
me prendeu aqui — disse Núbia em tom baixo e pasmo. Uma raiva repentina lhe invadiu:
— Edgar maldito!
Edgar é muito sacana, amo esse homem, mas bem, o que voces acharam? comentem! beijos e até a proxima.
Desculpee não comentar o anterior! Tava LO-TA-DA de fic pra ler!
ResponderExcluirEdgar FDM! Me revoltou! Tava começando a gostar dele, mas ninguem atrapalha MEU CASAL!
Até a próxima!
Tudo bem.
ExcluirEu gosto de Edgar, mas do nosso casal tbm, então....
Ate
Este comentário foi removido pelo autor.
Excluir