Olá leitores.
Folclore Oculto está de volta. Fiquem com a penúltima parte deste 5° episódio.
(era uma vez uma irresponsável que esqueceu de fazer o desenho de início de post, e colou uma montagem com desenhos antigos para não ficar tão feio, o nome dela era Julia, também conhecida como eu)
Núbia acordou deitada em uma cama simples de
madeira, com colchão fino, mas não desconfortável. A sua volta as paredes eram
de madeira. Olhou para cima, e notou que sua cabeça estava deitada no colo de Cissa,
e que ele passava um pano molhado em sua testa.
_ E aí menina? _ disse ele.
Ela se levantou, estava tonta e com uma dor de
cabeça horrível.
_ O que aconteceu?
Cissa contou tudo que ocorrera com Caipora. Depois
pegou de um criado mudo ao lado uma folha grossa, parecida com balsama, mas com
uma cor avermelhada.
_ Mastiga isso _ disse ele entregando a exótica planta
a Núbia. _ Vai ajudar na dor de cabeça.
Núbia confiou em Cissa, e mesmo não conhecendo tal planta, colocou na boca e mastigou; a folha tinha um gosto azedo, mas era
suportável.
_ Me sinto estranha _ comentou Núbia apoiando o
braço na cama, e segurando-se para não deitar de volta ao colo de Cissa.
_ Como se tivesse levado uma pancada na cabeça? _
perguntou Cissa sínico. _ Porque se for isso, é muito estranho.
Núbia conseguiu esboçar um sorriso.
Cissa ofereceu-lhe uma maçã, o que era ótimo, pois
sequer café da manhã Núbia tomara naquele dia.
_ Você me trouxe até aqui? _ perguntou Núbia
dando-se conta da situação. E Cissa simplesmente deu de ombros.
_ Espero que você não tenha ficado encabulada por eu
ter te trazido ao meu quarto _ disse com seu sorriso sapeca.
Núbia o fuzilou com os olhos.
_ Não é isso! Sua coluna que me preocupa! Você me
carregou até aqui, não é?
_ Eu nem pensei nisso na hora, menina. Sim eu te
carreguei até aqui, mas minha preocupação foi tanta que eu nem me lembrei da dor.
Núbia abriu um leve sorriso e balançou a cabeça. Cissa
então colocou a mão na coluna.
_ Mas sabe, só agora que eu estou sentindo o
efeito.
_ Dói muito? _ perguntou Núbia preocupada.
_ Como perder um membro.
_ E você sabe bem o que é isso, não é? _ disse Curupira
na porta.
Núbia levou um mine susto, já Cissa o fitou um tanto
bravo.
_ Não sei do está falando _ mentiu Cissa. _ Mas e
aí, a Caipora já se foi?
_ Ela sim, mas isso não significa que os problemas
acabaram.
_ Como assim? _ perguntou Núbia já com medo da
resposta.
_ Os moradores de Fim Do Mundo viram Caipora, e da ultima vez que isso ocorreu não foi nada legal. Ela acabou com a vila depois de ter escapado da
prisão de Edgar. Desta vez ela não veio para destruir a cidade, só a Núbia
mesmo, mas ainda sim a vila já tirou conclusões precipitadas.
Cissa fez cara feia, já compreendendo a situação,
já a inocente menina da cidade:
_ Do que vocês estão falando? Que conclusões? _
perguntou Núbia perdida na conversa.
Cissa e Curupira revirarão os olhos.
_ Sabe, Edgar não é o vizinho mais querido da vila
_ explicou Cissa. _ Quando a Caipora rodou a baiana na vila Fim do Mundo, os
moradores culparam Edgar e foram protestar no casarão, tentando expulsa-lo, o
que obviamente não deu certo. Porém, pelo que entendi, eles vão tentar de novo.
_ Ah-hã – concordou Curupira. _ Já prepararam as tochas,
e o arsenal; querem derrubar o casarão hoje a noite.
_ Mas eles nem sabem o porquê que a Caipora esteve
aqui _ questionou Núbia, _ ela nem fez
nada contra eles! Fez?
_ Não _ disse Curupira. _ Mas isso foi só um
empurrão, eles também estão considerando o assassinato dos pescadores, Miguel e
Pedro, até mesmo, o desaparecimento de Messias, que era uma pessoa conhecida na
vila.
_ Não sabiam que ele era lobisomem? _ perguntou Núbia
começando a sentir rancor de si mesma por ter assassinado alguém, mesmo com
todas as circunstâncias.
Curupira deu de ombros
_ Saber,
sabiam _ disse Cissa _, e mesmo se não fosse, ninguém gostava de Messias, não
se preocupe, menina, isso são só desculpas para o verdadeiro motivo, cansaço. O
povo da vila deve estar cansado de tolerar e ignorar um vizinho tão... maluco
quanto Edgar!
_ Não há como culpa-los _ ponderou Núbia,
abaixando o olhar.
Cissa levantou e acariciou o rosto de Núbia.
_ É, mas eles são tão tolos quanto as criaturas que
enfrentamos até aqui. Também vão culpar você por erros de Edgar.
_ E foi por isso que vim até aqui avisar _ explicou
Curupira.
_ Mas... Curupira _ disse Cissa confuso, _ Você não
pode ir até a vila, como sabe de tudo isso?
Curupira pareceu ofendido, mas respondeu mesmo
assim.
_ Eu estava observando a vila de longe, e vi quando
um homem anunciou na praça sobre o plano de derrubar Edgar.
Cissa sorriu malicioso.
_ Estava observando a vila, ou procurando Ângela?
Curupira o fuzilou com os olhos.
_ Não é da sua conta! _ exclamou ele. _ Agora temos
que resolver o que fazer com a descendente do mal.
Cissa assentiu concordando.
_ Ninguém precisa saber do meu parentesco com Edgar
_ concluiu Núbia.
_ É _ disse Cissa _, mas seus cabelos ruivos te
entregam um pouco, menina, os Cabrall da linhagem de Edgar costumam ser ruivos.
_ Curupira coincidentemente observou o próprio braço com a pelagem ruiva
acastanhada _ mas nem todo os ruivos costumam ser da linhagem de Edgar _ prosseguiu Cissa
fitando Curupira com um sorrisinho.
_ Ahm? _ disse Curupira perdido, ele então se tocou
e ficou emburrado. _ Ah! Eu sei disso!
Cissa e Núbia riram.
_ Acredite, por mim você ficaria aqui, comigo _ prosseguiu Cissa _ mas por mais estranho que paressa o
lugar mais seguro para você, menina, é no casarão.
_ O que! _ exclamou Núbia incrédula.
Espero que tenham gostado. Beijos e até a próxima.
Que fofuraa, os momentos do casal estão ficando cada vez mais constantes! S2
ResponderExcluirCapitulo I-C-R-I-V-E-L, mas agora eu estou sentindo falta da Lia e da Ângela(curupira safadenho)
Não comentei antes porque tava ocupada. Te vejo no proximo capitulo.
Ah que bom que está gostando. kk.
ExcluirNão se preocupe que logo as duas voltam. kk, eu sinceramente do rizada com esse romance Curupira/Ângela. kk
De boas, eu novamente demorei para responder. Até.