Olá leitores.
Quero avisa-los que fiquei 2 horas procurando um dicionário tupi bom, para poder escrever uma simples frase do Curupira, kk, gente, eu gosto muito do que faço, só pode.Parte 6
Depois de seguirem alguns rastros de galhos
queimados e marcas de ferraduras, eles chegaram novamente à praça de inicio,
mas ela estava diferente.
_ Ah droga _ disse Cissa.
Os bancos quebrados, as árvores caídas no meio da
praça e toda aquela região vazia, a não ser...
_ Cissa, ali _ disse Núbia apontando para uma pessoa
ensanguentada atrás de um banco de concreto da praça.
Cissa e Núbia desceram de seus cavalos e foram
correndo em direção à pessoa, que era uma garota de uns 11 anos, morena, deitada
de barriga para baixo. Núbia ajoelhou-se do lado dela, colocou o dedo no
pescoço, ainda estava viva.
_ Temos que leva-la daqui _ disse Cissa.
Núbia assentiu e virou o corpo da menina.
Ela gemou e tentou abrir os olhos.
_ Oi garotinha _ disse Núbia tentando sorrir e
colocar a cabeça dela em seu colo. _ Fala comigo, vai.
A menina voltou gemer, depois murmurou:
_ Ela existe... a Mula-sem-cabeça existe.
Nubia balançou a cabeça.
_ Foi ela quem fez isso com você?
A menina assentiu de leve com a cabeça.
Cissa bateu o pé nervoso e olhou para os lados.
_ Cadê os pais dessa menina?
_ Devem estar a procurando _ concluiu Núbia.
_ Todos correram, mas eu não consegui _ murmurou a
menina com cara de choro. Núbia acariciou o cabelo da garota.
_ Calma querida, vamos tirar você daqui.
Antes de Núbia falar algo, Cissa se agachou e pegou
com cautela a menina no colo.
_ E aí mocinha _ disse Cissa tentando ser simpático
enquanto a levava até o cavalo. _ Qual é seu nome?
_ Mayara _ respondeu ela.
Núbia foi atrás deles e também conversou com a
garota, sabia que em tais situações não podia-se deixar de falar com a pessoa,
não podia deixa-la apagar, pois tal poderia nunca mais acordar.
_ Mayara é um nome lindo _ disse Núbia.
_ É indigna, muito bonito, porém o significado tupi
é estranho _ Disse Cissa.
_ Por quê? _ Perguntou Mayara
_ Significa bisavó, você não tem cara de bisavó.
A garota riu fraca.
_ Não mesmo _ concordou ela.
Núbia sorriu de canto decidiu deixar sua égua ali
mesmo na praça. Os três foram no Cavalo. Cissa o controlava, enquanto atrás Núbia
segurava a menina. Eles ficaram conversando com a garota o caminho todo, Cissa
fez algumas piadas para menina sentir-se melhor.
Mayara contou que foi um cara verde que o salvou, o
Curupira, ela mesma disse.
_ Ah, você conhece o Curupira? _ disse Núbia.
_ Quem não conhece? _ disse Mayara.
_ Estamos na Amazônia, menina _ disse Cissa com um
sorrisinho _. Ele é discreto, mas ainda sim, já é morador antigo daqui.
_ Nunca o vi, mas sempre soube que ele existia _
disse Mayara. _ Só não entendi por que ele chamou a Mula-sem-cabeça de Ângela.
_ Muito cachimbo da paz _ concluiu Cissa.
Tanto Mayara quanto Núbia riram.
Eles levaram a menina para o hospital, a enfermeira
conhecia a garota e dissera que os pais de tais estavam loucos pela cidade
procurando a filha, ela perguntou quem eram Cissa e Núbia, e eles desviaram da
pergunta dizendo que estavam muito ocupados.
_ Melhoras Mayara _ disse Cissa para a garotinha que
estava sentada numa maca esperando o médico.
