Olá meus queridíssimos leitores.
Trago-lhes a ultima parte de Folclore Oculto, espero
que gostem e que, se forem de menor, não façam o que Cissa e Núbia faram . kk
Adeus? Não. Até logo.
Semanas depois
estava tudo decidido. Núbia voltaria para São Paulo terminar o ensino médio e
ficar um tempo com Rita. Nas férias ela regressaria ao sítio, e depois... Núbia
era bruxa, não vidente, ela realmente não fazia ideia de seu futuro, só sabia
com quem compartilharia.
A garota arrumava as
malas, pois no dia seguinte voltaria a São Paulo. Era estranho pensar que
quando estava lá imaginava que o sitio seria sem graça, e agora notava o quanto a
internet e baladas eram chatas comparado a fugir de monstros e aprender magias
brancas. Mas de tudo que ela deixaria para trás, havia algo, ou melhor, alguém,
que realmente Núbia não sabia como ficaria sem, Cissa. No entanto Núbia estava
furiosa com este mesmo, já entardecia e Cissa não veria lhe visitar? No dia seguinte ela iria embora
e só voltaria dali meses! E ele sequer se despediria? Porém naquele mesmo
instante ela ouviu as batidas, alguém jogava pedras na janela. Núbia foi até tal
e visualizou Cissa lá embaixo com seu sorriso maroto fazendo sinal para ela
descer.
Núbia sorriu e
quando estava descendo as escadas viu Edgar sentado no sofá com olhar distante
enquanto bebia alguns goles de vinho.
— Pode ir — disse
ele, mesmo Núbia não perguntando nada. — Só espero que seja responsável.
Núbia assentiu contente.
— Prometo que serei,
Vô.
Edgar a olhou um
tanto surpreso e só então Núbia notou do que o chamara.
— Ah, perdão, Edgar —
disse ela.
Edgar sorriu levemente;
— Tudo bem, vá.
Núbia saiu e viu Cissa a
esperando na baia.
— Menina! — ele
pegou a mão dela. — Preparei algo incrível para hoje. Você vai adorar.
Núbia olhou envolta.
— Já está
anoitecendo Cissa. Por que não veio antes?
— Por que não teria
graça e eu estava preparando tudo, oras. Vai ser divertido, mas você tem que
confiar em mim.
Núbia ficou com um
certo medo, ela amava aquele garoto, mas tinha que admitir que ele era um louco.
Cissa, sem pedir
obviamente, pegou um dos cavalos de Edgar, um garanhão negro, e junto a Núbia galopou
bosque adentro. Ele a levou até a caverna biblioteca que Saci destruiu, mas que
Núbia e Cissa já haviam arrumado. Porém, naquele dia além de livros, havia uma fogueira
no centro (distante dos livros, claro) garrafas com líquidos estranhos e panos
no chão provavelmente para sentarem-se.
— Já ouviu falar da
música da terra? — perguntou Cissa sentando-se junto a Núbia, envolta da fogueira.
— Acho que não.
— É uma música que
somente bruxos ou coisas do tipo ouvem, você precisa se concentrar e acreditar.
— Cissa pegou uma das garrafas. — Beba isso.
— O que você quer, Cissa?
— disse Núbia com um sorrisinho inseguro.
— Quero que essa
noite seja inesquecível para você, gracinha. Já que vai realmente me deixar — disse
cinicamente dramático.
Núbia riu.
— Eu vou voltar.
— É claro que vai!
Nem que eu tenha que lhe buscar a força!
Núbia riu e Cissa
acariciou o rosto dela.
— Sabe, como fazia
parte do trato eu usarei o capuz às vezes, então nunca sei como ou onde vou acordar
depois das peripécias de Saci. Mas juro que tentarei me comportar.
Núbia riu.
— Eu sei.
Cissa então franziu
os olhos.
— Mas é bom que você
também se comporte, hein, menina. Faça uma lista de qualquer moleque que blefar
contigo.
— Por quê?
— Uai, quando eu for
te visitar eu mato todos, oras.
Núbia riu.
— Pare de falar
besteira, Cissa. _ Ela então lembrou-se de algo: _ Ah, você sabe o que
significa Xá Po-porã?
Cissa levantou uma
sobrancelha.
_ Sim, é uma frase
tupi, significa "minha bela ingênua", ou algo do tipo. Por quê?
_ Ah, nada. _ Núbia
riu _ esse é o apelido que Curupira deu a Ângela.
Cissa riu.
_ É, eu sei. Acho
que ela nem sabe o que significa.
Núbia assentiu.
_ Mas bem. — Ele
bebeu o que havia na garrafa. — Isso vai nos ajudar a chegar ao outro plano mais
fácil.
