Olá leitores.
Folclore Oculto voltou para se despedir, contudo, um detalhe interessante é que esse episódio terá seus posts diferentes, com um estilo divergente ao dos outros, uma forma de terminar essa série com estilo.
Folclore Oculto voltou para se despedir, contudo, um detalhe interessante é que esse episódio terá seus posts diferentes, com um estilo divergente ao dos outros, uma forma de terminar essa série com estilo.
1 A aprendiz de bruxaria
Com a volta de Lia, Núbia
sentia-se mais à-vontade no casarão, o que era estranho sendo que há semanas
atrás Lia havia matado dois homens, seja como for, o casarão estava com
energias mais tranquilas que o comum. Lia e Edgar não estavam tão brigados
quanto Núbia imaginava que estariam, quem sabe por agora Edgar respeitar mais a
liberdade da esposa. Eles estavam dormindo em quartos separados, e pelo que Lia
contara, ela deixara de ser prisioneira, agora poderia sair do casarão quando
quisesse, o que preocupou um pouco Núbia. Primeiro porque com Lia livre pescadores
estavam em perigo, e segundo, pois Edgar não seria tão bonzinho por nada, os
dois estavam escondendo algo, e Núbia tinha que descobrir o que era.
A garota tentou sair
por algumas vezes do casarão, mas sempre Lia aparecia com algum distraio, ou algo
que precisasse da ajuda de Núbia, e assim ela passou o dia todo em casa, com
Edgar, Lia e é claro, o mordomo Zumbi. A noite, Núbia olhava pela janela de seu
quarto pensativa, Cissa pediu para que ela o encontrasse e ela não o fez, não
que já o tivesse perdoado-o, mas sequer sabia se estava realmente brava com o
Rapaz; logo seus pensamentos foram interrompidos por alguém que abria a porta
do quarto.
— Olá mocinha — disse
Lia. — Seu avô quer te ver.
Núbia bufou, mas
acompanhou Lia até o escritório particular de Edgar.
Havia uma mesa de
vidro negro com três cadeiras no centro, e duas estantes de cada lado do cômodo contento
objetos medonhos (como fetos e membros de seres em conserva) e outros lindos
(como pedras raras, plantas em vasos magníficos, e é claro, muitos livros).
Núbia observou os
retratos pintados e pendurados na parede contrária a entrada, sempre sentiu
vontade de perguntar quem eram, mas nunca teve coragem. Agora como Edgar ainda
não havia chegado tentou tirar a curiosidade.
— Quem são aqueles? —
perguntou Núbia apontando para os cinco quadros na parede.
Lia observou os
quadros e começou a explica-los da direita á esquerda.
— São as pessoas mais
importantes para Edgar. A primeira, a moça de cabelos longos e ruivos, é
Thainara Cabrall, é a filha de Edgar. Quando comecei a... me aproximar de Edgar
ela ainda estava viva, então tive o prazer de conhece-la. Sabe, ela não era a
queridinha de Edgar por pouco, era uma pessoa maravilhosa, muito doce e lidava
tão bem com sobrenatural! Diferente do irmão dela que preferiu fugir de casa do
que viver em um mundo místico. — Lia observou Núbia com um sorrisinho. — Você é
bem parecida com Thainara mesmo descendendo do irmão dela — comentou. — A única
diferença é que ela tinha olhos claros como os do pai, mas as feições são as
mesma, e personalidade também lembra bastante.
Nubia sorriu de canto.
Lia prosseguiu.
— Já o homem de
cabelos ondulados meio compridinho, e pinta de aventureiro — Lia deixou escapar uma
risadinha —, acredite se quiser, é Edgar, uns 100 anos mais jovem.
(segundo Lia: 100 anos antes, 100 anos depois, kk, uma observação exagerado mas compreensivel.)
Nubia ficou
boquiaberta.
— Sério?
— Sim, nem sempre
ele foi chato e ranzinza. Ele era um rapaz bem humorado, gentil, muito
esperto e... bonito, e prosseguiu assim por longos anos, mas então aconteceram tantas
coisas: a morte da primeira esposa, a fuga do filho, a paixão por alguém
impossível — Lia abaixou o olhar e Núbia entendeu que ela falava de si mesma. —
Logo, quando Thainara morreu — tentou prosseguir — Edgar já não era mais o
mesmo. Aquilo... foi de mais — Lia olhou para o corredor certificando-se que Edgar não estava lá. — Não
conte isso para ninguém Núbia, mas... eu gostei, quem sabe até tenha amado por
um curto período Edgar Cabrall, na verdade ele foi o primeiro e unico por quem senti algo assim. Eu poderia ter ficado com ele por conta
própria, sem ser obrigada, se ele prosseguisse o mesmo, porém não prosseguiu.
