segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Folclore Oculto: 2 Episódio P/1

Olá Leitores. Essa semana leremos o segundo episódio da série, mais comprido, porém, bem, bem mais legal. Vamos?

A Maldição de Ângela.


(efeito legal do olho, aprendi ontem, RS)

Parte1


Núbia ia a cozinha procurar algo de comer para levar a Cissa, pois assim fora o trato que fizera. Porém, o que encontrou foi Lia e Ângela dialogando em tom baixo e tenso. Núbia então resolveu ficar na porta escutando o que diziam, e se arrependeu amargamente.
_ Mal estares é pouco! _ dizia Lia. _ Aquele velho maldito não morre de forma alguma! Ou ele realmente é muito forte, ou você não fez o que mandei, Ângela.
_ Fiz sim senhora _ dizia Ângela amedrontada. _ Coloquei a porção exata do veneno na comida dele. Eu juro. Três tipos de venenos diferentes, na comida e na bebia. Do jeito que mandou.
_ Pois não deu certo! _ exclamou Lia nervosa. _ Qualquer um morreria dolorosamente com aquele veneno. Era morte na certa! E Edgar só sentiu um mal estar? Que raiva!
_ Mas é um avanço Lia! _ disse Ângela tentando animar a patroa. _ Os venenos anteriores sequer faziam efeito! Devemos tentar novamente.
_ Sim, devemos _ concordou Lia.
Núbia estava aterrorizada, deu alguns passos para trás e sem querer derrubou alguns objetos de prata que havia em cima de uma mesa.
_ Quem está aí? _ disse Lia ríspida enquanto avançava a porta.
Era tarde de mais para fugir. Lia se deparou com Núbia atrás da porta e agarrou-a pela jaqueta jeans que usava.
_  O que ouviu? _ perguntou Lia ameaçadora.
_ Eh... Nada.
Ângela apareceu logo depois.
_ O que acha que devemos fazer com a menina, senhora? _ disse a cozinheira.
_ Nada _ disse Lia, o que surpreendeu Núbia.
A mulher largou a menina e suspirou.
_ Núbia _ disse Lia tentando ser carinhosa. _ Seja lá o que você tenha escutado, saiba... que não fazemos por mal, não temos escolha! Entende? Por favor, fique calada, esqueça o que ouviu aqui. Você é só uma criança, não quero lhe fazer mal, mas se tentar nos trair, eu não terei outra escolha.
Núbia assentiu tentando não demostrar medo.
_ Eu... não tenho laço algum com Edgar _ disse a menina, _ não tem porque me preocupar com ele, ou dedurar vocês, mas... eu só quero intender o motivo de tanta raiva.
Lia e Ângela trocaram olhares, como se decidissem se deviam ou não falar, e por fim, a decisão foi obvia.
_ Você perceberá com o tempo _ disse Lia. _ Agora suba para seu quarto, e fique lá até Ângela lhe chamar para o almoço.
Núbia não teve outra opção a não ser assentir e obedecer.
No almoço, o silencio permaneceu. Edgar continuou em seu quarto pelo mal estar. Lia e Núbia almoçaram sozinhas e caladas.
Logo depois que Lia subiu para o quarto, Núbia pediu a Ângela que lhe deixasse fazer alguns lanches com o que sobrara da carne do almoço, e a cozinheira medonha deu de ombros, o que para Núbia valia como um sim.
Ela fez três lanches e saiu à procura de Cissa. Imaginou que ele estaria na Baia, então foi até lá procura-lo. Dessa vez os dois portões estavam abertos, mas nem um sinal de Cissa. Ao entrar na área dos cavalos ficou aterrorizada. Os seis animais estavam amarrados uns aos outros pelas caldas, suas crinas estavam trançadas e todos aparentavam-se desesperados e já cansados de tentarem se soltar. Núbia deixou os lanches caírem no espanto, mas alguém os segurou.
_ Oh, cuidado _ disse Cissa ao seu lado, pegando os lanches. _ Demorou um pouco, hein, mas está perdoada.
_ Os cavalos _ disse ela ainda pasma.
