quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Mel Especial: Natal

Natal.
O que seria o Natal? Uma data especial? Um dia de ganhar presentes?
Para mim é bem mais que isso, era o meu tempo de ficar com toda a minha família reunida. Mas esse ano seria diferente, meu Natal foi assim:
Lá estava eu deitada de cabeça pra baixo em minha cama com o celular grudado na cara, em uma tentativa quase frustrada de conseguir uma passagem para a minha antiga casa. Meu pai não pode vir me buscar, então eu estava apelando pra todos os lados, eu tinha que passar o Natal com a minha família. Tia Brenda também iria, mas meu novo tio a convenceu de passar esse dia com sua família. 
Eu já achava estranho passar a véspera de Natal com os meus tios, imagine com toda a família dele?
Quero a MINHA família, os MEUS amigos, MEU Natal.
Continuei implorando pra atendente me arrumar uma passagem inexistente em um voo inexistente. Estava literalmente me enganando, não haviam voos à tempo, e os que tinham se atrasariam por causa das grandes tempestades. Não as de neve, mas tempestades mesmo, estava chovendo muito aqui, não ver neve nessa época me perturba um pouco.
Já liguei pra minha mãe, já chorei pro meu pai e eles juraram que iria dar tudo certo. Eu já estava conformada quando:
- Senhorita, um voo acabou de ser liberado - Disse a atendente com uma voz alegre. Talvez por estar feliz por eu finalmente poder ir pra casa (eu havia contado toda a minha situação pra ela, tadinha) ou feliz por eu ter conseguido o que queria e parar de choramingar no ouvido dela. 
- Liberado? - Pulei da cama, liberado? Como assim? Pensei em vez de perguntar - Liberado? Como assim? - Perguntei enfim.
- Sim, acabamos de ser avisados de um voo que pensamos estar atrasado, mas não estava - Ela riu, adorei ela.
- Uhuull - Gritei me esperneando. 
- Seu voo sai às 18:43 - Disse.
- Ok, que específico - Estranhei. 
- O que disse? - Ela perguntou sem entender, ou só queria que eu repetisse pra ela ter certeza que eu estava questionando o trabalho dela.
- Nada - Respondi rindo sem graça - Muitíssimo obrigada - Desliguei. 
Depois de me espernear mais ainda liguei para todos os meus parentes e amigos para avisar a grande novidade. Para eles não era grande coisa, mas para mim era um milagre em forma de...não sei, era milagre.
Comecei a arrumar minhas coisas, malas, roupas e meu look de Natal. Separei um vetido vermelho e rodado, com uma fita em um vermelho mais forte e renda como mangas, lindo. Como eu chegaria lá em cima da hora, decidi me arrumar e ir pronta.
Tinha 5 horas até o meu voo, então tratei de avisar meus tios sobre minha viagem de última hora. 
- Tia, eu vou pra casaaaa - Disse enquanto descia a escadas, segurando no corrimão "sensualisando" e cantarolava em uma música de Natal.
- Eu sei, eu já falei com o seu pai - Tia Brenda disse sorrindo. 
- Mas já? Eu falei com ele há pouco tempo - Estranhei.
- Ele me ligou assim que você ligou pra ele - Minha tia deixou uns embrulhos de lado e começou a prestar mais atenção em nossa conversa, ainda sorrindo.
- Porque? - Perguntei. 
- Melanie, ele é meu irmão, ele me conta coisas - Se gabou.
- Ok - Ri alto.
- Qualquer coisa sobre sua viagem, me fale.
- Pra você contar pro meu pai? - Coloquei as mãos na cintura e fiz careta. 
- Sim - Ela riu - Seus pais também tem planos sabia? - E continuou seus embrulhos. 
Parei um pouco, séria. Nesse tempo todo só pensei em mim, não parei pra pensar que meus pais também tinham coisas planejadas. E se eu estraguei tudo? Eu fui fútil, e o Natal não se trata disso.
Fui saindo de costas, ainda olhando para minha tia, subi as escadas rapidamente e entrei no meu quarto. Peguei meu celular e fui deslizando minha lista telefônica até encontrar alguém que possa saber sobre os planos dos meus pais. Passei por vários tios, primos, alguns vizinhos até que cheguei na letra T e encontrei a pessoa perfeita. 
Quem é a pessoa mais fofoqueira, curiosa e "sabe tudo" que eu conheço? 
Tim ! Não pensei duas vezes. 
- Alô - Coloquei minha unha entre os dentes enquanto esperava uma resposta. 
- Olha só - Disse Tim com aquela típica voz escandalosa - Se lembrou dos amigos é? - Me provocou. 
- Não se impolga, só quero uma informação - Brinquei.
- Haha ta bom - Tim respondeu sarcasticamente. 
- Como você está amigo? - Perguntei rolando na cama e sentindo saudades.
- Estou bem, e louco pra te contar "as últimas" - Riu.
- Outra dia Tim - O cortei - Preciso mesmo de informações - Disse dessa vez séria.
- Se estiver ao meu alcance... - Tim respondeu.
- Você sabe alguma coisa dos meus pais? 
- Sei que eles tem uma filha que esquece os amigos - Ele não conseguia falar sério, impressionante.
- Tim, é sério - Ri - Você sabe de algum plano que eles tinham pra esse Natal?
- Bom, eu sei que eles iriam aproveitar que você não está mais aqui pra fazer uma coisa diferente - Fiquei chocada com o que ele disse.
