quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Folclore Oculto 2ºT: A Volta da Mula Sem Cabeça.



Olá Folclorianos Ocultos (por Tupã, que nominho ruim, mas vai esse mesmo)
Por que o segundo episódio sempre tem a Mula Sem Cabeça? Não faço ideia... Mas foi o que me deu na cabeça, e ficou bom, então “vamo que vamo” kk. E ah! Graças a Academia Brasileira de Letras, que não aquieta o c* (tuuuuuu, censurado) nunca, Mula Sem Cabeça não tem mais hífen, mas como eu escrevo na pressa tal "nome" pode aparecer com hífen ao longo do episódio, perdão desde já, kk.

Antes de voltar para a fazenda, Núbia resolveu fazer um lanche em um café qualquer, Cissa havia tentando chamar o helicóptero, então ela iria comer sozinha. Ele se recusava a contar o que estava acontecendo, o que só a deixava mais nervosa.
Logo então uma mulher entrou na lanchonete e sentou-se de frente com Núbia. Ela usava um vestido negro longo e com mangas compridas , largas e transparentes, e uma bota que parecia de couro verde escuro, como a tiara que só deixava os cabelos negros dela mais volumosos.
_ Olá garotinha Cabrall _ disse ela em um sotaque português de Portugal, ela então pegou o suco de laranja de Núbia e na maior cara de pau, bebeu alguns goles.
_ Hey! _ exclamou Núbia.
_ Perdão, estava com sede. Eu tinha que falar com você, mas não é sempre que aquele demônio te deixa sozinha.
Quem sabe as nuvens se afastaram do Sol, por isso os raios de luz entraram mais fortes pela janela e iluminaram o cabelo da mulher, só então Núbia notou que os cabelos dela não eram negros, eram verde escuro, na verdade, aquela mulher era a exata descrição de Paulo Cabrall. Núbia sentiu seu coração acelerar, não sabia se corria, ou tentava enfim descobrir quem era aquela bruxa.
_ Você, seu avô principalmente, já devem estar se perguntando por que voltei e como sei tanto sobre vocês.
_ Na verdade nem sei quem é você _ admitiu Núbia.
A mulher pareceu surpresa.
_ Edgar não falou sobre mim? Sinto-me magoada! Bem, mas ele irá falar e irá se questionar, por isso já aviso desde já. Eu sei que enfim ele se separou da suposta "Deusa", sei de tudo que ele fez e deixou de fazer nos últimos anos e vou usar tudo contra ele, e principalmente sei, que ele está desprotegido, sei onde ficou escondido todos esses anos com aquela loira sem graça da Iara. Então, é bom que ele entenda, que não há como fugir. E quer saber como sei de tudo isso? _ ela se apoiou na mesa e fitou Núbia _ A mulinha, amiguinha da família, me contou, não de propósito, tive que tortura-la, usar magia forte para fazê-la contar, sabe, manipular mentes humanas é fácil, mas de um amaldiçoado...
A mulher fez cara feia e bebeu mais alguns goles de sulco.
Núbia começou a ter medo do que lhe vinha a mente.
_ você... está falando de quem?
_ Da mulinha, oras pois, aquela coisa franzina e medonha que cozinhava na casa de Edgar, e já se achava amiga da família, dá para acreditar que ela se recusou a contar tudo sobre os Cabrall, por que não queria trair seus amigos? Idiota _ a mulher começou a rir.
_ Ângela! _ concluiu Núbia, ela se apoiou na mesa e pegou a mulher pela gola do vestido. _ O que fez com Ângela? Onde ela está?
_ Eu já disse o que fiz. Se alguém a achou, ela pode estar viva, se não... bem, da ultima vez que a vi ela estava quase sem respiração.
Núbia apoiou-se na mesa com brutalidade e encarou a mulher.
_ Bruxa maldita! _ bradou.
Todos da lanchonete as fitaram.
_ Ah, por favor, garotinha Cabrall, comporte-se! Olha o barraco _ disse ela cínica.
A mulher simplesmente se levantou.