_ Bem, isso é uma baia de cavalos, se você encontrasse ornitorrincos ia ser estranho, né _ disse Cissa natural, enquanto abocanhava um lanche.
_ Eu sei! _ disse Núbia. _ Eu quero dizer: Os cavalos, eles estão amarrados. O que aconteceu? Olha só pra eles, estão desesperados!
_ Eu achei que ficou legal _ disse Cissa com a boca cheia, algo nada educado. _ Uma arte! Em todos os sentidos.
Núbia o fitou.
_ Você fez isso? _ perguntou ela.
_ Foi você? _ perguntou ele de volta.
_ Não!
_ Então fui eu _ concluiu ele.
_ Isso é perverso, Cissa!
_ Ah, deixa de drama, menina, depois eu os desamarro, não se preocupe. Só não conte pro Edgar, ele detesta quando eu faço isso.
_ Não consigo imaginar o porquê _ ironizou Núbia.
_ Nem eu _ disse Cissa.
Ele acabou com os três lanches em segundos. Depois começou a desamarrar as caldas dos cavalos. Quando livres, os animais se afastavam amedrontados, como se Cissa fosse um demônio ou algo assim.
_ Esses cavalos me amam _ comentou Cissa.
_ Não é o que parece _ disse Núbia.
Cissa riu.
_ Obrigada pelos lanches menina _ disse. _ Eu amo lanches de carne, até parece que você adivinhou _ falava sorridente.
Núbia riu, ele era tão meigo às vezes, porém tão misterioso em outras.
_ Por nada _ disse ela.
Os dois se sentaram no feno que havia na entrada e começaram a dialogar. Núbia queria muito se abrir com alguém, e acabou contando para Cissa sobre a conversa de Lia e Ângela. Ela pensou que Cissa lhe acharia uma louca por ouvir algo assim e ainda se calar, mas ele foi até bem compreensivo.
_ Você está certa em não dedura-las. Sério, não quer ter Lia como inimiga. O que tem de bonita aquela mulher tem de mau.
_ Você sabe por que ela iria querer matar o marido?
_ Preciso responder? Acho que você já está a tempo o suficiente naquela casa para saber que o cara é um mala! Ranzinza, grosso...
_ Então por que ela se casou com ele?
_ Ela não teve escolha, menina. Foi obrigada. A única coisa que ela quer é liberdade, e creio que a cozinheira, a Ângela, também queira. Por isso se uniram. Se você não atrapalhar nos planos delas, fica ilesas. Então esqueça isso.
_ Esse lugar é uma loucura! _ protestou Núbia com as mãos na cabeça.
Cissa riu.
_ Calma menina, você ainda não viu nada.
_ Isso era para me acalmar? _ disse Núbia com uma sobrancelha levantada.
_ Não, pra te assustar mesmo.
Os dois riram. Foi então que se ouviram gritos vindos do casarão. Isso os fez se levantar e sair da baia para tentar entender o que estava ocorrendo.
Os gritos eram femininos, mas não pareciam ser de Lia e nem de desespero, não, eram de ódio.
Núbia era muito curiosa, não podia perder essa. Então pegou na mão de Cissa e disse:
_ Vamos ver o que é?
Cissa olhou nervoso para o caminho até o casarão.
_ Eu... Não posso entrar aí, Edgar colocou um limite para mim. Não posso chegar a sequer 10 metros do casarão.
_ Cissa! Tem medo do Edgar? _ disse ela provocativa.
Cissa largou bruscamente da mão dela.
_ Não é medo, menina _ disse ele bravo. _ Eu lá tenho medo de algo? Não! É... precaução. Agora, se quiser, pode lá ver o que é, depois me conta.

Núbia deu de ombros, mas não discutiu, simplesmente correu até o casarão saber o que ocorria. 


Comentem o que acharam, que eu posto a outra parte. BJS

4 comentários:

  1. demais mais você tem manina de falar demônio nê kkkkk

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    Respostas
    1. kk. Q bom que gostou.Então sobre o demônio... Bem, tudo vai fazer sentido no final da historia, mas acho que sim, já está virando mania, kk, que mania feia né.
      BJS

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