sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Nova série: Os Escolhidos do Panteão.

Olá meus caros.
Vejam o começo da série que enfim foi titulada:  Os Escolhidos do Panteão (grupo de deuses), e digam o que acham, se gostarem eu prossigo. 

Quando Hatshepsut despertou, estava perdida naquela escuridão, porém sentidos claros lhe invadiram. Ela sabia que estava em seu sarcófago, sentia o mármore frio. Sabia que estava em sua tumba, sentia o quão o ar estava abafado, e sabia que ao seu lado estava outro sarcófago, o de seu pai. Ela lembrava-se claramente de quando tirou o sarcófago com o corpo mumificado de Tutmés I de sua tumba e o levou a tumba dela, era uma forma de conseguir o perdão de seu pai, queria que ele fosse a primeira pessoa a encontrar no mundo dos mortos, precisava realmente pedir perdão por todas a mentiras que criou, mas foram necessárias.
Ela saiu em passos cautelosos de sua tumba, subiu um estreito corredor, que parecia não ter fim, pelos deuses, como ela se arrependera de ter feito um túmulo tão distante e profundo.
A ultima memória que tinha era de ver sua boca na carne viva com aquela doença que consumiu toda a gengiva e os lábios, lembrava-se de morrer com uma dor insuportável, mas a consciência de que havia sido uma grande mulher, lembrava-se também de seu sobrinho, filho de seu marido irmão e o próximo a linha do trono, pegar em sua mão e dizer:
_ Conseguiu o que queria, Hat, agora é minha vez de reinar, sempre foi minha vez, e eu não deixarei ninguém saber que uma mulher roubou meu posto, que uma mulher governou o meu reino.
Hat lembrava-se também que se não estivesse entre a vida e a morte teria dado um soco naquela cara descarada de seu sobrinho invejoso.
Depois de um bom tempo subindo aquele corredor, ela se viu em meio o deserto. A alguns metros notou uma grande construção que sem dúvida alguma lhe era bem familiar.
_ Meu templo! _ exclamou ela encantada.
Olhou em volta, estava entardecendo, tinha que arrumar um abrigo antes que anoitecesse, além do mais, a noite não havia a proteção de Rá, e o Egito era dominado por Seth! O deus do caos!
  Ela avançou rápida ao seu templo, mas ele estava diferente, sem cor, parecia... velho. Quando começou a subir as escadas do templo, viu um casal entre um dos pilares discutindo.
 (templo da Hatshepsut hoje)
_ Você disse que ela estaria aqui _ dizia uma mulher. _ Está vendo a faraó? Está?
_ Perdoe-me senhora, eu... achei que seria aqui o local que os deuses a trariam de volta, além do mais, este foi templo que ela fez para o deus Amon, seu pai espiritual, e para si mesma.
_ Eu disse que devíamos ir até a tumba, ela estará na tumba, óbvio! Por que segui seu conselho.
_ Por que sou o conselheiro, oras.
A mulher o fitou com raiva.
_ Conselheiros nem sempre sabem dar conselho _ disse Hatshepsut sem pensar.
O casal olhou para ela.
_ Quem é a senhora? _ disse a mulher a olhando de baixo para cima.
Só então Hat notou o quão estava má vestida, um vestido tão simples, sem peruca nem nada na cabeça, deixando visível suas cinco tranças curtas e finas, e o restante careca. Contudo, mesmo que não parece lá grande coisa, continuava sendo Hatshepsut, a rainha que virou rei.
_ Sou Hatshepsut, a rainha que virou rei, semi divina, filha de Amon, serva dos olhos de Rá, a maior e mais suprema, a dama das damas, a única mulher a se tornar faraó na magna história do Egito _ disse ela se superiorizando.
O casal parecia pasmo, mas logo sorriram e se curvaram.
_ A Achamos! _ disse a mulher alegre.
_ E no templo, viu? _ disse o homem desafiador.
_ Na verdade eu acordei na minha tumba _ disse Hat acabando com a felicidade do homem. _ Mas bem, então sou eu quem procuravam? Provavelmente podem me explicar o que está á ocorrer? Por que estou aqui?
Os dois fitaram-se irresolutos.
_ É uma longuíssima historia, minha rainha _ começou a dizer a mulher, mas Hat e fitou adversativa _ Ah, perdão, minha faraó seria o mais correto?
_ Não existe “minha faraó”, pois faraó é um cargo masculino _ lembrou Hat _ Me chame somente de faraó, ou grande suprema senhora, não se preocupe, com o tempo se acostumará a ter como faraó uma mulher.
Os dois assentirão.
_ Claro, grande e suprema senhora, agora queira nos acompanhar, a levaremos até o palácio, onde explicaremos o motivo de sua volta.
Hat levantou uma sobrancelha e colocou a mão na cintura.
_ Hum... está bem então. Mas espero que haja realmente um motivo deveras importante para me tirarem de meu descanso. E principalmente! _ os servos ficaram atentos _ é bom que nesse tal ressinto, haja muita, muita comida!
_ Eh... está bem _ disse a moça.
...
Ramsés II, o grande, já não sentia-se tão grande tendo que andar tanto, em meia a solidão e a escuridão, por que havia acordado em sua tumba? Sua ultima lembrança era de morrer lentamente com as tantas dores da idade, a sua volta estavam a poucas esposas que lhe sobraram, e o os pouca filhos que sobreviveram após tantos anos, algumas dezenas de herdeiros somente. Foi grandioso, mas triste morrer aos 93 anos quando a expectativa de vida era 35, viu sua grandessíssima família, composta de 107 esposas, e 120 filhos morrerem antes dele, viu sua esposa favorita, Nefertari, falecer ainda jovem e bela por uma doença cruel. Agora ali estava ele, em meio o deserto já entardecido, sentia-se jovem e forte, mas confuso, mais a longe via uma montanha gigantesca, e nela havia estátuas magnas esculpidas, e a entrada para o mais belos dos templos, o seu templo. 