_ Manda um beijo para Edgar, diga que estou... furiosa de saudade _ ela deu uma piscadinha e saiu em passos largos.
Núbia pegou sua bolsa e correu atrás dela, mas ao sair da lanchonete a mulher havia sumido.
...
Núbia encontrou-se com Cissa onde fora combinado, um heliporto de um hotel qualquer.
_ Menina, demorou.
_ Cissa, eu a vi _ disse ela imediatamente _ a tal bruxa que Paulo citou, eu a vi, ela fez algo com a Ângela! Temos que fazer algo!
Núbia entrou em desespero espontâneo e Cissa a abraçou.
_ Calma, minha menina, vamos... salvar Ângela, está bem? Mas tu precisa se acalmar, vamos conversar melhor sobre isso na fazenda, seu avô vai saber o que fazer.
Núbia assentiu.
_ Será que Ângela está bem?
_ Deve estar, sim, ela é protegida do Curupira, você acha mesmo que ele deixaria algo acontecer com ela? Óbvio que não.
Cissa beijou a testa de Núbia e a levou até o helicóptero.
...
Fazenda INA:
_ Irei tentar me comunicar com Curupira _ disse Cissa.
_ Ótimo _ disse Edgar ainda com expressão vazia, como estava desde que Núbia lhe contara o que ocorreu.
_ Edgar, vai ou não me contar quem é essa bruxa? _ disse Núbia.
Cissa fez cara feia e praticamente fugiu da conversa.
Edgar fitou Núbia e entortou os lábios.
_ É... uma antiga inimiga, a mais poderosa, mais poderosa até que o Saci, ela é mais velha que todos nós juntos, sequer é brasileira, sua origem é de Portugal.
_ Eu notei o sotaque dela. Mas... ela é conhecida no folclore brasileiro também?
_ Foi popularizada de forma bem errada por Monteiro Lobato.
_ Como sempre _ disse Núbia. Algo então lhe veio a mente _. Ela... usava vestis que pareciam com couro de jacaré.
Edgar a olhou como se dissesse: Matou a charada.
Núbia não conseguiu segurar uma risadinha.
_ Isso só pode ser brincadeira, né? Quer dizer, aquela mulher, ela não pode ser a Cuca.
_ Não só pode, como é. E acredite, ela é muito mais poderosa e maléfica do que se acredita.
_ Eu já achava um jacaré fêmea loira maléfica o suficiente.
_ Na forma monstruosa ela é bem pior que um jacaré loiro, para início de conversa, em Portugal, assim sendo, originalmente, ela é um dragão, um enorme dragão.
_ Dragões são bem piores que jacarés loiros.
Edgar assentiu concordando.
_ E é uma bruxa deveras poderosa na forma humana, devoradora de almas puras, em resumo, crianças. A forma que você viu é um disfarce _ Edgar desviou o olhar com expressão carrancuda _ um ótimo disfarce aliás, mas na realidade, ela é uma bruxa velha e horrenda.
O Humor de Núbia sucumbiu em segundos.
Logo Cissa desceu as escadas.
_ Vamos a Amazônia, é onde Ângela está.
_ Vão vocês, tenho más lembranças daquela região _ disse Edgar.
_ Ângela está bem? _ questionou Núbia esperançosa.
Cissa desviou o olhar.
_ Eu não diria bem, mas está viva.
Esse começo foi só uma apresentação da nova vilã, admito que acho engraçado as reações da Núbia quando ela descobre as verdadeiras formas das criaturas folclóricas “Eu já achava um jacaré fêmea loira maléfica o suficiente”, adoro...  
Beijos e até a próxima.

2 comentários:

  1. Jacaré fêmea! KKkk.
    Ângela!!!! Voltou!!!! E o ruivo? Espero que tenha voltado também.
    tchauzinho.

    ResponderExcluir

No Crystal Land, os comentários são permitidos a qualquer um, não é necessário senha sequer outro meio que dificulte a publicação de um comentário aqui, é somente escrever, mandar, e esperar que os autores publiquem o comentário e responda; resumindo: o trabalho fica todo conosco, mas a opinião é de vocês. ;)
Leitor, comente o que achou sobre o texto! É importante ao autor e a melhoria do blog.