segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Especial F.O: Paixão Entre a Caça e o Caçador. P/2



E aí Folclorianos Ocultos [ocultos mesmo, nem falam comigo :( ]
Voltei com a segunda parte do especial de Folclore Oculto,a história de Lia e Edgar (primeira parte AQUI). Antes de tudo devo avisar, que nesse texto a infantilidade de F.O foi deixada meio de lado, não há detalhes, mas as indiretas obscenas são bem óbvias, por assim dizer kk, contudo não podia ser diferente, estamos falando da Iara e um Jovem viúvo. Bem, vamos ao texto.

(amei esse desenho, só não sei de quem é, qualquer coisa, se souberem dou os créditos)
Ele acenou com a cabeça, mas não esboçou um sorriso idiota ou nervoso como Liara costumava ver nos homens, era confiante e inteligente. Os cabelos ruivos eram intensos e penteados para trás, os olhos verde água eram charmosos, as sardas não eram feias, até ornavam.
_ Não preciso me apresentar _ disse Liara.
_ Não, só... deixe-me sair vivo, por favor.
Liara sorriu com seus dentes afiados.
_ Não posso prometer nada.
_ Então... Minha missão aqui é tira-la da vila, eles já perderam homens de mais, não acha?
_ Estou fazendo um favor a população.
_ População feminina, suponho, pois são poucos os homens que ali sobraram.
_ E isso não é ótimo?
_ Ah, sim. Claro. Mas não é assim que eles pensam. Então, por que não parte para outra vila?
Liara franziu os olhos.
_ Qual é seu plano, Cabrall?
_ Ah, chame-me somente de Edgar, por obséquio. Pois bem, quero cumprir minha missão e ganhar outra, por que não?
_ E assim outros e outros irão morrer?
_ Infelizmente sim, já disse, não posso mata-la. _ Edgar observou a persuasão de Liara, a confiança e poder em seus olhos. _ Creio que não quero.
Liara levantou uma sobrancelha.
_ Você é cruel ou muito louco.
_ Os dois, ou nem um.
Liara se aproximou e o olhou no fundo dos olhos.
_ Estranhamente você não me parece ter tanto pecado em sua vida, e.... Tem um amor forte no coração. _ Liara riu. _ Sua mulher?
Edgar negou com a cabeça.
_ Minha esposa morreu há muito tempo e mesmo que eu não a esqueça nunca, meu amor hoje pertence somente a meus filhos.
Liara levantou uma sobrancelha.
_ Doce de mais para um caçador.
_ Não caço por crueldade, caço por justiça, Liara.
Liara franziu o cenho escamoso, a forma como o caçador chamava-a era diferente, como se a conhecesse há anos, e ela também sentia isso. Notou o quão a vontade estava com aquele homem e se repreendeu.
_ Como saberei a qual está falando a verdade, Edgar? A mim, dizendo não querer me matar. Ou ao chefe da vila, dizendo que primeiro acharia meus fracos, depois atacaria.
Edgar sorriu de canto, notando o quão tal Liara era inteligente, porém...
_ A parte de atacar é por sua conta, eu não disse nada disso. Então, não minto a nem um.
Edgar jogou o corpo para trás se colocando mais no centro do barco. Depois olhou o céu e bocejou. Liara observou tudo com olhar suspeito.
_ Infelizmente creio que devemos encerrar nossa agradável conversa por aqui. Eu agradeceria se a senhorita não matasse ninguém esta noite.
Liara deixou escapar uma risada pasma.
_ A é? Como se seu gosto me valesse de algo! _ A monstra avançou até a proa do barco e se apoiou em tal com olhar maldoso. _ Tenho minhas necessidades, Edgar Cabrall. Não posso simplesmente passar um dia sem...
_ Matar? É claro que pode _ disse Edgar despreocupado.
A monstra riu em cinismo.
_ Não é disso que estou falando.
A criatura antes horripilante começou uma metamorfose encantadora. Uma fina camada de água passou pelo seu corpo mudando tudo.
A pele levemente bronzeada, os cabelos cor de ouro caíram-lhe as costas em ondas como a do mar, e os olhos eram verdes e brilhantes.
Edgar teve um segundo de perplexidade, mas logo tentou afastar qualquer pensamento ousado, qualquer desejo carnal, não era hora para isso, sequer situação, tão pouco a pessoa certa.
  _ Suas características são interessantes, quer dizer, sempre imaginei que seria assim seu encanto, você se adapta á preferência da época.
A mulher fez cara feia, não realmente feia, isso era impossível para ela, mas você, leitor, entendeu.