 
(templo de Ramsés, por fora e dentro, hoje)
Ramsés não segurou o sorriso ao ver o quão fora incrível em construir aquilo, ele era de mais! Logo viu algo, dois homens de branco e carecas, pareciam sacerdotes, irem em sua direção.
_ É ele? _ questionou um.
_ Só pode! Oh deuses, nem acredito, o Grande, Sinué , o Grande, voltou!
O grande, pensou Ramsés, só pode ser eu, óbvio.
Ele levantou a cabeça e ficou em postura.
_ Creio que procurem por mim, Ramsés II, o grande! O supremo governante das duas coroas, o deus vivo na terra, o preferido do panteão, o que mais governou e melhor seguiu o cargo, o responsável por equilibrar o Maat no Egito.
Os dois homens sorriram radiantes e se curvaram.
_ Oh sim, era o Senhor.
_ E se me procuram poderão explicar o porquê de tudo, isso, o que acontece?
Os dois se fitaram em expressão tensa.
_ É uma longuíssima história, grande faraó, creio que deva nos acompanhar ao palácio, lá explicaremos tudo _ disse o provável Sinué .
Ramsés pareceu furioso.
_ Eu não devo nada! _ advertiu ele _, mas vou sim _ disse mais calmo. _ Só espero que haja um motivo deveras importante para me tirarem de meu descanso eterno, e que tal palácio seja a minha altura.
Os homens voltaram a se curvar a Ramsés, e o acompanharam até uma biga (espécie de carroça, pequena, usada pelos nobres como meio de transportes, e carros de guerra) puxada por cavalos marrons e fortes.
_ Será uma biga para nós três?
_ Infelizmente é o que podemos oferecer _ disse um dos homens amedrontado.
Ramsés fez cara feia e bufou.
_ Está bem então.
Quando o faraó subiu a biga, Sinué murmurou no ouvido do outro.
_ O que acha que acontecerá quando ele souber que não é mais o único faraó?
_ Tenho até medo de imaginar.


Comentem o que acharam!Essa é só uma apresentação, kk, misteriosa, não?
Agora um recadinho de futuros posts meus:

"Pensando, discutindo, polemizando" serão posts falando sobre algo polêmico, um tabu, é como um artigo de opinião só que menor. Direi aqui minha opinião sobre um assunto, explicarei resumidamente, e vocês comentam também, tirando dúvidas ou demonstrando as opiniões e experiências de vocês sobre o tema em questão. Legal né? Espero vocês nessa reflexão.

beijos e até a próxima.

4 comentários:

  1. Oie! Continue sim!!!!!!!!!! Sério! Continue, Continue, Continue, Continue, Continue, Continue!
    Adorei o começo (mesmo tendo certo preconceito com começos misteriosos)! A Curiosidade não para de subir!
    Até a próxima! Beijinhus!

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    1. Ok... Vamos ver se haverá mais comentários -_-
      Mas que bom que gostou, kk, ah, esse começo nem foi tão misterioso, foi só... um começo, kk.
      Até, beijos <3

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  2. Oh Meu Rá!!!Já gostei!Essa mistura de realidade com uma nova história é Simplismente Perfeita!Sem contar que o povo do Antigo Egito era cheio de costumes diferentes e é isso que o faz ser especial, o costume de fazer grandes construções, por exemplo. Só estou curiosa pra saber por que eles vieram, e como será o reinado.

    By:Fabi S2

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    1. Sim, eu amo fazer isso, misturar realidade a fantasia, acho que faço isso em toda historia minha, rs.
      Eu simplesmente amo antigo Egito. O que você falou sobre grandes construções sem dúvida é algo a ser observado, porque, pensa, há 3.000 anos, até 5.000 anos atrás, não havia as máquinas de hoje, a tecnologia, o conhecimento e mesmo assim os egípcios construíam coisas incríveis! E diferente do que muitos pensam, a mão-de-obra no Egito não era escrava, todo mundo que ajudava nas construções recebia um salário (alimentos na maioria), tinham folgas essas coisas. Eles eram um povo totalmente a frente do seu tempo, sério, não só na arquitetura, em tudo mesmo, nas leis, na ética (o único local da antiguidade onde a mulher tinha os mesmos direitos que o homem), no conhecimento científico e matemático, realmente maravilhosos (sobre Egito eu começo a falar e não paro mais, kk, perdão). Não sei se conseguirei postar o restante dessa série, mas vou tentar, claro.
      Até Fabi, bjs

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