Especial F.O: Paixão Entre a Caça e o Caçador. P/3 (última)

Olá meus caros.

Vamos a terceira e ultima parte desse especial de F.O. A segunda AQUI.

 

Quando Edgar acordou, na manhã seguinte, não sabia se estava morto e o inferno era a vida, ou se realmente estava vivo.

Ele se levantou, olhou o próprio corpo e a cama bagunçada ainda com manchas da noite anterior, e concluiu sorridente que estava vivo, ela havia o deixado vivo.

Depois de vestido saiu para ver se havia ocorrido algo na vila durante a noite, além que sem dúvida ele conseguira deixar a Iara ocupada o suficiente, ao menos assim esperava.

Ele foi até a casa do líder da vila, Xavier Oliver, e logo ambos estavam em um humilde escritório de paredes de madeira conversando.

_ Então não houve assassinato algum essa noite? _ certificou Edgar.

_ Não, além do mais o senhor matou a criatura, certo?

Edgar desviou o olhar.

_ Eh... não _ admitiu ele, e o líder da vila ficou boquiaberto. _ Entenda, senhor, Lia é importante para o meio sobrenatural, e...

_ Lia? _ questionou o outro com cara confusa.

Edgar pigarreou e sorriu de canto.

_ Perdão, é um apelido. Bem. A Iara não pode ser morta, sinto muito, sei que quer vingança, mas eu conheço bem as regras do mundo natural vs sobrenatural. Mas farei o que prometi, levarei a deusa para longe da vila.

_ Deusa?

Edgar voltou a pigarrear, aqueles apelidos da noite passada ainda não haviam lhe saído da cabeça, nada havia.

_ Eh... Iara é uma Deusa indígena, senhor, é isso.

Xavier assentiu ainda não muito convencida.

_ Você tem só até amanhã Edgar Cabrall.

Edgar assentiu decidido e se foi.

Algumas horas depois uma moradora de Tupaxarã, foi até a casa de Xavier falar sobre fatos estranhos que vira na casa de seu mais novo vizinho, Edgar Cabrall. Alguns deles não surpreendeu Xavier, quando contratou o caçador, sabia que ele também era uma fera. Então barulhos monstruosos ou supostas magias na casa dele não lhe pareciam nada incomum, o problema foi:

_ E um pouco antes do Sol raiar, uma moça loira saiu da casa do senhor Cabrall e simplesmente _ a moradora engoliu seco e respirou fundo para poder prosseguir: _ mergulhou no rio e sumiu.

Xavier estreitou os olhos, não acreditando.

Aquele doido dormiu com a monstra que era para ele caçar? Pensou consigo mesmo.

Edgar foi praticamente expulso da vila, mas não havia problema, um pouco antes de Xavier chegar o chamando de traidor e pervertido, ele havia conseguido falar com Iara, enfim vestida com um longo vestido azul, e a feito prometer sair da vila, no entanto ele esqueceu-se de pedir para que ela saísse também de sua vida.

Alguns dias depois, já em sua casa, Edgar soube de notícias sobre vários assassinatos numa vila próxima a seu sítio, a irônica Fim do Mundo, e ele sabia quem era; pelo que parecia ele não era o único que não esquecera daquela noite com a Deusa Iara. Até mesmo seus filhos notaram o quão o pai estava distante, mas ele decidiu que ainda não era hora de falar nada.

     _Ela veio atrás de mim _ concluiu Edgar em um sorriso, enquanto olhava uma cachoeira que caia em seu sítio. Logo uma forma apareceu no lago, e aquilo foi o começo de uma história de amor, maluca, mas intensa. 

   Como podem ver, na juventude Edgar Cabrall de fechado e sério não tinha nada, kk. Safadinho lindo, kk. Bem, os acontecimentos seguintes dessa história serão contados aos poucos na própria série Folclore Oculto. ;)

Comentem! E se preparem para os posts: "Pensando, discutindo, polemizando" (explicação no final desse post:Nova série: Os Escolhidos do Panteão.)