segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Folclore Oculto: 4°Episódio, P/2.

OLÁ LEITORES
A primeira parte, AQUI. Segunda a seguir.

(o melhor efeito que já fiz em meus desenhos)

Ela olhou para o lado e Cissa não estava mais lá. Agora sei por que o chamam de demônio, pensou ela ardendo em raiva.
_ Quem é você? _ perguntou o homem de chapéu de palha.
_ Eh... _ Núbia não sabia se respondia ou não, mas achou melhor falar a verdade. _ Sou a neta do dono do sítio.
Os homens se olharam com expressões nervosas.
_ E-Edgar _ gaguejou o de chapéu de couro.
_Sim _ respondeu Núbia natural, mas os homens pareceram assustados.
O de chapéu de couro bateu no braço do outro.
_ Eu disse que não devíamos ter entrado aqui, Miguel, se aquele bruxo nos encontrar...
_ Nem fale uma coisa dessa, Pedro _ disse o outro.
Até agora Núbia já sabia que: o de chapéu de couro era Pedro, e o outro era Miguel. Provavelmente, o bruxo era Edgar, e o infeliz que lhe deixou naquela confusão era o Cissa, mas bem.
_ Não é preciso ficar nervoso _ disse Núbia. _ Eu não conto nada para Edgar, só quero saber o que vieram fazer aqui.
Miguel levantou uma sobrancelha.
_ Não acha mesmo que eu irei confiar em você? Né? Deve ser bruxa que nem o avô! _ disse ele fitando Núbia com desdém.
_ Não! _ protestou Núbia.
_ Sem dúvida é _ disse Pedro, _ Olhe só as roupas dela.
Núbia se olhou, ela usava uma blusa preta de caveira, uma calça jeans rasgada, um cinto com spikes, como bota preta de cano baixo.
_ Isso não é ser bruxa _ protestou Núbia _ é... ser roqueira!
_ O que não é muito diferente _ disse alguém de cima de uma arvore, todos olharam na direção. Em um galho não muito alto de um Cambara (espécie de arvore) próxima à cachoeira estava Cissa, sentado e assistindo atentamente o show lá em baixo. Núbia rangeu os dentes ao vê-lo e o garoto a correspondeu com uma piscadinha como se dissesse: Eu também te amo.
_ Quem é você? _ perguntou Miguel.
_ Eu! _ disse Cissa abrindo os braços. _ Mas para que se preocupar comigo, sua discussão é com a menina aí _ disse ele apontando para Núbia. _ Só não seja muito indelicado.
Os dois homens voltaram para garota, que tentou acabar logo com aquela conversa.
_ Olha, eu não sou bruxa, nem sabia que meu vô era, na verdade nem falo com ele, então parem de me fitar como se eu fosse uma aberração, está bem? Agora digam logo, o que vieram fazer aqui.
_ Ou ela transforma vocês dois em sapo _ advertiu Cissa.
Núbia rosnou, já bastava ele não ajuda-la, ainda atrapalhava!
_ Nós... Estamos atrás de alguém _ disse Pedro. _ Uma dama que vimos ontem à noite.
_ Sim, sim _ disse Miguel, abrindo um sorriso _, a dama mais bela que já vimos!
_ Ah-han – disse Núbia com uma cara desconfiada. _ E por que acham que ela estaria aqui?
_ Porque foi para cá que ela veio! _ disse Miguel.
Cissa pulou da árvore e foi até eles, o rapaz segurava um caderninho com uma capa de papelão em uma mão e uma caneta na outra.
_ Bem, cavalheiros _ disse ele. _ Diga-me com detalhes o que aconteceu e como essa tal dama era, que eu anotarei e jugarei se podem ou não ficar no meu precioso lago.
_ Onde conseguiu o caderno? _ perguntou Núbia.
_ Da árvore, todo mundo sabe que cadernos vêm de arvores _ disse Cissa como se aquilo fosse obvio.
Núbia revirou os olhos, mas conseguiu rir um pouco, depois resolveu perguntar também, sobre a tal bela dama que Miguel e Pedro viram; no começo ambos pareceram desconfortáveis em contar tudo, mas depois se abriram.
