quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Folclore Oculto: 1° Episódio, P/2

Olá Leitores. 
Demorei mas voltei. Agradeço a todos que leram a primeira parte deste começo da série, se você não leu, mas se interessa, CLIQUE AQUI, ou não intenderá nada desse novo post. Lembrando que o texto agora terá mais falas, o que traz uma leitura mais rápida (creio eu), espero que gostem, pois a terceira parte já está por vir. BJS, Jú.


Ela se virou assustada e se deparou com dois olhos cinzas e brilhantes com alguns traços azuis e verde, o que lembrava uma tempestade. Se afastou e teria tropeçado (de novo) se tal pessoa de olhos cinzas não tivesse segurado sua mão.
_ Cuidado menina _ disse ele. _ Parece que bebeu.
Agora as luzes que saiam das frestas iluminavam o corpo do garoto. O rapaz tinha provavelmente um ano a mais que Núbia, uns 18; pele escura e cabelos cacheados e negros que brilhavam á pouca luz do local.
_ Quem é você? _ perguntou Núbia.
_ Cissa _ disse ele abrindo um sorriso branco e sapeca.
_ Ah... Oi _ disse Núbia ainda amedrontada. _ Cissa me parece nome de mulher _ comentou ela sem pensar.
Cissa revirou os olhos.
_ Todo mundo diz isso, mas eu gosto do nome _ disse. _ Mas então, menina, está fugindo de quem? Pois, pela forma que entrou aqui, está fugindo de alguém.
_ Não sei ao certo _ admitiu Núbia.
_ Bom. Se você não sabe, eu então nem tento _ zombou Cissa.
_ Acho melhor eu voltar para casa _ disse Núbia imediatamente. Ela tentou abrir o portão, mas parecia emperrada. _ Droga isso não abre.
_ Normal _ disse Cissa, sentado no feno, o que era um tanto estranho, já que há segundos estava parado atrás de Núbia.
A menina tentou ignorar o garoto.
_ Eu preciso sair daqui _ murmurou.
_ Não tem medo que a coisa que estava te perseguindo, te pegue? _ perguntou Cissa.
_ Tenho, e por isso quero voltar pra casa _ disse Núbia ainda tentando abrir a porta.
_ E por que você acha que lá será mais seguro? _ voltou a perguntar.
_ Me parece mais seguro do que ficar em uma baia com alguém que sequer conheço _ retrucou Núbia.
Ela pensou que o rapaz ficaria bravo ou algo assim, mas ele se levantou tranquilamente foi até ela e abriu a porta com toda a facilidade do mundo.
_ É, falando assim, parece mesmo _ concordou ele.
Os dois saíram da baia. Núbia olhou o bosque, mas não parecia haver ninguém.
_ É ali que ele estava _ disse Cissa com rosto próximo ao de Núbia, o que a assustou de novo.
_ Se você está falando da criatura que me perseguia, sim, era ali _ respondeu a menina.
_ Ah..... _ disse ele com os braços cruzados.
Agora com luz do dia, dava para vê-lo melhor. Era magro, mas com alguns músculos e usava uma velha e suja camisa que já fora branca, meio aberta e uma calça vermelha também desgastada. Porém seus olhos cinzas entravam em contraste com a pele negra e os cabelos fortemente escuros. É, bonitinho, pensou a menina.
_ Deve ter corrido muito _ disse ele a olhando de cima a baixo.
_ Por quê? _ questionou a garota. Então se olhou e não precisou de respostas, sua calça jeans estava rasgado, mais do que o comum, e sua roupa cheia de barro e folhas. _ Está bem, eu sei por quê _ lamentou.
_ Que bom né, isso significa que ao menos burra você não é _ concluiu Cissa. Núbia franziu os olhos. _ Mas e aí? O que faz por aqui, menina _ disse ele ignorando o fitar raivoso da garota.
_ Vou morar com meu... avô por um tempo. O dono do sítio.
_ Edgar _ disse Cissa olhando para o casarão. _ Não sabia que ele tinha neta.
_ Nem eu _ admitiu Núbia. _ Mas e você, o que fazia na baia?
Cisa desviou o olhar como se pensasse em uma resposta.
_ Trabalho lá.
_ Você cuida dos cavalos de Edgar? _ disse Núbia meio desconfiada.
_ Sim e do jardim _ disse Cissa. _ Não vê o quanto o jardim é bonito? É por que sou eu quem cuida.
Núbia levantou uma sobrancelha.
_ Ahan. Acho que vou pra casa então.
Cissa apontou para o casarão de forma cavaleira.
_ Claro, nova patroinha. Senhorita Menina.
_ Meu nome não é menina, é Núbia Katleen Elizabeth Cabrall _ disse ela, e Cissa fez cara feia. _ Mas pode me chamar só de Núb _ prosseguiu.
_ Hum..... Não. Gostei de te chamar de menina _ disse Cissa.
Núbia revirou os olhos, entretanto, deu de ombros.
_ Tá então. Até mais, Cissa.
_ Até, menina.
Os dois sorriram e Núbia voltou para casa.