— Resumo: nos
deixará bêbados — supôs Núbia.
— Exatamente, mas
prefiro não pensar assim.
Ele voltou a
oferecer a Núbia e ela bebeu apenas um gole, tinha sabor de maracujá com álcool.
Cissa levantou e ajudou
Núbia a se levantar também, ele se aproximou dela com as mãos dadas e logo ambos
começaram a dançar. Cissa rodopiou Núbia, ela sorriu e fechou os olhos e após alguns
segundos ouviu um zumbido, algo longe e profundo; folhas batiam, vários sons
noturnos que juntos formavam uma melodia estranha mais envolvente, ela achou
loucura no início, mas minutos depois estavam Cissa e Núbia rodopiando pela
caverna, gritando, gargalhando e pulando; juntos ou separados. Núbia sequer se
lembraria quando ou como, mas bebeu duas daquelas garrafas com líquidos
estranhos e Cissa bebeu as outras.
Ela realmente não
saberia dizer o que ocorreu, quando começou a dançar daquela forma louca, nem
quanto tempo tal devaneio durou, podem ter sido minutos, ou dias! As imagens
eram embaraçadas, estava tudo escuro, com alguns borrões da fogueira ou da camisa branca de Cissa.
Núbia nunca sentira-se tão feliz em toda sua vida. Mas tudo acaba: Logo então
as pernas da garota enfraqueceram e ela sentiu o cansaço. Caiu no chão, encima
de um dos panos ali jogados. Cissa caiu um pouco mais distante, mas ao ver
Núbia deitada e rindo que nem louca, meio que se arrastou até ela. Ele ficou do
lado dela apoiado pelo braço.
— Está feliz menina?
— disse ele acariciando-a.
Ela assentiu.
— Muito! O que
aconteceu? — Núbia riu. — Você me embriagou!
Cissa gargalhou.
— Você se embriagou!
— Ele a beijou no rosto e nos lábios, depois debruçou-se sobre ela e prosseguiu
a beijando. — Eu te amo muito Núbia Cabrall — murmurou no ouvido dela — Você é
tudo pra mim, menina. É a única coisa boa que já me aconteceu.
— Eu também te amo,
menino, amo muito!
Núbia voltou a rir
mais um pouco e bocejou. Cissa deu-lhe mais um beijo no rosto.
— Está cansada? — perguntou
ele.
— Sim. Preciso voltar
pra casa.
Cissa sorriu maroto.
— Nem pensar. Você
vai ficar comigo essa noite. — Ele pegou um pano dobrado ao lado e o estendeu
sobre Núbia, como um cobertor. — Vou cuidar de você. Essa noite e sempre, minha menina.
Núbia sorriu e deu
de ombros. Cissa a puxou pela cintura, depois deu-lhe um beijo na testa, já a garota
simplesmente se aconchegou no rapaz esquecendo-se totalmente que havia uma casa
a se voltar. Assim dormiram abraçados.
...
Núbia não sabia o
que dizer a Edgar quando chegasse em casa, dormiu fora, estava encharcada já
que Cissa havia a levado ao lago praticamente a força, a pegando no colo sem
lhe dar muita opção de fuga. Foi divertido, maravilhoso, óbvio, mas agora que voltava
ao mundo real ela começava a notar o quão estava encrencada.
Os dois pararam na
baia e observaram o casarão.
— Tentarei voltar
aqui para me despedir — disse Cissa beijando a mão de Núbia.
Núbia sorriu e
acariciou a trança que Cissa fez em seus cabelos.
— Bom mesmo.
— Só espero que Edgar
não esteja lá na hora, sabe, se ele me odiava antes, depois dessa noite vai
querer voltar a me matar.
Núbia riu.
— Também acho. Mas
bem, o que interessa é que pelo menos o capuz ele já esqueceu.
Cissa sorriu torto.
— É, agora essa
responsabilidade é minha. Ás vezes minha vontade é queimar aquele pedaço de
pano desgraçado.
— Cissa! — Núbia por
um momento conjecturou — Eh... isso seria possível?
— Não, já tentei,
acredite.
Núbia entortou os
lábios.
_ Então só cumpra o
trato, mas não deixe de ser o Cissa.
_ Jamais.
Cissa acariciou o
rosto de Núbia e a beijou.
...
É obvio que quando Edgar
viu Núbia quis matar Cissa, mas por algum motivo a única coisa que disse foi:
Vá banhar-se, vista-se de forma apropriada, depois conversamos.
Edgar fez um pequeno
interrogatório e com seus dons soube que tudo que Núbia dissera era verdade,
então, ok.