Mayara sorriu para Núbia e Cissa e acenou com a mão.
Os dois saíram em disparada do hospital. No caminho Nubia não resistiu em
dizer:
_ Quem diria. Você é bom com crianças.
Cissa levantou uma sobrancelha.
_ Até sou. Eu gostaria de ser pai, se não sentisse
tanto medo do que nasceria de...
_ Eu sei _ disse Núbia baixando o olhar, eles já
haviam falado sobre aquilo várias vezes, e as conversas nunca eram aprazíveis.
...
Estava amanhecendo, quando eles ouviram os gritos
femininos de raiva que ecoavam da mata. Eles correram, já sem seus cavalos que
foram deixados pastando em um local qualquer.
_ Você não poderia ter feito isso! Maldito! Monstro!
_ dizia Ângela encostada em uma árvore, encolhida e com a roupa rasgada. Ela
jogava pedras, galhos, folhas e terra em Curupira que estendia as mãos pedindo
para que ela se acalmasse.
_ Foi para seu bem xa po-porã! Você iria morrer se
não se transformasse, tinha que se fortalecer!
_ Eu preferia morrer! Morrer! Eu queria ter sido
morta! Morrer!
Logo ela fitou Cissa e Núbia a olhando com expressões
pasmas, ela havia voltado a ficar jovem, com cabelos lisos e negros, a pele
branca, as olheiras menores, os olhos grandes e castanhos escuros. Aliás, ela
estava mais jovem até do que antes do encontro com a Cuca, nem parecia tanto
uma amaldiçoada, estava até bonita, mas prosseguia... Ângela.
_ Vocês também ajudaram! _ exclamou ela _. Malditos!
Vocês também são maus, muito maus! Maus, maus, maus...
_ Para Ângela! _ gritou Curupira e ela o olhou assustada.
_ Desculpa... eu não queria que tivesse acontecido tudo aquilo, mas não foi sua
culpa, não se sinta mal...
_ Se for sobre aquela garotinha da praça _ disse
Cissa _ Ela está bem, ok? Calma Ângela.
Ângela sentou-se, pôs-se a chorar.
_ Ângela, está tudo bem agora _ disse Núbia tirando
sua blusa negra e se aproximando de Ângela. Núbia ofereceu a blusa; Ângela se
olhou, pegou a blusa rapidamente e vestiu-a.
Curupira também se aproximou e curvou a cabeça
tentando vê-la. Ele precisava falar algo, mas não queria que ninguém entendesse,
então:
_ xa po-porã... peruda
iandê, recê xa mó, iandê porangatu! Potar abaíba _ disse Curupira em
tupi.
Ângela o fitou primeiramente um tanto pasma depois
com raiva.
_ A Lia me ensinou algumas palavras em tupi, e eu
não sou nem xa po-porã e... Acho que o resto eu traduzi errado, espero eu que
tenha traduzido errado, por que... não faz sentido, sentido algum!
Curupira por um segundo pareceu assustado e fez uma
cara de: I, ferrou. (provavelmente a ultima coisa que ele esperava era que Ângela
entendesse o que ele disse), Ainda sim tentou disfarçar.
_ Eh... Sim, sem dúvida você traduziu errado, óbvio.
_ Eu acho que não _ disse Cissa. Curupira o fitou.
_ Cala a boca, Cissa _ disse ele bravo, depois
voltou-se para Ângela.
Os dois se fitaram por um bom tempo, uma discussão
de olhares, até que ela se levantou, ainda encolhida, mas com expressão
decidida.
_ Não quero mais ver ninguém, nem um de vocês. Me
deixem, me deixem ir _ disse ela.
_ Mas... _ Curupira ficou sem palavras.
Cissa colocou a mão no ombro de Curupira. Ele
suspirou. Ângela fitou todos com um breve Tchau e se foi, caminhando com um
pouco de dificuldade.
_ Não posso deixa-la desse jeito _ disse Curupira. _
Mas também não posso segui-la.
