terça-feira, 20 de outubro de 2015

Folclore Oculto 2°T: Famílias Amaldiçoadas P/2



Olá seus lindos, lindas e lindoutros (minha capacidade de inventar palavras deveria ser estudada, junto a minha ligação com ETs).  
Sem muitas delongas, vamos a segunda parte, um pouco mais detalhada, desse primeiro episódio de Folclore Oculto 2°T (temporada).



2° Parte

... Fazenda INA, interior de Santa Catarina.
Núbia e Cissa estavam atravessando o grande campo até a o Casarão bege que Edgar agora morava. Núbia lembrava-se que nas férias do terceiro ano, ficou no sitio onde tudo começou, porém já naquela época notara o quão Edgar sentia-se desconfortável em ficar no casarão, provavelmente o local o lembrava de Lia, sua ex-esposa. Logo então ele mudou-se para outra morada, agora uma fazenda, mas até então, seu deslocamento foi bastante. Desde que Núbia se formou no colegial, já havia passado três anos, agora com 20 anos ela podia se considerar uma bruxa de verdade, mas ainda não havia se “batizado”, mas seu avô já resolvia isso também, realmente Edgar estava dando muita importância a Núbia e ela não tinha dúvida que se este pudesse, daria toda a herança a ela, mas por motivos jurídicos, ele devia dividir a herança com outros herdeiros, que deviam ser muitos (sendo este, na verdade, tataravô de Núbia, quantos outros tataranetos, bisnetos e netos Edgar ainda tinha? Mas não conhecia!) e foi assim que começou a busca pelos Cabrall, o problema é que Núbia sentia que além de familiares, ela e Cissa estavam encontrando outras coisas.
Edgar estava sentado em uma mesa de ferro negro na varanda de cercado branco. Ele estava, como sempre, de preto, camisa e calça social, e fitava o nada com seus olhos verde água, e expressão pensativa.
_ Vô _ chamou Núbia subindo os degraus de madeira. _ Realmente há algo muito estranho acontecendo.
_ Mais um Cabrall sem caráter? _ disse Edgar entediado.
_ Isso não seria tão estranho _ comentou Cissa, apoiando-se no cercadinho e fitando Edgar com certa raiva.
Edgar o fitou do mesmo jeito e Núbia bufou.
_ É sério, briguem depois, por favor, estou com mau pressentimento. Edgar, sinto que tem algo ruim por vir, e que você sabe o que é.
Edgar resmungou e desviou o olhar.
_ Núbia, ainda não posso afirmar nada, não me pressione.
Núbia cruzou os braços.
_ Está bem então, eu posso muito bem fechar os olhos e ir em frente para o caminho a morte sem saber nem como sequer porque, se é assim que o senhor prefere _ disse ríspida _. Licença, preciso descansar da viajem.
Núbia avançou para dentro casa e Cissa deixou escapar uma risada.
_ Sua tataraneta está de TPM, Edgar _ concluiu ele. _ Bem, creio que precisamos conversar.
Cissa foi até a mesa e sentou-se  de frente a Edgar.
_ Não creio que tenham algo a falar contigo _ disse Edgar indiferente
Cissa sorriu sapeca.
_ Edgar... Não tente me ignorar, minha presença é notável querendo você ou não. Eu sou o namorado de sua herdeira, fui seu maior inimigo, e por um curtíssimo tempo amigo, eu te conheço bem, sei que tem algo errado.
_ E o que você tem com isso.
_ Eu nada, Núbia sim. _ Cissa fitou Edgar com advertência _ Se Núbia voltar a pagar por coisas que não fez... Creio que voltaremos a ser inimigos, e dessa vez, eu tenho o capuz.
Cissa se levantou e também entrou na casa.

Núbia olhava pela janela de seu quarto, a paisagem era um campo plano e verde com alguns gados, e mais a longe um bosque, foi quando viu algo a mais; um homem barbudo a observava entre as arvores, ao notar que ela o fitara fugiu para o bosque, Núbia por impulsividade, algo costumeiro da parte dela, simplesmente abriu a janela, e pulou do segundo andar usando o poder de levitação para não cair com tudo no chão. Sentiu-se cansada ao usar o poder sem suporte, mas prosseguiu correndo até o local onde viu o homem. Ao chegar lá o homem já havia desaparecido. Ela pensou em entrar no bosque, mas tinha más lembranças sobre entrar em bosques sozinha, ainda mais seguindo desconhecidos, aquele pensamento lhe deu uma súbita saudade do Curupira, estranho.
_ Menina! _ chamava Cissa correndo na direção dela.
Núbia caminhou até ele também refletindo se devia ou não contar sobre o que viu.
_ O que faz aí? _ disse Cissa. _ Pensei que estava no seu quarto, mas quando cheguei lá, a janela estava aberta e... vi você correndo para o bosque que nem idiota.
Núbia franziu os olhos.
_ que nem idiota? _ repetiu nervosa.
Cissa riu.
_ Ainda não aprendi a ser gentil, perdão _ ele se aproximou e a pegou pela cintura. _ Mas e aí, o que pretendia fazer? Porque... Eu pretendia te namorar um pouco
Núbia riu.
_ Deixe de ser safado, Cissa _ ela olhou para trás _, achei ter visto algo, só isso.
_ Que algo foi esse que te fez pular da janela?
Ela desviou o olhar.
_ Não sei, por isso vim até aqui.
 Ele acariciou-lhe o rosto e sorriu com seus dentes perfeitamente brancos.
_ Você fica mais bonita a cada dia, menina.
Os anos realmente fizeram muito bem a Núbia, seus sírios caídos nos olhos negros, as sardas na pele branca entrando em contraste com os pequenos e vermelhos lábios, e o cabelo ruivo agora longo e com algumas tranças.
Núbia sorriu de canto e o fitou. Sem dúvida o achava lindo também, mesmo que o que tenha a conquistado tenha sido mais do que isso; a pele negra em contraste com os olhos claros e brilhantes era uma beleza incrível. Ela pegou o belo rosto dele e o beijou.
_ Vamos voltar para o casarão, não devia ser nada.
Cissa não pareceu convencido, mas não discutiu.

