terça-feira, 10 de março de 2015

Folclore Oculto: 5° Episódio; P/6

Olá leitores.
Folclore Oculto está de volta. Fiquem com a penúltima parte deste 5° episódio.
(era uma vez uma irresponsável que esqueceu de fazer o desenho de início de post, e colou uma montagem com desenhos antigos para não ficar tão feio, o nome dela era Julia, também conhecida como eu)

Núbia acordou deitada em uma cama simples de madeira, com colchão fino, mas não desconfortável. A sua volta as paredes eram de madeira. Olhou para cima, e notou que sua cabeça estava deitada no colo de Cissa, e que ele passava um pano molhado em sua testa.
_ E aí menina? _ disse ele.
Ela se levantou, estava tonta e com uma dor de cabeça horrível.
_ O que aconteceu?
Cissa contou tudo que ocorrera com Caipora. Depois pegou de um criado mudo ao lado uma folha grossa, parecida com balsama, mas com uma cor avermelhada.
_ Mastiga isso _ disse ele entregando a exótica planta a Núbia. _ Vai ajudar na dor de cabeça.
Núbia confiou em Cissa, e mesmo não conhecendo tal planta, colocou na boca e mastigou; a folha tinha um gosto azedo, mas era suportável.
_ Me sinto estranha _ comentou Núbia apoiando o braço na cama, e segurando-se para não deitar de volta ao colo de Cissa.
_ Como se tivesse levado uma pancada na cabeça? _ perguntou Cissa sínico. _ Porque se for isso, é muito estranho.
Núbia conseguiu esboçar um sorriso.
Cissa ofereceu-lhe uma maçã, o que era ótimo, pois sequer café da manhã Núbia tomara naquele dia.
_ Você me trouxe até aqui? _ perguntou Núbia dando-se conta da situação. E Cissa simplesmente deu de ombros.
_ Espero que você não tenha ficado encabulada por eu ter te trazido ao meu quarto _ disse com seu sorriso sapeca.
Núbia o fuzilou com os olhos.
_ Não é isso! Sua coluna que me preocupa! Você me carregou até aqui, não é?
_ Eu nem pensei nisso na hora, menina. Sim eu te carreguei até aqui, mas minha preocupação foi tanta que eu nem me lembrei da dor.
Núbia abriu um leve sorriso e balançou a cabeça. Cissa então colocou a mão na coluna.
_ Mas sabe, só agora que eu estou sentindo o efeito.
_ Dói muito? _ perguntou Núbia preocupada.
_ Como perder um membro.
_ E você sabe bem o que é isso, não é? _ disse Curupira na porta.
Núbia levou um mine susto, já Cissa o fitou um tanto bravo.
_ Não sei do está falando _ mentiu Cissa. _ Mas e aí, a Caipora já se foi?
_ Ela sim, mas isso não significa que os problemas acabaram.
_ Como assim? _ perguntou Núbia já com medo da resposta.
_ Os moradores de Fim Do Mundo viram Caipora, e da ultima vez que isso ocorreu não foi nada legal. Ela acabou com a vila depois de ter escapado da prisão de Edgar. Desta vez ela não veio para destruir a cidade, só a Núbia mesmo, mas ainda sim a vila já tirou conclusões precipitadas.
Cissa fez cara feia, já compreendendo a situação, já a inocente menina da cidade:
_ Do que vocês estão falando? Que conclusões? _ perguntou Núbia perdida na conversa.
Cissa e Curupira revirarão os olhos.
_ Sabe, Edgar não é o vizinho mais querido da vila _ explicou Cissa. _ Quando a Caipora rodou a baiana na vila Fim do Mundo, os moradores culparam Edgar e foram protestar no casarão, tentando expulsa-lo, o que obviamente não deu certo. Porém, pelo que entendi, eles vão tentar de novo.
_ Ah-hã – concordou Curupira. _ Já prepararam as tochas, e o arsenal; querem derrubar o casarão hoje a noite.
_ Mas eles nem sabem o porquê que a Caipora esteve aqui _ questionou Núbia, _  ela nem fez nada contra eles! Fez?
_ Não _ disse Curupira. _ Mas isso foi só um empurrão, eles também estão considerando o assassinato dos pescadores, Miguel e Pedro, até mesmo, o desaparecimento de Messias, que era uma pessoa conhecida na vila.
_ Não sabiam que ele era lobisomem? _ perguntou Núbia começando a sentir rancor de si mesma por ter assassinado alguém, mesmo com todas as circunstâncias.
Curupira deu de ombros
 _ Saber, sabiam _ disse Cissa _, e mesmo se não fosse, ninguém gostava de Messias, não se preocupe, menina, isso são só desculpas para o verdadeiro motivo, cansaço. O povo da vila deve estar cansado de tolerar e ignorar um vizinho tão... maluco quanto Edgar!
_ Não há como culpa-los _ ponderou Núbia, abaixando o olhar.
Cissa levantou e acariciou o rosto de Núbia.
_ É, mas eles são tão tolos quanto as criaturas que enfrentamos até aqui. Também vão culpar você por erros de Edgar.
_ E foi por isso que vim até aqui avisar _ explicou Curupira.
_ Mas... Curupira _ disse Cissa confuso, _ Você não pode ir até a vila, como sabe de tudo isso?
Curupira pareceu ofendido, mas respondeu mesmo assim.
_ Eu estava observando a vila de longe, e vi quando um homem anunciou na praça sobre o plano de derrubar Edgar.
Cissa sorriu malicioso.
_ Estava observando a vila, ou procurando Ângela?
Curupira o fuzilou com os olhos.
_ Não é da sua conta! _ exclamou ele. _ Agora temos que resolver o que fazer com a descendente do mal.
Cissa assentiu concordando.
_ Ninguém precisa saber do meu parentesco com Edgar _ concluiu Núbia.
_ É _ disse Cissa _, mas seus cabelos ruivos te entregam um pouco, menina, os Cabrall da linhagem de Edgar costumam ser ruivos. _ Curupira coincidentemente observou o próprio braço com a pelagem ruiva acastanhada _ mas nem todo os ruivos costumam ser da linhagem de Edgar _ prosseguiu Cissa fitando Curupira com um sorrisinho.
_ Ahm? _ disse Curupira perdido, ele então se tocou e ficou emburrado. _ Ah! Eu sei disso!
Cissa e Núbia riram.

_ Acredite, por mim você ficaria aqui, comigo _ prosseguiu Cissa _ mas por mais estranho que paressa o lugar mais seguro para você, menina, é no casarão.
_ O que! _ exclamou Núbia incrédula.

Espero que tenham gostado. Beijos e até a próxima.


2 comentários:

  1. Que fofuraa, os momentos do casal estão ficando cada vez mais constantes! S2
    Capitulo I-C-R-I-V-E-L, mas agora eu estou sentindo falta da Lia e da Ângela(curupira safadenho)
    Não comentei antes porque tava ocupada. Te vejo no proximo capitulo.

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    Respostas
    1. Ah que bom que está gostando. kk.
      Não se preocupe que logo as duas voltam. kk, eu sinceramente do rizada com esse romance Curupira/Ângela. kk
      De boas, eu novamente demorei para responder. Até.

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