Olá seus lindos, lindas e lindoutros (minha capacidade de inventar palavras deveria ser estudada, junto a minha ligação com ETs).
Sem muitas delongas, vamos a segunda parte, um pouco mais detalhada, desse primeiro episódio de Folclore Oculto 2°T (temporada).
2° Parte
... Fazenda INA, interior de Santa
Catarina.
Núbia e Cissa estavam atravessando
o grande campo até a o Casarão bege que Edgar agora morava. Núbia lembrava-se
que nas férias do terceiro ano, ficou no sitio onde tudo começou, porém já
naquela época notara o quão Edgar sentia-se desconfortável em ficar no casarão,
provavelmente o local o lembrava de Lia, sua ex-esposa. Logo então ele mudou-se
para outra morada, agora uma fazenda, mas até então, seu deslocamento foi
bastante. Desde que Núbia se formou no colegial, já havia passado três anos, agora
com 20 anos ela podia se considerar uma bruxa de verdade, mas ainda não havia
se “batizado”, mas seu avô já resolvia isso também, realmente Edgar estava
dando muita importância a Núbia e ela não tinha dúvida que se este pudesse,
daria toda a herança a ela, mas por motivos jurídicos, ele devia dividir a
herança com outros herdeiros, que deviam ser muitos (sendo este, na verdade,
tataravô de Núbia, quantos outros tataranetos, bisnetos e netos Edgar ainda
tinha? Mas não conhecia!) e foi assim que começou a busca pelos Cabrall, o
problema é que Núbia sentia que além de familiares, ela e Cissa estavam
encontrando outras coisas.
Edgar estava sentado em uma mesa
de ferro negro na varanda de cercado branco. Ele estava, como sempre, de preto,
camisa e calça social, e fitava o nada com seus olhos verde água, e expressão
pensativa.
_ Vô _ chamou Núbia subindo os
degraus de madeira. _ Realmente há algo muito estranho acontecendo.
_ Mais um Cabrall sem caráter? _
disse Edgar entediado.
_ Isso não seria tão estranho _
comentou Cissa, apoiando-se no cercadinho e fitando Edgar com certa raiva.
Edgar o fitou do mesmo jeito e Núbia
bufou.
_ É sério, briguem depois, por
favor, estou com mau pressentimento. Edgar, sinto que tem algo ruim por vir, e
que você sabe o que é.
Edgar resmungou e desviou o olhar.
_ Núbia, ainda não posso afirmar
nada, não me pressione.
Núbia cruzou os braços.
_ Está bem então, eu posso muito
bem fechar os olhos e ir em frente para o caminho a morte sem saber nem como
sequer porque, se é assim que o senhor prefere _ disse ríspida _. Licença, preciso descansar da
viajem.
Núbia avançou para dentro casa e Cissa
deixou escapar uma risada.
_ Sua tataraneta está de TPM,
Edgar _ concluiu ele. _ Bem, creio que precisamos conversar.
Cissa foi até a mesa e
sentou-se de frente a Edgar.
_ Não creio que tenham algo a
falar contigo _ disse Edgar indiferente
Cissa sorriu sapeca.
_ Edgar... Não tente me ignorar,
minha presença é notável querendo você ou não. Eu sou o namorado de sua
herdeira, fui seu maior inimigo, e por um curtíssimo tempo amigo, eu te conheço
bem, sei que tem algo errado.
_ E o que você tem com isso.
_ Eu nada, Núbia sim. _ Cissa
fitou Edgar com advertência _ Se Núbia voltar a pagar por coisas que não fez...
Creio que voltaremos a ser inimigos, e dessa vez, eu tenho o capuz.
Cissa se levantou e também entrou
na casa.
Núbia olhava pela janela de seu
quarto, a paisagem era um campo plano e verde com alguns gados, e mais a longe um bosque,
foi quando viu algo a mais; um homem barbudo a observava entre as arvores, ao
notar que ela o fitara fugiu para o bosque, Núbia por impulsividade, algo
costumeiro da parte dela, simplesmente abriu a janela, e pulou do segundo andar
usando o poder de levitação para não cair com tudo no chão. Sentiu-se cansada
ao usar o poder sem suporte, mas prosseguiu correndo até o local onde viu o
homem. Ao chegar lá o homem já havia desaparecido. Ela pensou em entrar no
bosque, mas tinha más lembranças sobre entrar em bosques sozinha, ainda mais
seguindo desconhecidos, aquele pensamento lhe deu uma súbita saudade do
Curupira, estranho.
_ Menina! _ chamava Cissa correndo
na direção dela.
Núbia caminhou até ele também
refletindo se devia ou não contar sobre o que viu.
_ O que faz aí? _ disse Cissa. _
Pensei que estava no seu quarto, mas quando cheguei lá, a janela estava aberta
e... vi você correndo para o bosque que nem idiota.
Núbia franziu os olhos.
_ que nem idiota? _ repetiu
nervosa.
Cissa riu.
_ Ainda não aprendi a ser gentil,
perdão _ ele se aproximou e a pegou pela cintura. _ Mas e aí, o que
pretendia fazer? Porque... Eu pretendia te namorar um pouco
Núbia riu.
_ Deixe de ser safado, Cissa _ ela
olhou para trás _, achei ter visto algo, só isso.
_ Que algo foi esse que te fez
pular da janela?
Ela desviou o olhar.
