sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Folclore Oculto: 1º Episódio, P/3


Olá leitores. 

A ultima parte foi meio chatinha, mas essa recompensa. CLIQUE AQUI se não leu a parte anterior, se leu e quer continuar, vamo, que vamo.

Cissa estava fechando o portão da baia e quando a avistou sorriu.
_ Menina! _ disse ele.
Núbia não sabia se estava nervosa por ele ter a enganado, ou feliz por não estar ficando louca e o garoto realmente existir.
_ Cissa você me disse que era jardineiro de Edgar _ disse ela.
_ Disse sim _ confirmou ele.
_ Você mentiu para mim!
_ Menti sim _ retrucou naturalmente.
_ Por quê?
_ Por que sim _ disse ele dando de ombros.
Núbia rosnou.
_ Cissa! Você está me irritando!
_ Esse é meu maior talento, gracinha.
_ Quem é você? _ perguntou ela já nervosa.
_ Cissa, uai _ respondeu ele.
Ela revirou os olhos.
_ Desisto _ disse balançando a cabeça.
_ Estava na hora, hein _ disse Cissa. Núbia já começava a ficar irritada quando Cissa pegou em sua mão. _ Quer procurar o Curupira? _ perguntou ele naturalmente.
_ Como? _ disse ela arqueando as sobrancelhas.
_ O Curupira! Ou ainda não se tocou que foi ele quem te perseguiu. Até eu que não estava lá já sei disso! Eu vi as pegadas e o tufo de cabelo ruivo. _ Ele passou a mão nos cabelos curtos e com mechas azul e rocha de Núbia. _ Poderiam ser seus, mas seu ruivo é mais bonito.
Núbia desconfortável, afastou-se  um pouco de Cissa que respectivamente soltou sua mão.
_ Você sabe que o Curupira é só um mito né? _ disse ela.
_ E você sabe o que viu ontem, né? Não pode negar a si mesma, o que seus próprios olhos viram, menina!
Núbia tinha pensado muito sobre aquela criatura, o Curupira lhe passara várias vezes pela cabeça, mas aquilo lhe parecia tão impossível!
_ Eu... é, eu pensei nisso, mas... Como?
_ Eu sei lá _ disse Cissa. _ Esses seres aparecem assim mesmo, do nada. Mas ele não é a única criatura considerada folclore que você vai encontrar por aqui, não. Porém, ele pode ser o mais fácil.
_ Fácil?
_ Sim. Ele não é mau, só faz o trabalho dele. Se nós conseguirmos faze-lo entender que você não é uma ameaça, vai ficar tudo bem, _ ele olhou para o bosque, _ mas, temos que acha-lo primeiro.
Núbia ficou com expressão interrogativa, o que até tirou uma risada de Cissa.
_ Aí, vai ficar com essa cara de idiota me olhando? Eu sei que eu sou lindo _ disse ele com seu sorriso sapeca.
_ Não é isso! _ retrucou Núbia acordando de seu transe pasmo. _ É que essa história de sair procurando o Curupira é ridícula!
_ Tanto faz, vamos logo.
Ele agarrou o braço da garota e a arrastou para o bosque.
_ Cissa, acho que eu não devo entrar aí _ disse ela tentando se soltar.
_ Engraçado _ disse Cissa pensativo, mas ainda sorridente _, porque eu tenho certeza.
Quando entraram no bosque ele a soltou e fez sinal para que o acompanhasse, o que era difícil sendo que Cissa corria com agilidade incrível, ele pulava, fazia algumas brincadeiras com os cipós enquanto avançava floresta adentro. Às vezes parava para esperar Núbia, e quando esta o alcançava, voltava a correr e pular por aí.
Em um momento ela o perdeu de vista.
_ Cissa! _ chamou perdida no meio da mata.
_ Já sentiu minha falta? _ disse ele logo atrás.
Ela se virou em um susto. Ele estava pendurado pelos pés em um tronco de arvore. De ponta cabeça seus cabelos descobriam as orelhinhas pontudinhas que tinha.
_ De onde você surgiu? _ disse Núbia um tanto encantada com a habilidade do garoto.
_ Do céu _ disse ele como se aquilo fosse óbvio. _ Não está vendo minha cara de anjo?
Núbia riu e ele pareceu gostar disso. Quando a garota voltou a olha-lo, ele já estava com os pés no chão e a fitando com seu sorriso sapeca.
_ Agora vamos continuar nossa busca _ falou enfim
Ele voltou a seguir caminho, desta vez, andando com calma e ela foi logo atrás.
_ Você sabe como acha-lo? _ perguntou a menina olhando envolta.
_ Não é difícil. Ele que te acha, na verdade. Podíamos torturar algum animal por diversão, daí ele nos acharia rapidinho.
_ Isso é cruel _ disse Núbia fazendo cara feia. _ O Curupira estaria certo de querer nos matar nesse caso.
_ É, quem sabe.
_ Você não faria isso, faria? _ perguntou a menina cautelosa.
Cissa não respondeu, somente caminhou e ignorou tal pergunta.
_ Logo achamos ele, sinto que estamos perto.
_ Você não respondeu minha pergunta.
Cissa parou e suspirou. Ele voltou-se para Núbia com expressão vazia.
_ Quem sabe antes eu fizesse. Sabe, já fui um menino muito mau, tanto quanto um demônio. Mas... as coisas mudaram e eu também.
Antes que Núbia pudesse dizer ou perguntar algo, um assobio ecoou pela mata fazendo ambos caírem de joelhos com as mãos nos ouvidos.
_ Mas o que é isso? _ disse Núbia em tom alto.
_ É ele, o Curupira.
O som ficou mais alto. Ainda sim, Cissa se esforçou em levantar e gritar:
_ Ei! Apareça. Viemos falar com você Tarzan Pirata! _ A criatura surgiu e parou bem a frente de Cissa. _ Eh... Quis dizer: Protetor da mata.


Espero que tenham gostado, comentem embaixo a crítica, e esperem a ultima parte que postarei logo.
BJS

2 comentários:

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