No dia anterior Miguel e Pedro resolveram pescar riu a cima, perto da nascente da água que cai na cachoeira. A ideia era passar a noite na casa da mãe de Miguel, que fica na beira do riu, porém, quando já anoitecia, ambos resolveram voltar a pescar, pensando que a noite, os peixes apareceriam, mas ao invés de peixes viram uma moça lindíssima, do outro lado do riu. Ela estava sentada a beira, observando os peixes que nadavam fazendo voltas como se dançassem para moça. Miguel e Pedro tentaram chamar a dama, mas ela somente os fitava por um tempo, depois voltava a observar os peixes com seus olhos verdes e brilhantes.
Ela então se levantou e começou a caminhar a beira do riu, arrastando seu vestido azul meio transparente pelo chão. Miguel e Pedro a seguiram, tentando chamar a atenção da moça, mas nada. E foi assim que chegaram à cachoeira e ao lago límpido do sitio. Eles disseram ter visto a mulher mergulhar no lago, mas, depois simplesmente sumiu, não voltou à superfície. Assim ambos ficaram a noite toda procurando a moça.
_ Que babacas _ disse Cissa ao ouvir a história.
Os dois o fitaram raivosos, depois olharam para Núbia.
Senhorita, lhe pedimos permissão para ficar essa noite, só essa, temos que encontrar tal moça!
Núbia achou aquela história toda, uma loucura. Mas depois de tudo que já lhe acontecera, e tudo que tinha lido na noite anterior, não havia dúvidas que a tal moça, era Iara. Aqueles dois homens estavam enfeitiçados, e Núbia sabia o quanto isso era horrível, não controlar a própria mente, e corpo. Lembrou-se do que passou com o Boto, e sério, ela não queria aquilo para ninguém.
_ Já pensaram que podem estar correndo risco de vida? _ disse Núbia.
_ Não! _ disseram os dois homens juntos.
Núbia olhou para Cissa pedindo apoio, ela sabia que ele estava pensando o mesmo que ela.
_ Vocês deviam ouvir a menina _ aconselhou Cissa.
_ Essa tal dama pode querer matar vocês, pode não ser... normal _ disse Núbia. _ Além do mais, ela mergulhou e sumiu! Vocês não acham isso estranho?
_ Está chamando a bela dama de monstro? _ disse Miguel irritado.
Núbia deu de ombros.
_ Humana é que ela não é _ disse.
Pedro fechou os punhos.
_ Como ousa bruxinha, você sim que não é humana sua...
Cissa se colocou na frente de Núbia.
_ Pense bem no que irá falar _ avisou ele com olhar sanguinário. _ Não ouse ofender a minha menina, ela só quer ajudar vocês, mas se não querem ver a verdade, então não podemos fazer nada. O problema é todo de vocês.
Cissa encarou os dois homens com seus olhos cinzas em fúria, até amedronta-los. Núbia então pôs a mão no ombro de Cissa, o que o deixou menos tenso.
_ Vamos Cissa _ disse a garota em tom baixo.
Ele assentiu.
_ Sim, vamos, que procurem pela própria morte.


Comentem, e eu não demoro tanto para postar a próxima parte, RS. Quero finalizar essa série nas férias, e vou criar outra série, ou uma "segunda temporada" de folclore oculto após (vocês que escolhem).
BJS e Até

4 comentários:

  1. Nunca me decepicionando em suas histórias, nao sei me decidirbentre nova serie ou novas continuações de f.O que tal os dois ..........ou a série nova

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    1. obg pelo elogio e opinião. quem sabe eu faça os dois mesmo, só não sei se será em ordem simultânea. mas bem, vamos ver ne.
      bjjs

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  2. Eu amei!Cissa defendendo a Núbs kkkk
    Eu acho que seria legal tanto uma série nova, quanto uma 2 temporada.

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    1. Rs. É. Ele mete ela na encrenca e depois ele mesmo tira, adorávelmente louco.
      aham. obrigado pela opinião. qm sabe eu faça as duas d uma vez.
      bjs

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