No Jantar, Edgar enfim deu as caras, era um senhor 60 anos no máximo, o que fez Núbia ter mais um motivo para sentir medo daquele lugar. Como o pai, do seu bisavô podia ter 60 anos?!?
O velho ainda não foi nada simpática, somente sentou-se na mesa, falou sobre o que Núbia podia ou não fazer e começou a jantar com a cara fechada de quem planeja um assassinato. Já Lia pegava os talheres de forma delicada e charmosa, como se concorresse  ao miss universo. Ela tentou puxar assunto uma ou duas vezes com o marido “matusalém 2”, mas estava difícil, ele só a fitava com cara feia e Lia se calava segurando a angustia. A cozinheira medonha, Ângela, ficava na porta escondida e a todo o momento trocava olhares com Lia, depois ambas observavam Edgar se alimentar, e logo voltavam a trocar olhares. Núbia queria tanto intender o que ocorria.
No dia seguinte, no café da manhã, havia somente Lia e Núbia na mesa. Edgar tinha acordado com mal estar e teve que ficar na cama.
_ E então mocinha _ disse Lia. _ Como foi seu primeiro dia no sitio?
_ Bom _ mentiu Núbia.
_ Hum... Quem sabe no começo seja entediante já que não há ninguém na vizinhança com sua idade, sabe, nem temos vizinhos!
_ Ah, eu conheci um garoto ontem _ disse Núbia. _ O jardineiro.
Lia riu.
_ Acho que você ainda está com sono mocinha, não temos jardineiro.
Núbia levantou uma sobrancelha.
_ Como não? Ele também cuida dos cavalos e...
_ Tínhamos um jardineiro _ disse Lia _, mas não conseguimos mais mantê-lo aqui, então ele só vem de vez em quando. E ontem não era dia dele vir.
_ Mas veio. Eu... acho.
Lia negou com a cabeça.
_ Você o chamou de garoto e o nosso  jardineiro é um idoso de olhinhos azuis e cabelinho branco, mocinha. Não seria esse, seria?
Núbia negou com a cabeça.
_ Não, sem dúvida não é esse.
_ Então acho que está delirando queridinha _ disse Lia enquanto mexia sua xícara de chá.
Por impulso, Núbia deixou seu café de lado e foi à procura de Cissa.



Espero que  tenham gostado. Comentem o que acharam, ou qualquer duvida. BJS, e até a próxima. 

4 comentários:

No Crystal Land, os comentários são permitidos a qualquer um, não é necessário senha sequer outro meio que dificulte a publicação de um comentário aqui, é somente escrever, mandar, e esperar que os autores publiquem o comentário e responda; resumindo: o trabalho fica todo conosco, mas a opinião é de vocês. ;)
Leitor, comente o que achou sobre o texto! É importante ao autor e a melhoria do blog.