_ Não sei, por isso vim até aqui.
Ele acariciou-lhe o rosto e sorriu com seus
dentes perfeitamente brancos.
_ Você fica mais bonita a cada
dia, menina.
Os anos realmente fizeram muito
bem a Núbia, seus sírios caídos nos olhos negros, as sardas na pele branca
entrando em contraste com os pequenos e vermelhos lábios, e o cabelo ruivo
agora longo e com algumas tranças.
Núbia sorriu de canto e o fitou.
Sem dúvida o achava lindo também, mesmo que o que tenha a conquistado tenha
sido mais do que isso; a pele negra em contraste com os olhos claros e
brilhantes era uma beleza incrível. Ela pegou o belo rosto dele e o beijou.
_ Vamos voltar para o casarão, não
devia ser nada.
Cissa não pareceu convencido, mas
não discutiu.
No jantar, os três, Cissa, Núbia
e Edgar sentaram-se na grande mesa de jantar, mas não falaram, sequer comeram
muito, e, olha que Núbia e Cissa não eram do tipo que deixava um jantar de lado,
mas naquela noite, ninguém estava animado, pelo contrário, estavam todos
pensativos, cada um com seu problema.
Núbia fitou seus dois mais
queridos homens, e mesmo sentindo que devia, não queria contar a nem um dos
dois sobre o homem que a observara, Edgar já parecia com muitos problemas, e Cissa
andava muito conturbado nas ultimas semanas, algo que realmente a amedrontava,
e não só a ela.
Cissa notou o fitar de Núbia, ela
parecia preocupada com algo, e ele temia que fosse com ele.
O rapaz desviou o olhar para a janela
e observou o céu anoitecido. Lembrava-se de quando passava noites sozinho vendo
as estrelas, a cabana em que vivia não era muito diferente do céu aberto em
relação ao frio então...
Ele agora vivia bem, a custa do
Edgar, o que o fazia morrer de rir por dentro, e tinha Núbia, seu bem mais
precioso, porém sentia que podia perder tudo aquilo em um estalar de dedos.
De noite Cissa subiu mais cedo para seu quarto
e Edgar e Núbia ficaram na sala analisando as pastas que continham sobre os Cabralls
que agora Edgar resolveu conhecer.
_ Edgar, tem um Cabrall em
especial aqui _ disse Núbia enquanto lia uma pasta _. Ele me parece humilde, e
de caráter, como o senhor procura, mas tem algo a mais.
Edgar estendeu a mão e Núbia lhe
entregou a pasta. Edgar leu, mas prosseguia sem muita expressão.
_ O que tem de curioso nisso. É um
pobre coitado como a maioria desse país.
Núbia revirou os olhos.
_ Não é isso, e é. Esse tal Paulo Cabrall,
ele é uma pessoa comum, comum de mais, quero dizer, ele trabalha diariamente em
uma fábrica qualquer, 12 horas por dia, tem uma rotina, vive em meio urbano, tem
família e tudo isso não me parece em nada uma vida de um chupa-cabra.
Edgar assentiu.
_ Então ou ele sabe disfarçar
muito bem o que é, ou não é filho de quem pensa ser.
Núbia riu.
_ Vô! É sério, acha que devíamos
verificar isso?
_ Verificar se há cornos na arvore
genealógica desse homem, creio que seja crueldade.
Núbia riu e Edgar esboçou um
sorriso seco.
_ O senhor costuma ser sério, mas
quando quer é bem sádico, Edgar Cabrall.
Edgar deu de ombros.
_ Às vezes é necessário _ disse
ele fechando a pasta. _ Pode sim verificar este caso, mas creio que há também
outros problemas a serem resolvidos.
_ Vários _ concordou Núbia _; como
o que anda te preocupando.
_ Isso, ainda não posso falar,
criança, mas o outro problema. _ Edgar olhou para o andar de cima, sobre as
escadas. _ Você já deve ter notado que ele anda estranho, mais que o comum.
_ Cissa _ murmurou Núbia. _ Será
que o Saci... está mexendo com a cabeça dele?
_ Reze para que não seja isso.
O clima tenso foi quebrado por
uivos graves e fortes vindos de fora da casa.
Núbia levantou uma sobrancelha.
_ Uivos? Nem temos cachorros, e
lobos...
_ Não é um simples animal _
interrompeu Edgar se levantando, ele pareceu quase desequilibrar,
provavelmente pela perna mecânica, mas se firmou e caminhou mancando para a
janela. _ O que eles fazem aqui? _ murmurou a si mesmo.
_ Eles quem? _ disse Núbia correndo
em direção ao avô
_ Lobisomens _ disse ele
simplesmente.
Esse episódio tem pouco diálogo mas ficou cheio de mistérios, não? Bem, comentem o que acharam! Beijos e até.
Eh Cabrall's! Eu realmente não achei que houvessem tantos!
ResponderExcluirA Liara vai voltar? Diz que sim!!! E o Curupira? Saudade do ruivo! E personagens novos? Vai ter?
A ultima pergunta: Quando pretende postar a história no Nyah?
Até Bjs
Né. rss, Isso por que eles estão procurando somente descendentes do Edgar. Devem haver outros vários Cabralls.
ExcluirClaro,Curupira no próximo episódio, e Liara logo depois
Então, não sei ainda, quem sabe nas férias ou até antes.
bjs