No jantar, os três, Cissa, Núbia e Edgar sentaram-se na grande mesa de jantar, mas não falaram, sequer comeram muito, e, olha que Núbia e Cissa não eram do tipo que deixava um jantar de lado, mas naquela noite, ninguém estava animado, pelo contrário, estavam todos pensativos, cada um com seu problema.
Núbia fitou seus dois mais queridos homens, e mesmo sentindo que devia, não queria contar a nem um dos dois sobre o homem que a observara, Edgar já parecia com muitos problemas, e Cissa andava muito conturbado nas ultimas semanas, algo que realmente a amedrontava, e não só a ela.
Cissa notou o fitar de Núbia, ela parecia preocupada com algo, e ele temia que fosse com ele.
O rapaz desviou o olhar para a janela e observou o céu anoitecido. Lembrava-se de quando passava noites sozinho vendo as estrelas, a cabana em que vivia não era muito diferente do céu aberto em relação ao frio então...
Ele agora vivia bem, a custa do Edgar, o que o fazia morrer de rir por dentro, e tinha Núbia, seu bem mais precioso, porém sentia que podia perder tudo aquilo em um estalar de dedos.
 De noite Cissa subiu mais cedo para seu quarto e Edgar e Núbia ficaram na sala analisando as pastas que continham sobre os Cabralls que agora Edgar resolveu conhecer.
_ Edgar, tem um Cabrall em especial aqui _ disse Núbia enquanto lia uma pasta _. Ele me parece humilde, e de caráter, como o senhor procura, mas tem algo a mais.
Edgar estendeu a mão e Núbia lhe entregou a pasta. Edgar leu, mas prosseguia sem muita expressão.
_ O que tem de curioso nisso. É um pobre coitado como a maioria desse país.
Núbia revirou os olhos.
_ Não é isso, e é. Esse tal Paulo Cabrall, ele é uma pessoa comum, comum de mais, quero dizer, ele trabalha diariamente em uma fábrica qualquer, 12 horas por dia, tem uma rotina, vive em meio urbano, tem família e tudo isso não me parece em nada uma vida de um chupa-cabra.
Edgar assentiu.
_ Então ou ele sabe disfarçar muito bem o que é, ou não é filho de quem pensa ser.
Núbia riu.
_ Vô! É sério, acha que devíamos verificar isso?
_ Verificar se há cornos na arvore genealógica desse homem, creio que seja crueldade.
Núbia riu e Edgar esboçou um sorriso seco.
_ O senhor costuma ser sério, mas quando quer é bem sádico, Edgar Cabrall.
Edgar deu de ombros.
_ Às vezes é necessário _ disse ele fechando a pasta. _ Pode sim verificar este caso, mas creio que há também outros problemas a serem resolvidos.
_ Vários _ concordou Núbia _; como o que anda te preocupando.
_ Isso, ainda não posso falar, criança, mas o outro problema. _ Edgar olhou para o andar de cima, sobre as escadas. _ Você já deve ter notado que ele anda estranho, mais que o comum.
_ Cissa _ murmurou Núbia. _ Será que o Saci... está mexendo com a cabeça dele?
_ Reze para que não seja isso.
O clima tenso foi quebrado por uivos graves e fortes vindos de fora da casa.
Núbia levantou uma sobrancelha.
_ Uivos? Nem temos cachorros, e lobos...
_ Não é um simples animal _ interrompeu Edgar se levantando, ele pareceu quase desequilibrar, provavelmente pela perna mecânica, mas se firmou e caminhou mancando para a janela. _ O que eles fazem aqui? _ murmurou a si mesmo.
_ Eles quem? _ disse Núbia correndo em direção ao avô
_ Lobisomens _ disse ele simplesmente.

Esse episódio tem pouco diálogo mas ficou cheio de mistérios, não? Bem, comentem o que acharam! Beijos e até.


2 comentários:

  1. Eh Cabrall's! Eu realmente não achei que houvessem tantos!
    A Liara vai voltar? Diz que sim!!! E o Curupira? Saudade do ruivo! E personagens novos? Vai ter?
    A ultima pergunta: Quando pretende postar a história no Nyah?
    Até Bjs

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    Respostas
    1. Né. rss, Isso por que eles estão procurando somente descendentes do Edgar. Devem haver outros vários Cabralls.
      Claro,Curupira no próximo episódio, e Liara logo depois
      Então, não sei ainda, quem sabe nas férias ou até antes.
      bjs

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