— Você ao menos
gosta um pouco dele?
Lia negou com a
cabeça.
— O tempo pode
transformar amor em ódio, Núbia, além do mais, são sentimentos tão parecidos! —
Ela voltou-se aos quadros. — Os outros dois quadros são dos pais de Edgar, e
como é notório, foram pintados á séculos, as roupas são até coloniais. Por fim,
o ultimo quadro é o filho de Edgar, que mesmo o abandonando prosseguiu como
filho.
Lia e Núbia então
fitaram dois espaços marcados na parede, como se houvessem dois quadro naquele local,
que foram tirados depois de muitos anos ali expostos.
— E ali¿ — perguntou
Núbia.
— Ali havia o retrato da ex esposa do Edgar, quando vim definitivamente para cá tirei, não achei que fosse necessário a lembrança dela nessa casa, eu já estava aqui, oras, porém Edgar não gostou muito disso... Mas bem. E o outro seria o meu retrato, que depois de alguns anos eu mesma tirei da parede e queimei, não queria mais ser uma das pessoas
importantes para Edgar, pois ele já não era importante para mim, e Edgar também não gostou muito disso.
Núbia assentiu dando algumas risadinhas.
Logo se ouviu os
passos na escada e visualizou-se Edgar no corredor. Ele entrou e observou as
duas com olhar suspeito.
— Você pediu que eu
a trouxesse até aqui, não foi? — disse Lia.
Edgar assentiu.
— Sim, obrigada. — Ele
voltou-se para Núbia. — Sente-se criança.
Núbia sentou-se de
frente com Edgar na mesa negra.
— Sente-se também Liara — disse Edgar apontando para a
cadeira lateral entre Núbia e ele.
Lia deu de ombros e sentou-se, mas com expressão ainda
carrancuda.
— Está bem — disse —, mas só para não deixar Núbia
sozinha com você.
Edgar levantou uma sobrancelha, mas não retrucou.
— Então criança, depois desses poucos dias quero que
mostre-me que minha atenção a ti não foi em vão.
— Se eu provar ter aprendido algo, o senhor me deixa
sair... passear um pouco amanhã?
— Claro — disse Edgar de forma nada convincente.
Núbia respirou fundo e olhou fixamente para a grande janela na parede do outro lado do
corredor. Alguns segundos depois um pássaro cinza e pequeno pousou num galho próximo
a janela e ficou observando o lado de dentro, logo mais um da mesma raça
apareceu, alguns segundos depois surgiu mais um, dessa vez mais colorido,
depois outro, e outro, e assim respectivamente. Em alguns segundos haviam uns 30 pássaros diversos picando a janela, ou
observando Núbia, que do lado de dentro prosseguia a fitar a janela.
— Controlar pássaros? — disse Lia um tanto estupefata.
— Atrair — corrigiu Edgar em um murmúrio, não querendo
tirar a concentração de Núbia. — A energia natural, demonstração de poder
místico, é isso que Núbia está fazendo, está expandindo o próprio espirito a
ponto de chamar a atenção das aves.
Lia sorriu.
— Muito bom para uma novata — concluiu.
— Sim — concordou Edgar.
Os dois trocaram um curto sorriso de satisfação.
Depois Edgar tentou chamar a atenção de Núbia.
— Criança, já pode parar. Gosto do vidro daquela
janela, não o quebre, por favor.
Núbia piscou e voltou-se para Edgar com um sorrisinho,
orgulhosa de si mesma. Os pássaros voaram, meio atordoados como se tivessem
saído de um transe hipnótico.
— Eu consegui! — disse Núbia contente.
Edgar sorriu seco.
— Sim, sim. Mas ainda é pouco, a senhorita pode mais, Núbia
Cabral, muito mais.
Espero que tenham gostado, essa parte é só para esclarecer mais o passado de Edgar, tem muita coisa que eu ainda não expliquei, agora tenho que contar tudo no episódio final (palmas para mim, essa idiota que lhes fala kkk).
BJS
BJS
Ameii ,
ResponderExcluirque bom. rs. bjs
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