Folclore Oculto: 4º Episódio, P/3

Olá leitores! Eu sei que o desenho abaixo está horrendo e não é no bom sentido; mas vamos ignora-lo e fingir que isso realmente parece um cadáver, e em seguida ler essa parte de Folclore Oculto que para compensar, está incrível.

Núbia e Cissa resolveram esquecer os dois tolos homens. A garota então devolveu os livros que emprestou. Depois ambos levaram um dos cavalos de Edgar que estava ferido para o Curupira ajudar... E bem, outro dia comum.

Já na manhã seguinte, Núbia encontrou Lia cantarolando enquanto enfeitava a sala com vasos de flor.

_ Nossa está animada _ comentou Núbia ao vê-la.

Lia sorriu.

_ Sim, estou. É que hoje o dia me parece tão lindo! Não é?

Núbia sorriu e assentiu. Logo Ângela apareceu.

_ Senhora Lia, o café está na mesa _ disse ela em seu tom baixo.

Ainda tinha expressão amedrontada e jeito franzino, pois querendo ou não, ela já foi uma amaldiçoada, ainda sim, Ângela aparentava-se bem melhor, até sorria de vez enquanto.

Lia foi até a cozinheira e lhe deu uma flor.

_ Obrigada minha querida _ disse ela.

Depois saiu cantando e rodopiando, se achando uma princesa da Disney. Ângela olhou a flor em sua mão como se não acreditasse no que seus olhos enxergavam.

_ O que aconteceu com Lia? _ perguntou a cozinheira.

Núbia deu de ombros.

_ Não faço ideia, pensei que você soubesse.

Ângela negou com a cabeça.

O café fora realmente surpreendente, pois Lia não só elogiou a comida como foi gentil com todos, até mesmo Edgar! Este último ficou a olhando pasmo e desconfiado como se suspeitasse se aquela era realmente sua esposa.

Depois Núbia foi procura de Cissa, e logo o encontrou na cachoeira junto ao Curupira; os dois observavam algo na água, quando Núbia viu o que era ficou perplexa. Um corpo boiava de barriga para baixo envolto de sangue. Curupira e Cissa dialogavam:

_ É um dos homens de ontem _ disse Cissa.

_ Hum... E o que a gente faz com ele? _  perguntou Curupira. _ Podíamos dar para os urubus, vi alguns famintos sobrevoando o sítio ontem à tarde.

Cissa deu de ombros. Depois se agachou e virou o corpo. Agora com o rosto visível, podia se ver que o homem era Pedro, mas a imagem era horrenda. Os lábios dele foram arrancados, o peito estava rasgado pelo que parecia garras grossas e o corpo estava enxado pelo tempo boiando na água.

_ O que aconteceu? _ perguntou Núbia ao se aproximar.

_ Oi menina _ disse Cissa forçando um sorriso. _ Para inicio de conversa, não fui eu.

Curupira revirou os olhos e disse:

_ Achamos o corpo há pouco. Pelo jeito a Iara voltou à ativa.

_ Por quê? _ perguntou Núbia. _ Ela tinha parado com alguma coisa?

_ Praticamente se aposentado, as forças, mas tinha parado _ explicou Cissa.

Núbia assentiu mesmo sem intender muita coisa.

_ Mas então _ disse Curupira. _ Posso chamar os urubus?

_ Acho que seria meio falta de respeito com o homem, né _ comentou Núbia.

_ Que nada _ disse Cissa abanando as mãos. _ É o ciclo da vida, menina.

Curupira assentiu concordando.

_ Está bem então _ falou Núbia dando-se como vencida. _ Mas e o outro? Miguel? Será que se salvou?

Cissa deu de ombros e falou:

_ Não sei, Mas... Menina, lembra que disseram algo sobre a mãe do Miguel morar perto na nascente do rio? Então, se ele fugiu deve ter ido para lá. Se não, o corpo está em algum local próximo, pois a Iara sempre deixa suas vitimas na água.

Curupira cruzou os braços com cara emburrada.

_ Isso por que não é ela que vai beber a água do rio depois _ protestou.

Cissa e Núbia riram. Logo a garota olhou para cima, onde a cachoeira caia.

_ Devemos subir o rio então? _ supôs ela.

_ Se a senhorita menina não tiver problemas em encontrar mais um corpo como esse ou até pior... _ disse Cissa.

Núbia o fitou com os olhos semicerrados

_ Depois de ver Ângela devorando restos mortais de crianças, minha mente e meu estomago estão bem mais fortes.

 _ É assim que eu gosto _ disse Cissa com seu sorriso sapeca.

Assim, Núbia e Cissa subiram o rio, enquanto Curupira limpava o lago com a ajuda dos Urubus.     

Eles caminharam a beira do rio por um bom tempo, mas não acharam nem um cadáver até então. Contudo, ambos conversavam e riam muito enquanto andavam. Núbia amava a companhia de Cissa, sentia-se segura e humorada, às vezes até esquecia que além de um palhaço, corajoso, gênial, e meio louco, Cissa escondia muito e era um mistério enigmático. Todavia. Logo seus pensamentos foram interrompidos:

_ Ali, acho que Miguel está dando um mergulho _ disse Cissa apontando para o rio.

Núbia se virou realmente com a esperança de encontrar o homem vivo, mas se deparou com o corpo de Miguel boiando envolto por sangue que corria junto a ele pelo rio.

_ Credo Cissa, como você é sádico! _ exclamou Núbia.

Cissa simplesmente riu. Depois ambos foram até o lago e tiraram o corpo da água.

Miguel parecia ter sido assassinado a poucas horas, mas estava tão horrendo quanto Pedro. As tripas expostas, os olhos fora da orbita.

_ Quem sabe por ele ter tentado fugir _ supôs Cissa _ a Iara resolveu caprichar.

Núbia fez cara feia.

_ Essa Iara é uma doente _ comentou ela.

_ É... _ disse Cissa com as sobrancelhas levantadas.

Desde cedo Núbia notara que Cissa parecia esconder algo, quer dizer, ele sempre aparentava isso, mas naquele dia havia alguma coisa que ele queria contar, só não sabia como.

_ Acha que devemos procurar a mãe dele? _ perguntou Cissa.

_ Creio que sim.

Eles deixaram o corpo atrás de algumas arvores que ficavam envolta do riu. Depois voltaram à caminhada, até acharem uma casa de madeira perto de uma gruta que segundo Cissa era a nascente do rio. A mulher que ali morava chamava-se Regina e era realmente mãe de Miguel. Foi difícil informar a mãe sobre a morte do filho, mas era necessário.

Eles contaram sobre achar o corpo de Miguel e Pedro no lago, mas nada sobre as suspeitas de Iara; contudo, isso sequer foi necessário.

Espero que tenham gostado e que comentem vossas opiniões (infelizmente tive que cortar uma parte engraçadinha em que a Núbia e o Cissa discutem sobre o Monteiro Lobato, acho que não preciso dizer o porquê né.  kkk, mas eu irei colocar no Face como um extra, eu acho). Beijos e até a próxima.