15:00
O Taxi que Edgar
chamara já estava a espera de Núbia, ela prendeu os dois colares no pescoço, os
presentes de Cissa e Lia, se olhou no espelho do quarto pela ultima vez, estava
ainda com a trança feita por Cissa e com uma tristeza horrível. Desceu as
escadas e expressou um sorriso a Edgar que estava sentado no sofá da sala e somente
acenou. Ela poderia achar tal despedida um tanto fria, mas sabia que aquilo já
era de mais vindo de Edgar Cabrall, sem contar, que mesmo mais aprazível, ele só
estava mais reservado desde que Lia se fora.
Núbia visualizou o
motorista encostado no carro, estava tudo pronto, era só ela ir, mas sentia que
ainda não podia, olhou em volta, fitou a baia e concluiu que Cissa não viria.
Quando estava
entrando no carro ouviu o chamado.
Cissa saiu da mata
correndo, acenou para o taxista que já parecia entediado depois de tanta espera
e fitou Núbia com uma expressão totalmente perdida.
— Eh... veio se
despedir? — disse Núbia.
— Bem. Ir contigo eu
não posso — debochou ele.
Núbia deu uma
bofetada no ombro de Cissa, que sorriu, mas depois voltou a sua expressão perdida.
— Eu não faço ideia
do que digo, menina. Sou esperto para dizer as coisas certas na hora de
conseguir algo, mas agora, em uma simples despedida... não faço a mínima ideia
do que dizer.
Núbia sorriu.
— Tchau?
Cissa negou com a
cabeça.
— Acho que não,
prefiro até logo. O que acha?
Núbia sorriu e
assentiu. Ela olhou para o casarão e para o bosque com tristeza.
— Até logo — disse
ela em um murmúrio distante.
Cissa a beijou de
leve nos lábios.
— Até logo, menina.
Núbia entrou no taxi
e quando o carro deu a partida tentou não olhar para trás, mas em certa parte
do caminho de terra não resistiu e se virou, ficando de joelho no banco
traseiro, e para sua grande surpresa, Cissa ainda estava lá, a fitando partir
com um pequeno sorriso que expressava uma simples e inconfundível mensagem: “isso é somente o começo, menina, de uma
outra longa história”.
(imaginem uma musiquinha triste)
Bem, devo
agradecer a todos que acompanharam a série, foi realmente uma experiência ótima,
Folclore Oculto era para ser uma série qualquer só para ter o que postar aqui,
mas com o tempo acabei melhorando e interessando-me mais pela história até que
tal ficou como uma das melhores que já fiz e amei também kk ( e tem o Cissa,
cara, CISSA! S2). Para vocês terem uma ideia, no total da série foram 82 páginas (não é o bastante para um livro,
mas também não é pouco).
Por mim eu faria sim uma “segunda temporada”, aliás, tal já foi criada na minha cabecinha meio
que sem querer, mas só irei escreve-la se eu tiver certeza que haverá leitores,
então, comentem se querem mesmo uma nova fase de F.O, se não, há muitas outras histórias para contar (se depender de mim esse blog não morre, kk).
Espero que tenham gostado, que comentem, e que eu os veja
também em outros posts.
Super-beijos e até logo ;) (adeus jamais, hein).
Eu quero uma Segunda Temporada!!!!!!!!! Aiiiiiii!! Tô doida pra saber do futuro do casal princípal, da reação do povo depois da morte do Edgar, da Ângela e o Curupira kkkk, de novos personagens também...........e claro da Núbia em São Paulo!!!!
ResponderExcluirVou sentir muita falta de dizer: Até a próxima!!!! Se é que não vai ter próxima, certo?
Ai, ai.......não quero dizer thau, então........"ATÉ LOGO"!!!
Beijinhus!!!
Rss, ok, sem dúvida seu comentário é um incentivo. Então, vamos dizer que o povo não vai deixar Edgar morrer tão cedo. E os casais prossiguirão, claro kk. Ah sim, teria vários novos personagens, um deles seria o novo vilão (já que Edgar se redimiu) ou melhor, vilã.
ExcluirSim, isso é muito incerto, mas mesmo que eu não faça a segunda temporada tão cedo, terá outras séries. Então até logo
BJS
O que????Depois de tudo isso a Núbia volta pra São Paulo!OMG!*-*Espero muito a continuação...Ainda há muitos mistérios pra nossa "moçinha" desvendar!!!
ResponderExcluirÉ eu sei, nada do esperado, mas se formos realistas vemos que... bem, Núbia não poderia simplesmente abandonar tudo, ela precisa terminar os estudos etc, fazer o que, a história é cheia de magia mas não acontece em Nárnia, e sim no brasil.
ExcluirRss, ok, já vi que realmente terei de fazer a segunda temporada, tal já está toda pensada, será bem interessante.
BJS, e até Fabi.