_ Eu sei quem pode ajuda-la _ disse Núbia. _ Vai dar
tudo certo.
...
Ângela estava agarrada em suas próprias pernas
olhando a janela daquela cabana qualquer que ela achou no meio da mata. Já
fazia um dia inteiro desde que deixara todos para trás,
Ela sabia que
eles não haviam feito por mal, mas também não havia como perdoa-los.
Aquilo que Curupira falou não fazia sentido, mas
ficou na cabeça de Ângela, "peruda iandê" significava amo você,
depois ele disse que o que havia feito era por amor, e mesmo que tudo aquilo já
fosse estranho o suficiente, o que ele disse no final, "potar abaíba"...
Não podia ser verdade. Uma coisa é o apelido Xa po-porã, minha bela ingênua,
era algo carinhosos de amigos, mas o restante era quase uma declaração, aquilo
era estranho considerando as circunstância, Curupira simplesmente não podia
sentir aquilo, Ângela sabia, era impossível...
Logo então ouviu a porta atrás dela se abrir. Ela
virou assustada e viu na porta uma mulher lindíssima, com cabelos loiros que
caiam em ondas, um corpo perfeito vestindo um longo vestido azul marinho, olhos
verdes brilhantes, uma boca carnuda e perfeita com um batom vinho.
_ Olá minha cara amiga _ disse a mulher com um
sorrisinho _ Que cabana horrível que você foi arrumar, Ângela! Por Tupã! Vamos, eu vou leva-la para algum lugar
melhor.
Ângela abriu um amplo sorriso.
_ Lia!
Lia ou Iara, somente sorriu de canto.
Amando esse final <3, só perde para o quarto episódio da primeira temporada com o Edgar falando "A criatura não trabalha para mim criança. A criatura sou eu!". kk. E vocês, o que acharam? Comentem! Pois bem. postarei o resumo dos proximos eps, pq terminar a série n vai dar, como vocês viram, só esse post demorou quase um ano. kk
AAAAAH! Acho que é destino, SÓ PODE!!! Depois de passar as férias inteiras sem net, na noite de hoje, começo a receber notificações e vejo que a net voltou, acesso o blog e VEJAM SÓ TELESPECTADORES MAHOE! UHUUUL.
ResponderExcluirEstou feliz, mesmo tendo perdido meu celular em casa (ou seria na casa da minha vó? Ou na rua talvez?), mesmo tendo meu cérebro meio enferrujado para matemática, mesmo não conseguindo me comunicar com minha melhor amiga-Shinigami fora da escola, ESTOU FELIZ! Afinal Folcloriana Oculta tem que amar cada capítulo!
Uhhh sem querer rolou declaração de um não-casal que está em fase de negação (eles crescem tão rápido buãhãhãhã).
PERA!!!! Eu sou tão lerda a ponto de não entender o que Núbs e Cissa queriam dizer na conversinha sobre bêbês? Ou os lerdos seriam eles? Afinal que eu saaaaaaaaaiba.........tem como adotar um pestinha só pra eles (se eles pensarem beeeeeem na hipótese, vão ver que é uma excelente ideia e euzinha faria o sacrifício de levantar a mãozinha e dizer que eu quero ser filha dos dois, afinal, sou idêntica ao Cissa).
Esperando próximos capítulos!
Beeeeeeeeijinhos.
Haha. q saudade de tu, garota.
ExcluirMds, espero q ache seu celular e consiga se comunicar com sua amiga. kk, mas sim, é ele mesmo Folclore Oculto.
Haha sim, Curupira e Ange se amam cara.
E Núbia e Cissa realmente deviam adotar uma criança, já q eles tem medo da própria genética. kk, mas é que eles também tem medo de serem maus pais. Mas quem sabe te adotam. hahha
Postarei o resumo dos próximos capítulos, infelizmente.
Mas beijos. Obg por comentar.