Eu estava prendendo meus pais? Eles sempre quiseram fazer coisas diferentes? Se eles quisessem, era só falar. Me sentia culpada.
- Nossa - Pensei alto - O que eles queriam fazer? - Perguntei. 
- Eu acho que era uma viagem - Respondeu.
- Ok, obrigada Tim.
- Me liga mais, estou com saudades. 
- Eu também. Tim !
- Oi.
- Eu te amo - Uma lágrima escorreu em meu rosto.
- Eu também te amo, Mel - Tim sorriu (sei disso por causa do som abafado de seu sorriso).
- Feliz Natal - Desliguei.
Eu não podia fazer isso com os meus pais, não podia priva-los disso. Eu não estava mais lá, mas eles continuavam fazendo coisas por mim, está na hora de viverem por eles.
Estava decidida. Iria cancelar meu voo.
Havia parado de chover, eu não conseguia ligar mais pra ninguém com a minha linha, então desci e dei a triste notícia à minha tia.
- Se você quer assim... - Disse tia Brenda e me deu um abraço - É Natal, Mel, tudo ficará bem.
- Sim - Disse encostada em seu ombro.
- Há males que vem para o bem - Ela disse isso e minhas lágrimas desciam.
Tia Brenda sabia de alguma coisa?
- Vamos sair às 23:00 tudo bem? - Ela segurou minhas bochechas e eu assenti.
Fui me arrumar, tomei meu banho, chorei um pouco, coloquei o vestido, chorei mais um pouco, fiz cabelo e maquiagem e chorei um pouquinho mais. Já pronta, me olhei no espelho, com os olhos inchados e decidi que não ficaria mal. Forcei um sorriso e respirei fundo.
Ninguém merece receber uma garota estranha em sua casa na noite de Natal e vê-la emburrada, triste e com a maquiagem borrada. Fiquei totalmente pronta, fisicamente e espiritualmente, desci pra encontrar nem um quinto de minha família que me esperavam frente a porta.
- Estou pronta - Forcei outro sorriso. 
- Você está linda, Mel - Disse meu tio.
- Vocês também - Disse ajeitando o cachecol dele. Tia Brenda fez um carinho no meu braço e sorriu. Eu entendi que tudo vai ficar bem, e eu comecei a ficar.
- Só vamos pegar nossos casacos e já vamos - Eles foram fazer o que disseram quando olhei pela janela. 
- É neve?? - Estranhei. 
Não pensei duas vezes e fui pra fora constatar. Fazia um frio extremo mesmo sem neve, com neve então, estava prestes a congelar. 
- Pelo menos uma coisa pra se assemelhar ao meu antigo Natal - Pensei
Olhei para o céu, abri os braços e comecei a rodopiar. Isso me lembra a minha infância, flash backs invadiam minha cabeça, eu estava totalmente domada por minhas lembranças. Minha mãe me levando pra patinar, meus avós nos visitando, meus primos e eu fazendo anjos de neve, meu pai me carregando em suas costas. Abri os olhos, coloquei a língua pra fora e senti um pequeno floco gelado nela.
Suspirei e reparei em algo estranho, já havia um boneco de neve mesmo com pouco tempo nevando, e o mais estranho de tudo era um dos que o Tim fazia (com a cenoura no lugar errado, era obsceno). Ri. Logo ao lado um pinheiro pequeno e simples, sem enfeite algum, comecei a ir em direção a eles.
Entre os dois, havia um presente, com embrulho rosa e fita amarela. Olhei para os lados para ver se era de alguém, não vi ninguém na rua.
Me agaixei, encarei o presente e sem abri-lo, senti uma coisa muito forte. Apenas segurei, suspirei, sorri e os vi.
Toda a minha família. 
Todos estavam lá, assim que os vi todos riram, alguns choraram, Tim e Jessie gritaram.
- Aaaaaaaaaaargh - Não conti meu grito/choro/riso. 
Todos nos abraçamos juntos.
- Pai, mãe, vocês não iriam viajar? - perguntei chorando de felicidade. 
- Sim, e viajamos - Mamãe respondeu, meu pai riu com lágrimas nos olhos. 
Nos abraçamos, logo meus tios saíram.
Como tia Brenda disse: "Há males que vem para o bem".
E foi bem isso. O meu pior Natal virou o melhor em um piscar de olhos. 
Entramos.
Cantamos.
Comemos a ceia.
Agradecemos.
Trocamos presentes. 
Bati no Tim por esconder isso de mim.
E foi o típico Natal de toda a família. Só amor
Decoramos a árvore que estava lá fora sem enfeites algum e eu abri meu presente, uma colagem de fotos de todos da família e amigos comigo. 
Espero que todos os outros sejam assim
Feliz Natal.
Feliz Natal da Mel pra todos.
(Queria que ela fosse real) T-T mas uma coisa que aprendemos com essa história é que: NÃO PODEMOS TER TUDO QUE QUEREMOS
mentira, aprendemos que: HÁ MALES QUE VEM PARA O BEM (minha mãe me disse isso quando meu celular deu indícios de estragar, depois disso não saiu mais da minha cabeça) kk
 
Boa noite

4 comentários:

  1. Realmente essa mel e igualsinha a mim feliz natal bjs

    Ps não aquentei e salvei a imagem mais nao vou falar que foi eu que fiz e so por que essa imagem é minha cara

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    Respostas
    1. Kk ;) pra você também Ju, beijos

      Ok, eu esqueci de assinar esse desenho, então s for postar ou algo do tipo, me fala ou diz que é meu ;* kk

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    2. Nao vou postar nem nada e so pra quardar

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