_ Do que está falando, homem? _ indignou ela.
Edgar riu, notando que ela não estava acostumada com uma reação dos homens que não fosse atração.
_Suas características físicas. Você é uma deusa indígena, devia ser uma... índia. Foi há muitos séculos, suponho. Mas bem. O que quero dizer, é que você muda sua aparência de acordo com o que os homens vão achar bonito na época, não que cada um lhe veja de um jeito. Mas da para generalizar ás vezes. Hoje, com a miscigenação, sua imagem está perfeita, viu Liara. Índio, europeu, africano, qualquer um se encantaria por ti.
_ Parece que você não se encantou _ disse ela ainda confusa com a situação inesperada.
Edgar esboçou seu sorriso seco e a fitou.
_ Pois se engana. Eu só... Tenho outros interesses no momento.
Ele lhe lançou uma piscadinha e pegou o remo, logo se foi e Liara sequer o impediu.
 Chegando a sua casa temporária, entranhou o fato de não haver ninguém a sua espera, provavelmente todos dormiam sentindo-se enfim seguros. Edgar realmente esperava não ser esta uma ilusão. Esperava conseguir tirar Liara daquela Vila, mas precisaria de mais uma noite, só não sabia como a explicar aos moradores de Tupaxarã que não havia matado Liara, e que teria que ficar mais uma noite.
Não via a hora de tudo acabar e voltar para sua propriedade favorita, o casarão em Rio Grande do sul. Um lugar calmo, protegido, e onde seus filhos estavam, seguros esperava ele.
Ao entrar em um dos três cômodos de sua casa provisória, o quarto, levou um pequeno susto, mas logo sorriu e fitou aquela mulher deitada sentada em sua cama de forma folgada e sensual, e é claro nua.
_ Pelo jeito apreciou dialogar comigo. Liara.
Liara riu de leve.
_ Não nego que apreciei sim nossa conversa. Mas vim atrás de outra coisa _ ela sorriu maliciosa. _. Necessidades.
Edgar levantou uma sobrancelha, mas foi até ela, impedindo a si mesmo de olha-la de cima a baixo.
Ele sentou-se ao lado dela, tinha um perfume esplêndido, algo que lhe dava uma sensação que não sentia há anos.
Ela o fitou com seus olhos verdes, esperando alguma reação, sem dúvida, o que ele fez não foi a reação que ela esperava.
Edgar pegou um lençol ao lado e a cobriu.
_ Está frio _ murmurou ele em sua voz grossa e meio roca.
Liara o olhou sem reação, mas de alguma forma, Edgar notou um profundo agradecimento nos olhos dela, e por alguns instantes, esqueceu-se que ela era uma psicopata totalmente louca.
_ O que você quer? _ disse Liara.
_ Sua confiança.
Liara respectivamente avançou e beijou-o na boca.
Edgar sentiu seus músculos amolecerem, não todos, um arrepio lhe percorreu, o estômago ficou frio, seu coração acelerou. Ele nunca mais sentira aquilo desde... Inaiê.
Edgar respectivamente afastou Liara, o que pareceu enfurece-la.
_ Como ousa me negar? _ indagou ela.
Edgar estendeu as mãos.
_ Perdoe-me, mas... Tem algo muito errado acontecendo.
_ Tem mesmo. Você me negando.
Edgar riu ao notar que havia acabado de dar um fora da própria Iara, e ainda teria a deixado furiosa.
_ Eu sou um monstro, como ti, seu feitiço não funciona em mim.
Liara cruzou os braços, ainda brava.
_ É, eu notei isso.
Mas me enfeiticei, pensou Edgar consigo mesmo, notando a loucura que era tudo aquilo. Mas não podia negar, o jeito dela, a voz, a beleza... haviam mexido com ele.
Ele por impulso acariciou o rosto dela.
_ És tão bonita, Liara. E tem um... poder na alma...
Ela sorriu para ele.
_ Então por que não juntamos o útil ao agradável? Eu não ataco homem algum, além... de você, e você conclui sua missão. Amanhã vou embora.
_ E como vou saber se você não vai me matar?
_ Você não vai saber.
Liara atirou-se sobre ele e sorriu. Edgar soltou um rangido, parecia um resmungo, mas era uma risada.
Ela o beijou, e ele não viu muita opção a não ser corresponder.  

A terceira parte vou tentar postar o mais cedo possível, quero encerrar esse especial logo, rs. E leitores, comentem! (Esse Edgar me seduz, sério, eu entendo a Lia, eu também me atirava sobre ele, kk, ai parei).
BJS até.

2 comentários:

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